Nos últimos dias, têm-se multiplicado as notícias e os artigos de opinião onde se discute a resposta económica à recessão que se aproxima. Boa parte dos comentadores concorda que o regresso à austeridade será necessário para suportar os custos da resposta à pandemia; alguns dizem mesmo que este é inevitável, dada a necessidade de reequilibrar as contas públicas. No entanto, a austeridade é uma ideia que tem tanto de intuitivo quanto de errado.
É isso que recorda o historiador económico Adam Tooze, autor de um dos melhores livros sobre a última crise financeira, num artigo publicado no The Guardian: a austeridade como resposta ao endividamento é uma estratégia errada, contraproducente e, acima de tudo, evitável.
Errada porque os gastos de uns são os rendimentos de outros. Numa recessão de dimensões inéditas, a restrição da despesa pública agrava a espiral recessiva de quebra da atividade económica, aumento das falências e do desemprego, quebra do consumo, e assim sucessivamente. Além disso, os cortes nos serviços públicos reduzem a sua capacidade de resposta a crises como a que atravessamos - no início do surto de coronavírus, a análise ao número de camas hospitalares em cada país mostrava como os que desinvestiram nos serviços de saúde se encontravam em piores condições. Neste contexto, a austeridade é a garantia de uma crise acentuada.
Contraproducente porque, ao limitar a despesa e o investimento necessários para responder à recessão, tem um efeito negativo no crescimento económico, dificultando por sua vez a diminuição do rácio da dívida pública no PIB. No fim de contas, a austeridade tem o efeito oposto ao que dizem ser o objetivo (reduzir o endividamento dos países), além de piorar as condições que cada país tem de cumprir as suas obrigações (por limitar o crescimento da economia).
Evitável porque, na prática, os bancos centrais podem financiar diretamente a despesa pública. Esta solução, que tem vindo a ganhar apoio entre os economistas convencionais, consiste na atuação do banco central como fonte de financiamento principal dos governos e tem o mérito de evitar que os países fiquem reféns dos mercados financeiros para se financiarem. A crítica mais comum é a de que esta medida, que se baseia na criação de moeda pelo banco central, pode levar a uma subida generalizada dos preços; no entanto, no atual contexto recessivo, o único risco verdadeiramente existente é o de deflação, devido à interrupção da produção e das vendas. Além disso, alguma inflação seria útil como forma de diminuir o valor real das dívidas.
A austeridade está, por isso, longe de ser inevitável. Como defende Tooze, "possuímos as instituições e os instrumentos necessários para neutralizar o problema da dívida relacionada com o coronavírus. Utilizá-los é algo que devemos a nós próprios." Não é compreensível que, pouco mais de uma década depois da última crise, se repitam os mesmos erros.
"Errada porque os gastos de uns são os rendimentos de outros"
ResponderEliminarEsta ideia já foi rebatida por diversas vezes no quadro macroeconómico. Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.
Deu a esquerda agora em libertária globalista? Defensora dos preceitos mais radicais da O.M. do Comércio?
Fiquei confuso!
"Evitável porque, na prática, os bancos centrais podem financiar diretamente a despesa pública"
ResponderEliminarMais outro mantra de esquerda já por diversas vezes rebatido. Colocar os bancos centrais a financiar a economia cria dois grandes problemas: A) Não estimula a eficiência do estado na forma como lida com o dinheiro que recebe do banco central, adiando as mal-fadadas reformas estruturais. B) Cria inflação, depreciando poupanças e rendimentos de trabalhadores e pensionistas.
Se esse técnica monetária e orçamental fosse tão simples, porque motivo a Venezuela não resolveu o seu problema econónico pela via do financiamento da economia através do banco central? Porque motivo Portugal passou por dois resgates ao FMI na era do Escudo pós 25 de Abril quando o BdP financiava o estado de forma robusta?
"Não é compreensível que, pouco mais de uma década depois da última crise, se repitam os mesmos erros."
ResponderEliminarVicente, não são erros... É assim de propósito!
Acham mesmo que a transferência de riqueza da base para o topo que aconteceu depois de 2008, e agora ainda maior transferência com a desculpa do Covid19, acontecem porque os do topo da hierarquia não sabem o que estão a fazer?
Austeridade perpétua para a maioria da população são as famigeradas "reformas estruturais" que os neoliberais repetem ad nauseam...
