João Miguel Tavares faz mais uma das suas no Público de hoje. Escreve a certa altura sobre os resultados dos rankings escolares:
"Significa que as escolas privadas melhoraram muitíssimo mais, e que a sua competitividade, no que diz respeito à preparação dos alunos para ingressar no ensino superior, é cada vez maior."
Não, João Miguel Tavares, não significa isso. Está a tirar uma conclusão que os dados não permitem. Os resultados podem estar apenas a assinalar que as escolas privadas são frequentadas por alunos que têm um ambiente familiar mais favorável à aprendizagem, que os seus pais investem mais dinheiro em explicações e/ou que as escolas privadas têm vindo cada vez mais a seleccionar os seus clientes em função das notas que têm, não aceitando ou convidando a sair os que têm desempenhos menos bons. Sendo assim, o contributo dos colégios para a preparação dos exames (fora a preparação para tudo o resto) poderia até ser nulo, que os resultados dos rankings seriam os mesmos.
JMT está apenas a alimentar a falta de rigor de análise e as leituras que dela decorrem.
É sintomático que uma pessoa com tanta capacidade para se indignar não se indigne com o facto de os dados sobre a composição socioeconómica dos alunos dos colégios privados continuarem a ser ocultados. Só esses dados (e outros sobre o desempenho dos alunos à entrada e à saída da escola) permitiriam perceber o que o ensino público e o privado andam de facto a fazer.
Eu diria que para sermos justos, a qualidade do ensino em algumas escolas privadas até pode ser maior do que no público, dispõem de melhores meios e podem contratar os melhores Professores, mas que tais fatores são impossíveis de separar de todos aqueles que refere só olhando para o ranking.
ResponderEliminarMas mesmo que assim seja, o Estado nunca será capaz de pagar um ensino como o do colégio da Efanor a todos os alunos. Os recursos financeiros são demasiado escassos, algo que a Direita não se cansa de lembrar quando estão em causa investimentos no sector público.
O que aqui está em causa evidentemente, é a tentativa de convencer as pessoas a alinharem numa política de vouchers, que representará um bodo aos ricos e condenará os pobres a um ensino só para pobres, que será sempre um ensino pobre.
Parece aliás que este tipo de avaliação das escolas está precisamente a laborar no sentido desse "bodo aos ricos" perpetuando a segregação e esquecendo que a tão desejada igualdade de oportunidades depende muito do ponto de partida!
ResponderEliminar"o Estado nunca será capaz de pagar um ensino como o do colégio da Efanor a todos os alunos. Os recursos financeiros são demasiado escassos"
ResponderEliminarOs liberais gostam tanto de mentir.
É mentira que o Estado tem menos recursos financeiros que os privados, basta ver como o Estado suporta a Banca, o negócio da saúde/doença privada, os mais variados subsídios ao empresariado.
Portugal nem tem um Estado com soberania monetária e mesmo assim os capitalistas sabem muito bem quem tem A Bolsa que os sustenta, é o Estado, sempre o Estado.
Os recursos financeiros para um Estado monetariamente soberano são o mais fácil de arranjar. Coragem para afrontar os interesses privilegiados (que Jaime Santos vem aqui defender frequentemente) é que já parece ser um recurso muito escasso.
«Os recursos financeiros são demasiado escassos, algo que a Direita não se cansa de lembrar quando estão em causa investimentos no sector público.»
ResponderEliminarE resta perguntar a Jaime Santos, desde quando é que a direita (quando foi governo) se interessou pela educação e pelo ensino público? Que tal rever os exemplos dos governos de Sá Carneiro, Cavaco Silva, Durão Barroso, Santana Lopes e Pedro Passos Coelho? Nestes (des)governos, o estado nunca foi capaz de pagar um ensino (como o do colégio de Jaime Santos, da Efanor), porque, na verdade, não o quis fazer.
"(...)As limitações dos rankings escolares são há muito conhecidas e discutidas. Em termos simples, o desempenho académico de um aluno depende de vários factores, como o contexto familiar, o percurso escolar anterior, as características socioeconómicas do território, entre outros. Logo, não é possível perceber a qualidade das escolas olhando apenas para as médias dos resultados obtidos pelos alunos nos exames nacionais, sem ter em conta todos aqueles factores"!
ResponderEliminarRetirado parte de um texto de Ricardo Paes Mamede https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/ricardo-paes-mamede/para-que-servem-os-rankings-escolares-10583364.html
Creio que esta tudo dito....
Falacia do JR. Pagassem os donos das Efanores os impostos que sao exigidos a empresas localizadas em Portugal e o Estado podia utilizar a receita para valorizar professores e o ensino publico.
ResponderEliminarNeste contexto que vivemos “os tais melhores colégios/escolas/liceus” sãos “mais replicantes” de uma cultura que tristemente nos vai direcionando, cada vez mais, e cada vez mais depressa, para o desequilíbrio.
ResponderEliminar“ ... balelas de vendedores da banha da cobra do politicamente correcto e da pretensa “demo” cracia, tão-pouco igualitária!”
“... negociatas de patos bravos”
Todos os indicadores internacionais futuros vão mostrar o miserável falhanço das gerongices na Educação. Os outros países também tiveram Covid, os outros países também tiveram dificuldade em stocks de computador, mas nenhum pais ocidental falhou tao miseravelmente na educação.
ResponderEliminarVocês, esquerda em geral, não são defensores da escola pública. São destruidores dela.
De tão fácil e inclusivo que se quer o ensino público, que mais tarde alunos do privado chegam à universidade ou mercado trabalho com larga vantagem sobre o ensino publico.
Vocês, esquerda em geral, estão a destruir a escola pública. Enquanto muitos políticos de esquerda tem os seus filhos no privado enquanto falam da escola pública. Tal como na saúde, vão às consultas no privado com a ADSE, não sabem o que é esperar meses ou anos por uma consulta no SNS.
..."Estudar mais" ....mas o dito "jornalista não estuda mas, como assim , farta-se de falar de tudo e mais alguma coisa e não estuda..??.
ResponderEliminarA construção de qualquer ranking tem por base a análise de elementos (massas de dados) construídos de uma determina maneira, portanto qualquer análise deve ser cuidadosa e séria.
Claro que"jornalistas" do tipo de JMT não quer saber desta conversa, o que quer é "interpretar" os resultados de uma forma ideológica desde que sirva o seu interesse imediato.
(será que vai falar na convenção do MEL como especialista de... )
Este jornalista /comentador faz parte do mundo da informação escrita cujo objetivo é construir narrativas que sirvam para ludibriar os leitores menos conhecedores dos truques da informação aparentemente clara.
Totalmente de acordo com o que aqui foi registado pelo amigo Pais Mamede. A Rankrização das escolas com os fatores diferenciadores completamente dispares, naturalmente irá dar os resultados que os amigos das PPPs e escolas elitistas querem e desejam. É pertinente recordar para quem eram os tais milhões injetados nos colégios e escolas particulares pelo Estado? Qual era o efeito? Para onde ia o dinheiro? Qual era o efeito nas performances das várias escolas? Livre iniciativa, concorrência sã, mas sempre na garupa do Estado, são este género de empresários que temos aliados a uma seita de políticos, que só dominam a conotação das palavras, para mais tarde mamarem delas, tal como o saudoso Raul Solnado dizia "...chupa na teta da vaca, enquanto houver"...
ResponderEliminarOu vocês dão média de 19 valores ao meu filho, ou eu mudo-o imediatamente para um colégio que reconheça o valor que ele tem!
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