O cada vez mais reacionário DN titula hoje: “Lagarde e Centeno pedem alta contenção dos salários para 2023”.
Deviam ter titulado: Lagarde e Centeno pedem continuação de transferência do rendimento do trabalho para o capital.
De facto, em 2022, se os planos do Governo se confirmarem, a transferência já será aproximadamente de 4%, dado que os salários reais recuarão e a produtividade crescerá.
As circunstâncias mudam, mas as elites europeias apostam no mesmo de sempre, no que está inscrito na lógica da UEM: fazer dos salários a variável de ajustamento a qualquer crise.
Ao mesmo tempo, apostam na prossecução da escalada sancionatória, que, a par do poder ganancioso das grandes empresas, faz aumentar os preços na fileira energética.
E planeiam responder a uma inflação assim intensificada com perversas subidas de taxas de juro, ou seja, o seu pedido será satisfeito com recessão e desemprego. E há economistas portugueses que acham que é assim que se protege a população mais pobre. Pobre país este.
É claro que assim arriscam uma crise das dívidas que não são soberanas. Esperem pela ferramenta que está a ser desenhada, dizem.
Centeno lá reconheceu na semana passada que o BCE controla os juros, o preço mais importante é afinal de contas político no capitalismo realmente existente, e que este controlo não pode estar associado a condicionalidade austeritária. Parece que foi passear ao Japão.
Na realidade, a contenção permanente está já nas cabeças de quem nos desgoverna.
São já vinte anos nisto.
A política de Centeno não é nova. Durante os tempos em que foi o "Ronaldo das finanças" baseou a sua distribuição do dinheiro em truques de ilusionismo de devolução de rendimentos às pingas, compensada por subidas de impostos indiretos e sobretudo cativar despesa não executando nunca os fantásticos OE?
ResponderEliminarDe que ainda anunciar que vai gostar 300000 mil euros para construir uma casa com os melhores materiais, mas no fim gastou 150000 e utilizou materiais de segunda?
Para quando o slogan 'Os ricos que paguem a crise'?
ResponderEliminarTalvez o facto de os ricos serem tão poucos comparados com os muitos que vivem bem acima da pobreza.
Evitar a fragmentação da zona euro
ResponderEliminarO debate em Sintra tem sempre um cunho académico. Sobre questões estruturais da economia e da dinâmica dos preços. Mas com a inflação a disparar, não há como escapar ao tema. Esta terça-feira, falou-se de globalização e energia. Enquanto Lagarde prometia tudo fazer para travar a inflação e evitar a fragmentação da zona euro evitar a fragmentação da zona euro.
https://expresso.pt/economia/2022-06-28-Forum-do-BCE.-Quando-o-curto-prazo-e-o-longo-prazo-se-juntam-a-mesa-5e756a30