Nós temos que parar com os eufemismos e lutar contra este mal, e nós temos que derrotar este mal!
A crise do Covid19 é apenas mais uma crise que se junta à crise social, ambiental e económica.
Não podemos continuar a fingir que esta gente do topo da hierarquia querem o nosso bem, nós temos que mobilizar e exigir a mudança, somos nós, o povo, que tem que mudar este estado de coisas.
Para as medidas que fazem sentido há sempre um limite a partir do qual a solução passa ser o problema.
ResponderEliminarO fim da austeridade apregoado e implementado pela geringonça é disso o mais recente exemplo: tascos e tasquinhas, lojas e lojinhas, hosteis, hotéis,...tudo bombado a pressão sobre salários e benefícios, com um residual investimento público.
Com o consumo e o turismo bloqueados pela pandemia, que outros instrumentos podem agora criar-se onde só permanece um brutal peso de dívida e da despesa pública?
E que gente - que não imigrantes - é hoje possível motivar para a agricultura, florestas, minas e obras públicas?
Uma cultura de benefícios e comodidades, recoberta de direitos a um modelo de felicidade que sempre se aproxima do ócio, promove facilmente dívida mas não mobiliza para tarefas alternativas à pura, dura e inconveniente austeridade.
Que recursos estão disponíveis para que o Estado possa criar e gerir investimento que seja reprodutivo em prazo não longínquo e não dependente da evolução de todo o entorno económico?
Quais as estratégias de longo prazo, já em processo, sobre as quais o esforço de investimento possa promover o seu lançamento/desenvolvimento no curto prazo?
ResponderEliminarÉ tempo de que as alternativas à austeridade não se limitem a um consumo condicionado pela pandemia.
Austeridade é um eufemismo neoliberal, "chapéu" para roubo, saque, extorsão, entrega de empresas relevantes para a segurança nacional a Estados estrangeiros, etc. Uma coisa são as semelhanças, no plano económico, entre a crise de 2008 e a actual situação que, diz-se, poderá ainda ser mais grave; outra coisa serão as diferenças políticas, se o Estado apostar em não destratar as classes trabalhadoras. Os actores políticos já se encontram a marcar território, a começar pelos campeões da "austeridade". Ver-se-á; também depende de nós.
ResponderEliminarCaro João Pimentel Ferreira,
ResponderEliminar«Esta ideia já foi rebatida por diversas vezes no quadro macroeconómico.»
A sério? Rebatida por quem, e onde?
«Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.»
Certo, e portanto o gasto de uns (o funcionário público neste caso) continua a ser o rendimento de outros (o empresário exportador chinês, neste caso). Se a austeridade vira moda, tanto perde o funcionário público português, como o hipotético empresário exportador chinês -- ou seja perdem todos, tal como se explica no post. Exactamente qual é o problema, então?
«Deu a esquerda agora em libertária globalista?»
Os libertários (e mesmo a OMC, embora de um modo mais cuidado) defendem a omnisciência "dos mercados", sendo portanto contra toda a qualquer intervenção do estado. O que é que no post o poderia ter levado a pensar que se está a defender algo desse género?! Quando se defende o exacto contrário?!
«A) Não estimula a eficiência do estado na forma como lida com o dinheiro que recebe do banco central, adiando as mal-fadadas reformas estruturais.»
Folgo em o ver preocupado com a eficiência! Mas então concorda com Nuno Teles e Catarina Príncipe, quando escrevem (https://jacobinmag.com/2020/04/gdp-united-states-eurozone-pandemic-economy-crisis-capitalism):
«The economic crisis will require planning, implying the nationalization of strategic sectors: energy, telecommunications, transport, infrastructure, and, above all, the banking sector. [...] Only with political direction and socialized banks, such as new directed credit, can we respond with the necessary resources and in a systemic way to the crisis. [...] In the necessary endeavor to centralize investment decisions, banks have an immense privilege in mobilizing and managing information from the most diverse economic agents, without which any policy that seeks to reallocate, in an aggregate way, present and future resources will not succeed.»
Certo...?
«B) Cria inflação, depreciando poupanças e rendimentos de trabalhadores e pensionistas.»
