segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Austeridade realmente existente


Orçamento de crise: pensões sofrem segundo maior corte em termos reais em 15 anos, títula o Público. O orçamento do estado a que isto chegou acrescenta crise à crise, instabilidade à instabilidade, na realidade.

O truque muito básico, baseado no padrão comportamental da ilusão monetária, não escapou aos jornalistas: prometer aumentos nominais, realizar cortes reais. Daí que, com profundo desrespeito pela inteligência cidadã, acenem com aumentos de dezenas de euros, que realmente se traduzem em menos do que nada. Assim, a desconfiança social aumenta.

As contas ditas certas do Governo, a tal consolidação orçamental, geram contas mais incertas para muitas famílias das classes trabalhadoras. É uma questão de saldos financeiros sectoriais: mantendo o saldo do sector externo constante, se o Governo quiser poupar em termos reais, com prejuízo para o investimento e serviços públicos, para os salários directos e indirectos, as famílias vão ter de reduzir as suas poupanças em termos reais.

É o que já se sabe: confirmar uma transferência do trabalho para o capital que é superior à operada pela troika.

É a austeridade realmente existente: instabilidade, desconfiança e compromisso com uma minoria, em suma.

1 comentário:

  1. “Estabilidade”; “Confiança”; “Compromisso”; “Mais Europa”; “Pelotão da frente”…

    Foi com slogans que António Costa pagou o seu novo apartamento de luxo em Benfica?

    Quem nada de bom espera do Partido que não é Socialista, o partido que melhor serve os Donos Disto Tudo, não fica surpreendido com a desfaçatez do mesmo.
    Num sistema em decadência é o vale tudo para tratar da vidinha e António Costa, outros políticos e os propagandistas da comunicação social sabem que isto está a dar o berro então vão continuar a iludir o pagode para poderem continuar a tratar da vidinha, quão iludidos eles estão...

    Eu quero o fim do Partido “Socialista”, quero que o António Costa, Augusto Santos Silva e outros “socialistas” sejam removidos da política de uma vez por todas, o povo português já sofreu mais do que suficiente, Portugal precisa de gente a tomar decisões que resolvam os problemas materiais essenciais da população, os “socialistas” já demonstraram tantas vezes que não estão a governar para o bem generalizado. Eu não quero mais décadas perdidas, duas já custam a carregar...

    ResponderEliminar