A Europa é tradicionalmente um espaço de solidariedade. Recordemos os programas para reduzir as disparidades socioeconómicas entre países e regiões da UE, para (re)qualificar a mão-de-obra, para as redes de transportes transeuropeias, etc.
Nas últimas décadas, a Europa poderia ter sido um instrumento de afirmação do modelo social europeu. Com a perda de poder dos Estados, a defesa de tal modelo teria de passar por entidades com poder para domesticar as forças do mercado à escala planetária: a UE é um gigante comercial e poderia jogar o seu peso na Organização Mundial do Comércio, etc., no sentido de impor mínimos sociais, ambientais e políticos nas transacções comerciais. A proposta de Paulo Rangel, para se adoptarem “taxas nas transações comerciais com países que não cumpram as regras ambientais e sociais dos 27”, poderia ser um passo nesse sentido, entre outros (alguma harmonização social e fiscal na UE, um orçamento comunitário mais substancial para corrigir assimetrias, etc.).
Porém, na senda dos ventos neoliberais, a Europa tem-se tornado uma espécie de Cavalo de Tróia da globalização neoliberal. E tem sido cada vez menos um espaço de solidariedade. Lembremos a tentativa falhada de pressionar para baixo as condições sociais: a directiva Bolkenstein. Ou a entrada de 10 novos estados, cujo rendimento per capita era metade da UE 15, acompanhada de uma contracção do orçamento comunitário. Privados da solidariedade que teve a Europa do Sul, para se afirmarem estes países tiveram de competir através da protecção social e da fiscalidade...
E a Turquia? Com um rendimento per capita que é cerca de metade dos novos 10, e com a UE sem fundos capazes de compensar tais desiquilibrios (o país tem 70-80 milhões de habitantes), só mesmo se for para aprofundar a lógica do Cavalo de Tróia…
Publicado originalmente no Diário de Notícias de 3/6/2009
Será q ainda nos podes valer da seriedade de A. Freire? Certamente q sim. A europa, um espaço de solidariedade devia ser efectivamente o nosso lema, o nosso mote, a perspectiva! Trocar os valores monetários por aqueles da ajuda ao outro. No fundo, trocar a economia da dívida insana e insustentável pela solidariedade e pela moral dos povos ---
ResponderEliminarhttp://www.nytimes.com/2009/06/04/business/economy/04rates.html ---.
A economia que nos trouxe até aqui vai ter q dar lugar a outra coisa qualquer. No plano do político temos que batalhar pelos estados europeus solidários, e no plano económico pelo planeamento mínimo de uma nova articulação produtiva do espaço europeu. A europa q se move pela dívida e pelos encontros do Conselho tem que dar lugar a outra coisa qualquer. Mas os Estados tb têm de se reformar; o português em primeiro lugaar --- O Tratado de Lisboa ou de Palermo para depois!
É um erro grave de certa esquerda querer fazer acelerar o comboio da europa, rumo ao federalismo, à dívida europeia, ao imposto europeu; qd ainda não se percebeu que o que é determinante não é a homogeneidade entre os países da europa, mas a sua diferença! O paradigma da homogenezeição (directórios, directivas, regulamentos...) terá de dar lugar a outro da diferenciação cultural e ao mesmo tempo económica. Sem dominação; um reequilibrio interpares, sem perda de autonomia!
Enfim, já me tá a bater o sol!
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ResponderEliminarhttp://www.nytimes.com/2009/06/04
ResponderEliminar/business/economy/04rates.html
Caros,
ResponderEliminarIsto é que é solidariedade: http://www.youtube.com/watch?v=JzkpX6CHrj8
O resto são mais-valias...
Toma e embrulha!
MF