segunda-feira, 8 de julho de 2024

Depois interrogam-se muito porque cresce a extrema-direita

A Nova Frente Popular prometeu baixar a idade da reforma, indexar os salários à inflação, aumentando-os previamente em 10%, e rejeitar o pacto de estabilidade orçamental.

Em face desta terrível possibilidade, antes da primeira volta, segundo o Financial Times, as “empresas francesas assustaram-se e cortejaram Marine Le Pen”.

Agora, na segunda volta, parece que, diz-nos a Bloomberg, “[e]nquanto toda a gente esperava para ver se o partido de extrema-direita de Marine Le Pen iria obter a maioria na segunda volta das eleições francesas, um choque muito maior chegou: a vitória da esquerda”.

Choque e, acrescento eu, pavor. De ‘toda a gente’, claro está.

Assim sendo e em resultado, também segundo a Bloomberg, “[c]om os investidores a confrontar-se com um governo minoritário generoso do ponto de vista orçamental, ou com dois anos de impasse, (…) o euro caiu”.

Caiu, digamos, alegadamente.


Alemanha já deixou claras as suas ordens; o BCE obedece e manipula, como de costume, na calada, com a sua inação premeditada e golpista, mas os mercados não estão a ajudar. Uma maçada. 

A propósito de tudo isto, o que nos diz Ana Catarina Mendes, que já foi tudo no Partido Socialista e agora é vice-presidente portuguesa dos autodenominados ’progressistas’ no parlamento europeu, formação política que aprovou, rejubilando, a recente reforma das distópicas regras orçamentais, aquela reforma que acentua a subordinação orçamental do país e assenta no uso de metodologias antidemocráticas porque secretas?

O que os franceses pediram esta noite não foi que elegêssemos um extremo contra outro extremo”.

E é isto. Depois interrogam-se muito porque cresce a extrema-direita. Esquecem tudo e não aprendem nada.

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