sábado, 20 de junho de 2020

Nem milagre, nem tragédia (I)


«Tenho o cuidado de não acompanhar as mudanças de humor, que saltam do milagre português para a tragédia portuguesa. Não é para o número de infetados que olho. Portugal é dos que mais testa e isso tem um preço. E mais infetados seriam inevitáveis, com o desconfinamento. É para os óbitos, internados em cuidados intensivos e internados em geral que temos de olhar. Porque isso é que é objetivo, não dependendo do universo de testados. E isso é que me diz que o SNS está a responder, objetivo primeiro da contenção. Os números de quarta-feira, divulgados ontem, causaram alarme – aumentando com a morte de um médico – e é provável que esse alarme se agrave. Falemos deles, só para perceber a excitação mediática. Houve mais 417 infetados e isso parece assustador. Mas até houve mais recuperados (430). Houve menos 19 internados num sistema que ainda está muitíssimo longe da sua capacidade máxima (tem 416 internados por covid). Houve menos dois internados em cuidados intensivos (67). Houve um óbito. São estes os números que nos interessam, porque são os únicos com uma função prática e uma base rigorosa. Olhando para estes números, preocupam-me mais os mortos colaterais com outras doenças, por não recorrerem ao SNS, anunciados pela ENSP. Isto não quer dizer que as coisas não derrapem. Mas temos de ser consequentes. Queríamos mais testes, temos de saber lidar com os efeitos disso. Queríamos desconfinar e isso levaria sempre a mais infetados. Queríamos que o SNS conseguisse responder e ele está a responder. Nunca houve um milagre, não há uma tragédia.»

Daniel Oliveira, Do milagre à tragédia, da tragédia ao milagre

16 comentários:

  1. É isto que deveria ter sido dito desde o primeiro momento. O objectivo é manter o número de infecções o mais baixo possível, sempre dentro da capacidade de resposta do SNS, para evitarmos o que aconteceu aqui mesmo ao lado.

    Quer isto dizer que poderemos agora gerir a pandemia à sueca? Não, até porque a 'gestão sueca' deixou muito a desejar. Quando não se minimiza o risco, aparecem uns cisnes negros que deitam tudo a perder:

    https://www.socialeurope.eu/sweden-the-pandemic-and-precarious-working-conditions

    Então, precisaremos de novos períodos de confinamento no futuro? Provavelmente. Quantos? As vezes que forem precisas...

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  2. são os mais novos que estão a ser infectados daí o baixo nº de mortos e de internados é circunstancial o nº subirá à medida que os meses passarem e as pessoas terem menos cuidados

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  3. Isto é tentar tapar o sol com a peneira. Existe um foco infeccional preocupante na Região de Lisboa que se não for controlado pode vir a fazer retroceder o país inteiro. Meter os números no saco nacional, diluindo-os, e uma espécie de batota.

    "Dos 422 doentes internados no país, 381 estão na região de Lisboa e Vale do Tejo. Hospital Amadora-Sintra encaminhou doentes para o Hospital Militar e para o Hospital de Abrantes."

    https://www.publico.pt/2020/06/20/sociedade/noticia/reuniao-pm-debate-lisboa-pressao-subiu-hospitais-regiao-capacidade-responder-1921280

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  4. Outro confinamento é a medida mais absurda e trágica. O número de internados e em CI diminui, o número de óbitos diminui, a taxa de letalidade é patética de tão baixa. Há mais infectados, inconsequentes. Esta histeria é ridícula e incompreensível

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  5. Jagganatha é apenas o pobre joão pimentel ferreira a fazer-se passar por aquilo que não é

    A raiva desmedidada que lhe deve ter trazido este texto de Daniel Oliveira só tem comparação com o esforço terrível para se fazer passar pelo anjinho tonto que aqui aparece

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  6. Infelizmente pimentel ferreira volta como Dulcineia, perdão, Durcet.

    De forma histérica e ridícula, vai-lhe na alma todo o rancor pelo facto do tão depauperado SNS português,tão assaltado pelos interesses privados que defende, ter até agora resistido

    Enquanto os monstros privados na saúde mostraram ao que vêem e o que buscam. As odes que este tipo berrava pelas PPP...

    Já por inúmeras vezes o tentou. Mais uma que o vai levar a desaparecer com a mesma velocidade que um desonesto personagem o faz, quando é apanhado com a mão na massa

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  7. Por acaso o artigo referido sobre a gestão sueca tem mais a mostrar do que se tenta fazer crer

    Since the first cases of Covid-19 were registered in Sweden, the government’s strategy has remained basically the same—no lockdown, no curfew, no compulsory facemasks. Instead, the authorities have made non-intrusive recommendations to the public at large to slow the spread of the virus: wash your hands, keep a social distance, work from home if possible and avoid unnecessary travel. The main focus has been on protecting those at risk—primarily the elderly.

