quarta-feira, 29 de junho de 2022
Vender os ovos e querer, logo a seguir, fazer omoletes
Em 2013, a maioria de direita então no poder, para obter receita a todo o custo, empenhava-se avidamente na venda ao desbarato de património público. Esta política, iniciada em 2011 - e que tivera até então resultados dececionantes (com os oito leilões realizados, abrangendo um universo de imóveis avaliados em 40,7M€, a render apenas 11,5% da receita prevista) - era assim reavivada dois anos depois, muito provavelmente para disfarçar, no extrato de conta, o fracasso orçamental da austeridade. Para o efeito, a coligação PSD/CDS-PP lançou uma operação-relâmpago em novembro, colocando à venda, durante quatro dias, 76 terrenos, apartamentos e prédios, avaliados em 5,5M€.
Curiosamente, é esta mesma direita que registou, já na oposição e acompanhada pela IL, nos programas eleitorais das últimas legislativas, a promessa de proceder à inventariação do património público devoluto com aptidão habitacional (como se esse processo não estivesse já, aliás, em curso), de modo a aumentar a oferta de habitação, nomeadamente através da cedência a privados. Isto é, como quem aliena não só os anéis mas também os dedos. Ou, para glosar outro provérbio, como quem decide vender os ovos para, de seguida, prometer omoletes.
vender os ovos
ResponderEliminarCorrigir a gralha do título.
ResponderEliminarAgradeço a ambos o reparo na gralha que o título tinha (e que já foi corrigida). Obrigado
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