sábado, 7 de novembro de 2020

Isto


«É mais fácil ser pai esta manhã. É mais fácil hoje dizer aos teus filhos que o caráter importa. Importa. Dizer-lhes que a verdade é importante. Que ser uma boa pessoa importa. E é mais fácil para muitas pessoas. Se fores muçulmano neste país, já não tens que te preocupar se o presidente não te quer aqui. Se fores um imigrante, já não precisas de te preocupar com a possibilidade de os teus bebés te serem arrancados ou com o repatriamento sem motivo. É uma reparação para muitas pessoas que realmente sofreram. O “não consigo respirar” não é apenas sobre George Floyd. Imensas pessoas sentiram que não conseguiam respirar.»

Da reação emocionada de Van Jones, a ver na íntegra, depois do anúncio da vitória de Biden (via Maria João Pires).

10 comentários:

  1. Então os muçulmanos nos EUA já não precisam de se preocupar porque o ogre laranja está de partida da Casa Branca, isso é muito questionável!
    A islamofobia nos EUA atingiu o seu máximo com o criminoso de guerra Bush e nunca verdadeiramente parou com Obama.
    E ainda bem que com Biden os muçulmanos do Médio Oriente, Norte de África podem ficar descansados nenhuma bomba ou drone os vai matar, tal como aconteceu com Obama...

    “já não precisas de te preocupar com a possibilidade de os teus bebés te serem arrancados ” - diz o comentador hipócrita da CNN.

    Então nos anos de Obama as crianças não estavam a ser metidas em jaulas e a ser repatriadas?

    “Enquanto o governo de Obama deportou 1,18 milhões nos seus 3 primeiros anos, o número de deportações está abaixo dos 800 mil sob Trump”

    https://thehill.com/latino/470900-deportations-lower-under-trump-than-obama-report

    “É uma reparação para muitas pessoas que realmente sofreram”

    Esta emoção do comentador “analista” de Tv demonstra bem a hipocrisia e indiferença para com a pessoa que não faz parte da bolha liberal urbana privilegiada!

    As deportações vão continuar com Biden!
    A exploração de combustíveis fosseis vai continuar com Biden, e os ecossistemas vão continuar a morrer!
    As desigualdades vão aumentar ainda mais com Biden!
    As guerras vão continuar com Biden!

    O Nuno Serra está a contribuir para que as vítimas da islamofobia, do racismo, das desigualdades grotescas e perversidade da guerra se tornem ainda mais invisíveis, como aconteceu durante 8 anos de Obama na Casa Branca!

    Pronto Nuno Serra, agora que o Ogre laranja se vai embora o Nuno e o Van Jones já podem voltar a dormir descansados, o pesadelo acabou, embora, as vítimas invisíveis aos olhos dos tipos do poder e da comunicação/ manipulação social vão continuar a sofrer…
    Quando o ecossistema do planeta morrer sofremos todos! Biden não vai cá estar para sofrer, mas os mais novos vão...

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  2. Justamente, enquanto não se falar disto, e se queira confundi-lo com cancel culture, ou political correctness, ou o que seja, nada se resolve.

    E se isto ofende as sensibilidades da maioria, como parece que ofende a do João Rodrigues, paciência...

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  3. Caros Geringonço e Jaime Santos,
    Os vossos comentários são interessantes, e mais ainda quando lidos em conjunto. No primeiro caso, intui-se e presume-se, a partir da partilha da reação de Van Jones, que se considera que o afastamento de Trump fará correr rios de mel, fazendo evaporar todos os problemas e fraturas da sociedade americana. No segundo caso, mas de outro ângulo, mais «fraturante» por assim dizer, passa de algum modo a mesma ideia. O problema, caro Geringonço e caro Jaime Santos, é que a forma como colocam as coisas branqueia Trump, suaviza Trump, colocando-o no mesmo plano de governos anteriores e futuros, de democratas ou de republicanos. E desvalorizando desse modo todas as fraturas que se aprofundaram, desde logo nas questões de classe e desigualdade. A luta continua? Sim, sem dúvida, mas agora de volta a mínimos de sanidade.