    The correlation between old age and the risk of serious disease or death if infected with Covid-19 has been clear since the beginning of the pandemic. There has been a consensus that to avoid overburdening emergency care the virus must not be allowed to spread in retirement homes or within homecare.

    Still, 90 per cent of those who have so far died from Covid-19 in Sweden were over 70 years old—and most were at the mercy of the state that promised to protect them. According to statistics from the Swedish National Board of Health and Welfare, half of the deceased between March and mid-May lived in eldercare homes, and another 26 per cent received tax-funded homecare.

    Lack of equipment
    One important reason why the virus could spread in eldercare has been the lack of personal protective equipment. The Swedish government was able to secure deliveries of PPE to hospital staff. The employees of homecare services, however, were for a long time forced to craft their own protective visors out of overhead folios and gaffer tape, and to go shopping for protective facemasks at their local hardware store.

    The elderly were isolated from their children and grandchildren to keep them safe from the virus. Instead, they were unwittingly infected by their unprotected carers.

    Another underlying cause is the fragmented organisation of eldercare in Sweden, where a ‘free choice’ voucher system allows for unlimited profit-making private actors to compete for clients. As Mari Huupponen, an eldercare expert at the municipal workers’ union, Kommunal, has pointed out, profit-oriented management techniques have significantly changed public welfare in Sweden since the 1990s. Today in Kungsholmen, an inner-city district of Stockholm, there are more than 50 such eldercare actors—making a co-ordinated effort to cope with the spread of the coronavirus all but impossible.

    Most commentary on the Covid-19 death toll in Sweden has been on the absence of lockdown, yet privatisation and precarity in eldercare should really be in the spotlight.

    An even more decisive factor has been the precarious working conditions of care workers. The use of precarious contracts is systematic, says Kommunal. At the start of the pandemic in March, 40 per cent of homecare workers in Stockholm were employed on hourly contracts, from day to day and hour by hour. Clearly, many of these precarious workers simply could not afford to follow the most critical advice from the Swedish authorities: ‘stay home if you are sick’.

    An examination of municipal budgets for eldercare carried out by Arena Idé, a non-partisan think tank funded by Swedish trade unions, has shown that 96 per cent of Swedish municipalities were planning budget cuts in 2020. These savings are not new—austerity has plagued eldercare for decades. In the 1980s, an employee of the homecare service would visit four people during a full-time shift; in 2015, that employee was expected to visit 12 in the same time. This is in spite of the fact that those who are granted homecare service today are older and more vulnerable than the same group in the 1980s.

    As políticas neoliberais, de precarização do trabalho e de privatização da saúde matam

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  8. É isso mesmo, temos de ser consequentes nas análises que fazemos evitando discursos (fáceis) bipolares. Discursos por trás dos quais se escondem inconfessáveis interesses.

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  9. JE, o(a) sr(a) deve ter uma paixão platónica com esse tal Pimentel Ferreira - que não faço a mínima  ideia quem seja -, está tão obcecado que nem se dá ao trabalho de comentar as publicações.
    E o que raio tem o que escrevi que ver com a defesa das PPP e interesses privados? Eu referi que o número de internados e óbitos tem diminuído e que a taxa de letalidade - sobretudo em Portugal - é muito baixa, 3,93% está longe de justificar o alarmismo histérico que vemos disseminado. E não vejo fundamento para a morte de um(!) médico de 68 anos(!) causar qualquer alarme, só mesmo na cabeça de quem: 1) acha que os médicos não morrem, e das mesmas doenças que os outros seres humanos; 2) acha que o Covid inventou a mortalidade.
    Há mais infectados, a esmagadora maioria, assintomáticos, ou ligeiros, inconsequentes. E ainda bem, é da maneira que ganham imunidade mais depressa.
    Ponha um filtro e pense antes de escrever coisas sem sentido.

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  10. De facto as políticas neoliberais matam.

    Os funcionários dos serviços de assistência domiciliar na Suécia foram forçados por muito tempo a fabricar as suas próprias viseiras protetoras com fólios aéreos e fita adesiva, e a comprar máscaras protetoras em lojas de ferragens local.

    A organização fragmentada da assistência a idosos na Suécia, onde um sistema de 'livre escolha' permite que atores privados com fins lucrativos ilimitados actuem da forma como actuam

    As técnicas de gestão com fins lucrativos mudaram significativamente o bem-estar público na Suécia desde os anos 90.

    A privatização e a precariedade na assistência a idosos em destaque.

    Um fator ainda mais decisivo foram as precárias condições de trabalho dos trabalhadores. O uso de contratos precários é sistemático. No início da pandemia em março, 40% dos trabalhadores da assistência domiciliar em Estocolmo trabalhavam com contratos por hora, dia a dia e hora a hora.