Aqui está a ser aldrabão! (de propósito?) Porque, em primeiro lugar, é um disparate preocupar-se com inflação, quando o receio é uma espiral deflacionária (devido ao colapso generalizado da procura). Mas mesmo que a inflação fosse um problema, ela não diminui apenas poupanças e rendimentos de trabalhadores. A inflação também diminui o valor real das dívidas! O que não serve de muito ao pensionistas, provavelmente, mas poderia ser uma fonte de alívio para trabalhadores endividados. Ao contrário da austeridade, que diminui rendimentos (tal como a inflação), mas deixa as dívidas inalteradas! Mas tenho a certeza que isto foi apenas um pequeno pormenor que se esqueceu de mencionar :-)
Adam Tooze está a falar da Inglaterra e dos states.
ResponderEliminarNada disto se aplica à distópica zona euro, que continuará a trabalhar para o excedente germânico e para o paraíso fiscal holandês, mesmo que tudo rebente daqui nos próximos tempos.
Aqui, ficaremos a rezar para que os ordoliberais não sejam muito maus connosco, tal como em 2010.
Na verdade, as diferenças entre o neoliberalismo e o estalinismo são poucas.
João Pimentel Ferreira,
ResponderEliminar1) Na anterior legislatura, o reforço dos salários esteve por trás do aumento do consumo interno, que o Banco de Portugal reconhece como um dos principais motores do crescimento económico sustentado. Isso não é mutuamente exclusivo com um aumento das importações. O que é certo, sim, é que esmagar o mercado interno não é uma grande estratégia de crescimento, como os anos da troika e do governo PSD-CDS demonstraram.
2) A preocupação com a inflação é refutada no texto, não acho que seja necessário insistir em como esse raciocínio está errado.
Se o objetivo é voltar a impor um programa austeritário que acentua a recessão e leva a mais uma década perdida para gerações inteiras, vão ser precisos argumentos convincentes.
Vítor Correia, austeridade é tão-somente controlo da despesa pública. Se mais de 2/3 da despesa pública vai para salários, pensões e prestações sociais, é extremamente difícil fazer controlo da despesa pública sem afetar essas rúbricas do orçamento de estado. Mas gostaria de ouvir as suas sugestões, considerando as rúbricas do OE e não diatribes demagógicas.
ResponderEliminarÓscar Pereira,
«Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.»
Mas esta frase não servia para rebater a frase que citei originalmente. Essa frase está correta, mas você encara-a como uma máxima da economia política. Esta minha outra frase servia para enfatizar que estaríamos mais uma vez a criar um problema na balança de pagamentos e na dívida externa, pois estaríamos a alocar recursos nacionais (o salário do funcionário público obtido através da fiscalidade) para o estrangeiro (o empresário chinês).
Repare no absurdo: se em teoria colocassemos todos os portugueses a comprarem apenas e apenas só produtos e serviços feitos na China, a sua máxima salvífica continuaria correta ("os gastos de uns são os rendimentos de outros"), e todavia seria um desastre para a economia nacional.
A) Caro Óscar, parece-me que confunde os princípios. Tornar o estado mais eficiente na forma como lida com os recursos que tem à sua disposição é totalmente diferente de tornar o estado maior, fazendo-o lidar com ainda mais recursos. Permita-me um exemplo: se eu lhe disser que você deve tornar o seu automóvel mais eficiente, a solução não é comprar em acréscimo outro carro mais eficiente e ficar com os dois.
B) Neste ponto dou-lhe alguma razão (não, não que seja aldrabão). A inflação é boa naturalmente para devedores como Portugal e não aparenta para já ser um risco. Julgo todavia que em qualquer caso você ficou mal habituado a estabilidade monetária trazida pelo Euro nos últimos 20 anos. A lei económica é muito simples: a inflação depende da liquidez monetária, basta o BCE começar a imprimir dinheiro de forma cada vez mais copiosa e a entregá-lo diretamente aos estados, e não tenha qualquer dúvida que a inflação virá em força. Não há nenhuma varinha mágica que diga que o Euro é uma divisa especial imune à inflação.
Vicente Ferreira
ResponderEliminar1) O mesmo reforço que voltou a tornar a nossa balança comercial deficitária e a fazer aumentar a nossa dívida externa. Talvez devesse ler o insuspeito Ricardo Paes Mamede, sobre porque motivo Portugal não cresceu de forma sustentada desde que entrou no Euro: dívida externa. O que ele não diz é que essa dívida externa é criada porque o estado aloca mais recursos a salários do que ao investimento público ou a baixar fiscalidade para empresas.