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  4. É muito feio aproveitar um post alheio para lançar pedras sobre outro comentador

    Refiro-me a Jaime Santos,claro. (Mas porque não surpreende esta forma de agir?)


    Quanto ao "geringonço"
    Há tempos escrevia ele de forma congruente com o seu rebolucionarismo de pacotilha:
    "Obama, Clinton, os media que defendem acerrimamente o “establishment” preferem Trump na presidência, pois é assim que a religião “excepcionalismo americano” pode continuar e eles a ganhar milhões!"

    Claro que preferem

    Para o joão pimentel ferreira feito ecossistema final embrulhado neste paleio de pseudo-revolucionário idiota já demos o suficiente.

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  5. A tolerância à grunharia, à ignorância, à mentira, ao domínio da ideologia sobre a simples humanidade, sofreu um claro revés com a derrota de Trump.

    Mas a votação extraordinária obtida pelo Trump significa também que a 'tolerância porque sim' é também definidora de uma falta de carácter que traz a busca de refúgio no autoritarismo.

    Diz bem o comentador quando destaca que, menos que uma vitória política foi um julgamento de carácter, uma declaração de que a política é dirigida a pessoas e não a entidades abstratas, sejam elas pontos bolsistas, classes sociais ou agrupamentos identitários..

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  6. Não acho que nós voltamos aos mínimos da sanidade, a insanidade vai continuar.

    Nuno, a crise de 2008 não foi resolvida.
    Obama salvou o Capital, o objectivo dos resgates foi exactamente esse, não foi para salvar a vasta maioria, tal como são os trilionários resgates da crise Covid, tudo para salvar o Capital, não é para nos salvar.
    Aqueles que começaram a nascer nos anos 1980 tem menos de 5% da riqueza embora sejam, actualmente, a faixa etária que mais está no activo.
    https://www.cnbc.com/2020/10/09/millennials-own-less-than-5percent-of-all-us-wealth.html

    Esta geração (e mais se vão seguir!) está a ser destruída por Biden, Obama e Clinton.

    Biden, Obama e Clinton não são melhores que Trump.
    Eles são mais sinistros que Trump porque tentam racionalizar o mal que fazem, é o tal “bom-senso”, e tem a cumplicidade da comunicação/manipulação social.

    A realidade vai piorar, Biden vai fazer o que pode para servir a classe dominante às custas da vasta maioria e da falta de acção no que diz respeito à necessária transformação da economia sustentada nos combustíveis fósseis.

    Sei que é difícil admitir porque leva-nos à difícil questão, o que é que fazemos se a situação é assim tão dramática?
    Não acredito em mudança através destas organizações que nos levaram a este ponto, novas organizações têm que ser criadas que reflictam os interesses da vasta maioria.

    Nós não podemos ficar à espera que os neoliberais parem com as patifarias, eles dominam o poder e não vão parar de degradar o mundo.

    E não se esqueça, Trump provavelmente só perdeu devido à sua gestão(?) miserável da crise Covid, se o Covid não tivesse acontecido eram mais 4 anos de Trump, e isto diz bastante de Biden e “democratas”.
    De qualquer maneira, os republicanos vão arranjar um demagogo ainda pior que Trump da próxima vez, e sim, há pior que Trump.

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  7. Com o devido respeito pelas idiotices de todo o mundo, só mesmo um neoliberal com a "qualidade" de joão ferreira pimentel pode debitar estas anormalidades ai em cima explanadas.

    Um neoliberal,postado bem à direita,a fazer-se passar não só pelo que não é, com a esperança que estas alarvidades assim debitadas possam ser representativas de qualquer pensamento decente que conteste a trampa denunciada

    Não salvará o Capital , que esse já foi salvo por Obama, afirmação que constitui mais um dos expoentes cómicos do travesti holandês.

    Agora saia aí um demagogo ainda pior que o geringonço para a mesa do canto

    ( embora ele seja tão fofinho ao chamar "demagogo" a trump, numa caracterização tão pessoal sobre quem é de facto trump)



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  8. Jose pelo seu lado faz o que pode.

    Lembram-se de bolsonaro?

