em plena troika, dizia Pedro Passos Coelho, então primeiro-ministro da coligação PSD/CDS:
“No programa eleitoral que apresentámos no ano passado e no nosso programa de Governo não há uma dessintonia muito grande daquilo que é o memorando.” Por isso, a execução do programa não é “uma espécie de obrigação pesada”. “Não fazemos a concretização daquela programa obrigados, como quem carrega uma cruz às costas. Nós cumprimos, porque acreditamos que, no essencial, o que ele prescreve é necessário fazer em Portugal.”
Um programa de ajustamento que cortou abruptamente a despesa pública em Saúde, Educação, apoios sociais, etc. José Junqueiro, vice-presidente da bancada do PS,
considerou que o primeiro-ministro
...“está a confessar, pela primeira vez, que quer fazer estas políticas; que quer mudar a Educação, a Saúde e a Segurança Social; que este é o momento oportuno para a captura de empresas como a TAP e as Águas de Portugal”.“Toda a gente já compreendeu que o executivo aproveitou o memorando para colocar em prática a sua política ultraliberal, de esmagamento da classe média e de captura dos poucos rendimentos dos mais pobres”.
Na verdade, como assinalaram nesse mesmo dia, o comunista João Oliveira e o bloquista João Semedo, o programa eleitoral nada dizia sobre isso. Se fosse esse o caso,
...“o PSD e o CDS não tinham ganho as legislativas. As medidas não eram conhecidas e por isso os portugueses sentem-se enganados” (João Oliveira). “É verdade que já tínhamos percebido que as políticas do Governo cumprem as políticas da troika (...) convicta e alegremente” (João Semedo).
Aliás, no mesmo jornal Público, referia-se declarações do então ministro da Saúde e actual presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo:
A Lei dos Compromissos, o diploma que, entre outras matérias, impede os hospitais de comprarem medicamentos e outro material, se não tiverem dinheiro em caixa, “coloca graves questões à gestão e planeamento dos hospitais”. Falando na Comissão parlamentar de Saúde, o ministro reconheceu, pela primeira vez, que “vai ser muitíssimo difícil aos hospitais responderem” ao que está previsto nesta lei no que toca à impossibilidade de as unidades contraírem novas dívidas junto dos fornecedores, e que actualmente atingem cerca de três mil milhões de euros.
Uma declaração comentada por João Semedo do BE:
O ministro “até pode chegar ao fim do mandato sem dívidas”, mas também “sem Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Muitíssimo oportuno
ResponderEliminarA memória é um exercício revolucionário.
ResponderEliminarNão é por nada que tantos vira-casacas, oportunistas, camaleões, toupeiras, pseudo-arrependidos e outras coisas mais, pugnam pelo apagamento da História
Enquanto os Portugueses eram entretidos com o êxito da paf, "além da troika", o rapaz núncio fechava os olhos à saída de 50 biliões para as offshores.
ResponderEliminarÊxito da PAF? Isso dizia a propaganda deles E parece que as contas não são bem essas
EliminarOh JE, êxito no sentido de música popular. Tipo pimba ou malhoa. Dahhhh
EliminarNada mudou substancialmente a não ser regalias para a função pública e criar emprego público para mal suprir uma quebra de 12,5% na força de trabalho no SNS.
Tudo regado a estímulos ao consumo e ao turismo para arrecadar impostos.
Os orçamentos passaram a farsas de orçamentar para não gastar ou para desviar destinos sem rectificaçoes - a balda e o engano como grandes opções do Plano.
Investimento, poucochinho!
Um comentário poucochinho de José
ResponderEliminarFalou-se da memória e José volta aos seus discursos de Pafista bem regado. Da força de Passos para acabar com o SNS sabemos todos. Ele também andou a mexer nos bolsos alheios mas os ladrões são assim. Embora este também andasse a encher os bolsos dos fugitivos aos impostos.
Dahhh?
ResponderEliminarO anónimo parece que se sentiu atingido. Um pouco mais de decência, que isto aqui não é o gabinete do ministro holandês
Nádia F
O SNS como bandeira de esquerda são um ridículo que o SNS não merece.
ResponderEliminarOs principais hospitais e institutos públicos de saúde existentes no país começam por ser obra do Estado Novo.
O que é bandeira de esquerda é o alargamento do serviço gratuito a quem pode pagar.
Suspeita-se que o fizeram na antecipação de que de todos fariam pobres necessitados.
Os serviços privados de saúde estão aí a provar que não o alcançaram, a bem dos necessitados do SNS.
José e o Estado novo
EliminarCaro José,
ResponderEliminarDeve ter vivido noutro país antes do 25 de Abril. Dizer que "a principal bandeira da esquerda é o alargamento do serviço gratuito a quem" - aqui deve terse enganado - "a quem NÃO pode pagar" parece um objectivo e tanto, a não desprezar. olhe, basta ler as sessões parlamentares para se perceber a situação sanitária nacional.
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2019/02/1979-quando-marcelo-se-marimbava-para-o.html
os serviços privados estão a provar a opção política de colocar o Estado a financiar um serviço privado. OPor alguma razão sempre se esteve contra a exclusividade do pessoal médico, por alguma razão se fez aprovar uma Lei de Bases em que se colocou o Estado a incentivar o sector privado e por alguma razão nunca se fez crescer e articular o SNS de modo de albergar os cuidados do funcionalismo público.
Jose e o estado fascista
ResponderEliminarAlguns dados:
Morriam 7740 crianças antes de terem completado o primeiro ano de vida que correspondia à taxa de mortalidade infantil de 45 por mil nascimentos vivos (14 vezes superior à actual) e a esperança de viver ao nascimento era 13 anos inferior à de hoje.
Em 1973, 18% dos portugueses que morreram não tinham chegado aos 50 anos de idade, facto que, por si só, traduz a prematuridade do final da vida devido a causas evitáveis que não eram evitadas.
As saudades dos mafiosos, da miséria e da decadência do país. Vamos fornecendo os números a pedido dos saudosistas do estado fascista
O José pura e simplesmente não conhecia, nem conhece o país.
ResponderEliminarConhece o país conhece. Conhece o país que quer, impinge-nos o que quer como país.
ResponderEliminarTal como o trinta e três de resto.