Está em curso uma batalha decisiva na saúde em Portugal. Décadas de desinvestimento público no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e nos seus profissionais alimentaram cada vez mais os privados com transferências do Orçamento do Estado (41% do bolo da saúde), num quadro de níveis já elevados de pagamento directo pelas famílias (29,5% das despesas totais da saúde em 2018). Este desinvestimento, que agora fragiliza muito a resposta à pandemia, foi preparado pelos neoliberais sem que a generalidade da comunicação social os questionasse sobre os problemas estavam a ser criados à defesa da saúde pública, sobre a natureza ideológica das escolhas em curso, sobre o despesismo e as injustiças que essas escolhas geravam ou, muito menos, sobre os interesses privados que alimentavam. Agora, de repente, os jornalistas passaram a fazer algumas destas perguntas, mas apenas a quem sugere rumos contrários ao neoliberal. Há uma verdadeira campanha na comunicação social para gerar alarmismo sobre a resposta do SNS e das autoridades públicas de saúde à segunda vaga pandémica, não para melhorar essa resposta, mas para os privados da saúde aumentarem os seus lucros.
Início do editorial de Sandra Monteiro no Le Monde diplomatique - edição portuguesa deste mês, que pode ser lido na íntegra na página do jornal. O número deste mês é particularmente forte em economia política e em política económica: da análise de Nuno Teles ao Orçamento do Estado para 2021 à desmontagem do mito do congelamento das rendas, feita por Ana Cordeiro Santos e Nuno Serra, passando pelo artigo de Robert Boyer sobre os futuros dos capitalismos em contexto pandémico, no seguimento do último livro de um dos fundadores da chamada escola da regulação.
Adoraria ler o artigo do Nuno Teles sobre a urgência de mais investimento público. Antes via o jornal, a edição portuguesa do Le Monde diplomatique, nas bibliotecas públicas, mas hoje passam-se meses, anos, sem que me cruze com ele (e não compro, nem esse nem nenhum, por dificuldade financeira). Depois de um tempo aceitável, compreensível para não afetar a venda, talvez o autor possa disponibilizá-lo aqui no blog. Como disse, leria com muito interesse.
ResponderEliminarNada como construir um hospital ao lado dos do privado para promover o progresso do país e da saúde pública. Avante... ou não há o que faz falta para organizar o saque do privado?!
ResponderEliminarIsto ê idiotice a mais.
EliminarAgora os privados fazem nascer hospitais e tratam os arrabaldes como coutada privada?
A desfaçatez destes homens de negócios a babarem-se pelos negócios â monopolista sem escrúpulos...
Choraminguice é pouco
«pagamento directo pelas famílias (29,5% das despesas totais da saúde em 2018»
ResponderEliminarSerá que os tadinhos dos ricos estão a pagar a sua saúde em vez de usaram a provisão pública?
O nascimento, a saúde e a morte são responsabilidade do Estado! E isto é só para começar.
Ah,essa choraminguice pelos ricos e pelos porno-ricos.
ResponderEliminarOs sonhos húmidos de jose passam por aqui.
Talvez por isso se entusiasmou tanto pelos tempos da revanche e do retrocesso social a que Passos tentou conduzir o país. Um regresso aos tempos do século XVIII
Uma verdadeira história de amor essa de jose pelos doutrinadores sociais de tal condição.Só suplantada pelos olhinhos que jose andou a fazer posteriormente a Bolsonaro
Ah e não foi só pela ideologia,segundo a sua peculiar ideologia.Foi mesmo também pelos olhinhos do sacana sem lei.Do bolsonaro entenda-se
"Das verbas públicas que financiam os cuidados de saúde, perto de 41% vão para os privados".
E jose arredonda e emite estes seus ruídos típicos, com estas oportunidades de negócio