    96% dos municípios suecos planeavam cortes no orçamento em 2020. Essas economias não são novas - a austeridade uberalles.

    Claramente o neoliberalismo ao assalto e a deixar o seu rasto destrutivo. Uma outrora social-democracia rende-se desta forma e com estas consequências

    É preciso mesmo voltar a lutar pelo socialismo

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  11. Durcet pimentel ferreira

    Para peditórios idiotas já dei. As suas paixões platónicas sobre o seu próprio caso é um caso que só tem a ver consigo mesmo

    Pimenteis ferreira a tentarem passar por virgens impolutas já vamos em mais de um cento. É sempre o mesmo espectáculo idiota e da treta

    Pelo que os filtros de desonestos podem ir para o sítio devido, aí na Holanda donde abanca agora esta "coisa"

    Quanto ao paleio de durcet pimentel ferreira nem sequer vale a pena abordar. Estas entradas à Bolsonaro e saídas à bolsonaro mas agora travestido de delinquescências suspeitas, já todos conhecemos

    Junte-se aí à esquina a tocar a concertina com o evangélico de turno

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  12. Um Durcet acabou de dar à costa por aqui

    Desesperado, em busca de si próprio, (!) joão pimentel ferreira interroga Bolsonaro e o Mises lá do sítio:

    Onde foi que errei? Devia ter-me travestido do Olavo de Carvalho?

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  13. A(O) sr(a) JE está apresentada(o), e continua com a lenga lenga da sua obsessão com o tal Pimentel Ferreira, eheh.
    No que importa, os números da Covid são bastante animadores, as políticas deviam agora ser dirigidas à protecção específica dos grupos de risco, abertura total do comércio e amplo desconfinamento para os jovens.

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  14. Ahahahah

    Durset pimentel ferreira,apanhou uma gripe lá na Holanda quando lia os panfletos de bolsonaro. E caiu por aqui de pára-quedas

    Para saírem os lacraus de debaixo das pedras há várias estratégias. Uma delas é esta:"Mais uma que o vai levar a desaparecer com a mesma velocidade que um desonesto personagem o faz, quando é apanhado com a mão na massa".

    Ei-lo aí a esbracejar. E a tentar desta forma tão divertida tentar mostrar que não foi apanhado com a mão na massa. E a tentar mostrar que não é o joão pimentel ferreira. E que o tal JE tem uma obsessão por ele, embora tenha falado demais.

    Basta agitar as águas. E eis em toda a sua alvura, um traste pantomineiro que sai do lodo holandês

    Sonra agora este mamar doce final de João pimentel ferreira, qual Bolsonaro em processo de negação.

    Ahahahah

    Mais um

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  15. Peço desculpa ao autor do post,o Nuno Serra, por ter participado de uma pequene conversa lateral que em nada contribui para elevar o nível da discussão sobre um tema sério. Infelizmente a blogosfera está pejada de idiotas, e muitas vezes é dificil resistir à tentação de dar réplica. Obviamente que, da minha parte, aquela pessoa terá doravante o desprezo que merece.

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  16. Durcet pimentel ferreira volta ao ataque

    Obviamente que a net está pejada de idiotas. Que, para além de o serem, são irremediavelmente aldrabões e desonestos

    João pimentel ferreira, que se fazia passar por professor em Estocolmo, resolveu sair de debaixo do chão e aparecer por aqui,coloquialmente cavaqueando, como se de velho compincha se tratasse. Como "Durcet", uma coisa assim aparecida em combate por geração espontânea

    E surge logo com um dos leit motiv favoritos de João pimental ferreira, que tem um ódio danado ao SNS e que assumiu aqui, já por muitas vezes, aldrabices rascas sobre a saúde, aqui,em Portugal

    Perante o confronto com a realidade de outros países, bem mais ricos do que nós,estávamos a sair-nos bem. E o que vemos está condensado no título desta crónica: "nem milagre,nem tragédia"

    O que fazer quando a realidade não joga com a pestilência ideológica ( e criminosa) dos neoliberais?

    Armar-se em doutrinário made in bolsonaro e dizer: desconfinem,desconfinem. Um amplo desconfinamento para os os jovens

    Uma espécie a fazer o seu trabalho contra a saúde pública em Portugal tem muitos nomes e todos feios. É preciso descer muito baixo. Pelo que joão pimentel ferreira tem que surgir disfarçado. Logo em "durcet" um tipo de que nunca se viu a ponta de um dedo e que se comporta com aquele tipo de discurso de aldrabão barato,tentando fazer passar as maiores barbaridades como se celestiais verdades fossem. Tal qual o sujeito ao serviço da classe empresarial e política da Holanda

    (Durcet era aliás um personagem do Marquês de Sade, um militar de carácter duvidoso. Que seja o escolhido pelo joão pimentel ferreira para o fazer surgir agora, tem requebros de conotações bastante cómicas que um dia se explicará)

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