sexta-feira, 12 de julho de 2024
Uma fraude mediaticamente instituída
As paragonas repetem, uma vez mais, o registo habitual, de aparente supremacia do ensino privado, redutoramente medido através da simples ordenação dos resultados dos exames, sem considerar o perfil socioeconómico dos alunos. Porque, uma vez mais, a generalidade dos jornais, rádios e televisões se dispõe a publicar as notas das escolas privadas sem que estas forneçam - ao contrário das públicas - informação de contexto dos seus alunos (escolaridade dos pais, idade face ao ano escolar que frequentam e ação social escolar). Por mais que se saiba que estas são as variáveis com maior capacidade explicativa das médias obtidas nos exames pelas escolas.
Que os privados possam escolher os seus alunos, selecionando logo à partida os que apresentam perfis e classificações favoráveis à obtenção de bons lugares nos rankings, é coisa que não inquieta os órgãos de comunicação social que decidem elaborá-los e publicá-los sem dispor da referida informação de contexto, essencial para calibrar esses mesmos resultados. Um exercício fraudulento portanto, de pura desinformação, que está mais que instituído.
É verdade e é incrível que isto se mantenha.
ResponderEliminarPura desinformação não é. Para além da questão da selecção dos alunos, pode explicar porque é que os pais (os que podem) arcam com as despesas de ter um filho num colégio?
ResponderEliminarNunca tinha ouvido falar no colégio Efanor. Ao procurar a primeira coisa que vi foi o preçário. Para os alunos do secundário são 630 euros mais 135 de alimentação. Só aqui vão 765 euros. Com mais uns extras chega facilmente a 1000 euros por mês. Porque é que os pais preferem gastar 1000 euros em vez de terem os filhos na escola pública gratuita? É porque o colégio dá notas altas que depois facilitam a entrada na universidade?
Porque como há seleção (económica e,logo, social) à entrada poupam os filhos à mistura com a 'ralé'. Assim, é só gente fina nas reuniões de pais ( e dá para fazer uns contactos).
EliminarNo entanto, no caso da RTP, há isto: https://www.rtp.pt/noticias/pais/pais-e-diretores-dizem-que-rankings-das-escolas-nao-sao-crediveis_v1585738.
ResponderEliminarJá agora, a RTP deveria ter cuidado como fala de rankings, pois a obsessão com outra espécie de rankings (e essa, então, é que não deveria existir mesmo) só a prejudicou...
O que é inaceitável é a RTP participar na mistificação!
ResponderEliminarEstes rankings dizem respeito aos resultados de 2023. Contrariamente, aqui há uns anos eram publicados em outubro quando todo o processo estava terminado. Qual a razão destes resultados virem a público nesta altura? Simples: estão aí as matrículas ( ou talvez já se tenham efectivado )e as instituições privadas agradecem os holofotes
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