Eis o gráfico do valor das remunerações praticadas no sector de alojamento e restauração, de acordo com os dados estimados pelo Instituto Nacional de Estatística, a partir das contribuições para a Segurança Social, actualizados com o IPC aos preços de Setembro de 2021.
Bem pode a secretária-geral da associação do patronato do sector hoteleiro querer comparar a actividade do sector com a das hospedeiras, possivelmente com a ideia subliminar de querer para o seu sector um apoio tão significativo como o concedido à TAP. Na verdade, o sector hoteleiro é dos que praticam remunerações médias mensais mais baixas em Portugal, rondando o salário mínimo nacional, associadas a condições contratuais precárias, e que assim se têm mantido estagnadas ao longo destes anos.
E por essa razão, não é de estranhar que - à semelhança de outros sectores - não consiga encontrar pessoas e jovens para trabalhar nele. E possivelmente - como noutros sectores - vai acabar por recorrer à solução mais troglodita e fácil que é de contratar trabalhadores imigrantes em condições salariais ainda mais recuadas - quais Vinhas da Ira de Steinbeck no século21 -, que, por certo, não ajudarão a elevar o nível salarial francamente baixo praticado actualmente em Portugal.
Ao contrário do que parece fazer crer, o problema não está na preguiça dos trabalhadores. A pergunta que se tem de fazer é: por que razão os salários do sector - e da maioria dos sectores - são tão baixos?
Se descobrirmos a causa desta estagnação, que é profunda, talvez descubramos caminhos para ultrapassar esta explosiva situação.
A existência individual não depende do sector onde se trabalha, o que se espera de uma esquerda moderada é a exigência do pleno emprego e do trabalho com direitos. O trabalho tem de permitir uma vida saudável. O "dumping" laboral é o contrário da multiculturalidade ou da igualdade entre povos deveria ser proibido.
ResponderEliminarA igualdade entre os povos, a igualdade entre os cidadãos, a igualdade entre os géneros, a igualdade... haverá palavra mais estupidamente abusada?
ResponderEliminarCaro José,
ResponderEliminarÀs vezes, penso que apenas vêm aqui para me dar argumentos. Quem é que alguma vez diria uma coisa dessas desde a Revolução Francesa...?
"haverá palavra mais estupidamente abusada?"
ResponderEliminarClaro que há!
E essa palavra é "liberdade".
A palavra "liberdade" é abusada à tripa-forra pelos liberais, PàFistas, fachos que fingem que são democratas e outros do culto do "mercado-livre".
Qualquer dia a palavra "liberdade" leva os liberais à Justiça por abusos continuados...
A Revolução Francesa tratou da igualdade perante a lei e deixou as mulheres de fora quanto ao voto.
ResponderEliminarA partir dessa base irrecusável ( a requerer uma extensão do voto às mulheres), quase tudo é puro abuso.
Caro José,
ResponderEliminarSe esse é o seu argumento contra a defesa de igualdade, parece-me um pouco desesperado...