    Houve um tempo em que jose tentou imitar Bolsonaro. Enamorou-se do termo "esquerdopatas" em uso pelo capanga e tentou ( em vão ) usá-lo, em vez do seu termo predilecto até então:"esquerdistas".

    Num post de Nuno Serra também, quando confrontado com «... a situação de descontrole e retrocesso civilizacional em que o Brasil está a mergulhar" não se conteve e proferiu a seguinte pérola:

    "O que se percebe é que a azia da vitória do Bolsonaro está para durar."
    (28 DE ABRIL DE 2019 ÀS 00:39)

    Pelo que estas conversões em cima da hora, sobre a tolerância e sobre esta pérola filosófica duma "tolerância porque sim"( devia começara a coligir estas preciosidades)são também definidoras de "uma falta de carácter que traz a busca de refúgio no autoritarismo"

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  9. Não foi "a tolerância à grunharia, à ignorância, à mentira, ao domínio da ideologia ... que sofreu um claro revés".

    Foi mesmo a grunharia, a ignorância, a mentira. E não foi "o domínio da ideologia" que foi derrotado. Foi a ideologia de trump, aquela que bolsonaro segue daquela forma identicamente criminosa e que fazia vibrar a corda sensível (e ideológica ) de jose

    Porque falamos mesmo de ideologia quando falamos em tudo isto.

    Também jose tenta desvalorizar "todas as fraturas que se aprofundaram, desde logo nas questões de classe e desigualdade", passando-as para o lado do "julgamento de carácter".

    Isso queria ele

    E sim, a luta continua. Porque a questão sobre a grande votação em Trump não está naquela extraordinária "tolerância porque sim"

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  10. Um artigo de Daniel Bernabé dá algumas pistas:

    "Trump ha salvado muchos puestos de trabajo, a un coste gigantesco, de un millón de dólares por empleo, al iniciar su guerra comercial con China, teniendo los mejores datos de empleo, aún a costa de la precariedad, de las últimas décadas. Además Trump sigue teniendo el apoyo de determinadas élites que se vieron enormemente perjudicadas por la globalización, las productoras, frente a las tecnológicas y financieras. No se equivoquen, en mi opinión, Trump, por lo que les expondré a continuación, es un peligro civilizatorio, lo cual no implica que tras la gigantesca incertidumbre de esta pasada década, haya millones de personas, en un espacio enormemente transversal, a las que les da completamente igual ese peligro. "Quiero seguridad vital y me da igual el resto", es su máxima, una injusta y peligrosa, pero desde luego nada sorpresiva ni descabellada. La época de estable caos neoliberal, donde lo único que importaba era elegir el banco que nos diera el mejor crédito, se ha terminado para siempre. Ahora queremos saber qué va a ser de nuestra vida, ansiamos la certeza por encima de la democracia. Y eso parece que tampoco conviene señalarlo.

    El proyecto de Trump tampoco es sorpresivo ni nuevo. Entronca con una rama capitalista que asume que la democracia no es que sea una molestia necesaria, sino un hecho que se puede retorcer, incluso eliminar, en demérito de un autoritarismo basado en el espectáculo, la comunicación sesgada, la creación de enemigos internos artificiales, la polarización permanente e incluso conducida a un tipo de electoralismo censitario, escasamente representativo y con su resultado pautado de antemano. Lo mismo que el proyecto neoliberal, vaya, pero en vez de mediante seducción, marketing e ideología aspiracional, con miedo al vecino. Trump, y esto es especialmente incómodo de escribir, no ha surgido de la nada, sino del propio proyecto neoliberal, uno que socavó la economía productiva y, por tanto, rompió la base material para el sistema político derivado del capitalismo, la democracia liberal. Si no somos potencialmente iguales en lo vital, al menos en esa oportunidad teórica que proclamaban los fordistas, difícilmente podremos ser iguales en nuestra acción ciudadana. Hemos pasado del ascensor social a la trinchera social y lo hemos hecho desde que Thatcher y Reagan aparecieron en escena. Justo en esta época, los ochenta, fue cuando Trump amasó su fortuna especulando con el suelo en la Nueva York quebrada por la trampa de la deuda.

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