2) De acordo com a teoria económica, a inflação a longo prazo não depende da procura, mas da liquidez monetária: "However, the consensus view is that a long sustained period of inflation is caused by money supply growing faster than the rate of economic growth.[10][11]"
https://en.wikipedia.org/wiki/Inflation
João Pimentel Ferreira,
ResponderEliminar1) Em primeiro lugar, reconhece a importância incontornável do consumo privado para a retoma do crescimento no país. Menos mal. De resto, o problema do desequilíbrio externo já foi discutido neste blog. Tem toda a razão em afirmar que este se deve ao euro, mas isso não é motivo para abraçar a austeridade para a qual a moeda única nos empurra; é, sim, motivo para questionar a arquitectura profundamente defeituosa do euro e propor alternativas.
2) A wikipedia nem sempre é a melhor fonte para informação, sobretudo se apenas apresenta apenas uma versão da teoria dominante, sem contraditório e sem exposição das evidências empíricas que a refutam. Como é que explica, por exemplo, os milhares de milhões injetados no âmbito do QE sem nenhum resquício de inflação? Experimente ler o que diz o insuspeito editorial do Financial Times: https://www.ft.com/content/bedbf958-888a-11ea-9dcb-fe6871f4145a
Vicente Ferreira
ResponderEliminar1) Reconheço, mas reconheço também que Portugal é uma economia aberta ao mundo, e porque as pessoas não podem ser forçadas a comprar apenas produtos nacionais, até porque a oferta é pobre ou ausente em muitos setores, quando aumentamos o poder de compra dos indivíduos, particularmente daqueles que recebem do estado, estamos na prática alocar recursos da economia produtiva para o exterior, i.e., alocamos impostos obtidos de quem gera riqueza para o exterior.
Claro que o euro acentua este problema, mas a alternativa seria muito pior, inflação galopante que desvalorizaria salários e pensões (ver o valor real dos salários entre 1974 e 1992, quando Portugal estabiliza o Escudo ao ancorar o escudo ao Mecanismo Monetário Europeu).
2) Nenhum resquício?! A Holanda o ano passado teve cerca de 3% de inflação. Na zona Euro ronda os 1,5% (https://www.ecb.europa.eu/stats/ecb_surveys/survey_of_professional_forecasters/html/table_hist_hicp.en.html) Qual é o valor que considera salutar economicamente? 28%, como em 1984, quando tinhamos soberania monetária?
O Pimental Ferreira ou não entende ou faz-se desapercebido.
ResponderEliminarA soberania monetária, na pressuposição de uma maioria geringonçosa, é instrumento fundamental para reconstituir os idos de 75: controlo e desvalorização do capital - impostos e redistribuição de rendimentos; o Estado entregue a engenheiros sociais e planeadores económicos.
José, ademais a inflação também é um excelente mecanismo para aumentar impostos. O Milton Friedman tem um tópico apenas sobre este tópico. Muito raramente os governos atualizam os escalões de IRS em função da inflação et voilá, um aumento de impostos encapotado sem que a turba proteste muito.
ResponderEliminarVicente Ferreira
ResponderEliminar2) O artigo da wikipédia cita as fontes:
- "Abel, Andrew; Bernanke, Ben (2005). "Macroeconomics" (5th ed.). Pearson. Measurement of inflation is discussed in Ch. 2, pp. 45–50; Money growth & Inflation in Ch. 7, pp. 266–269; Keynesian business cycles and inflation in Ch. 9, pp. 308–348."
- "Mankiw, N. Gregory (2002). "Macroeconomics" (5th ed.). Worth. Measurement of inflation is discussed in Ch. 2, pp. 22–32; Money growth & Inflation in Ch. 4, pp. 81–107; Keynesian business cycles and inflation in Ch. 9, pp. 238–255."
A inflação a longo prazo é estabelecida quando a taxa de crescimento na quantidade de dinheiro é superior à taxa de crescimento económico.
A um comedido e fundamentado post de Vicente Ferreira aparecem, feitos escribas rebarbativos, joão pimentel ferreira e jose
ResponderEliminar( não conta o paulorodrigues porque não é outro senão pimentel ferreira a tentar marcar terreno. Do "victor" falaremos noutra altura. Mas dá para ver a "honestidade" dos sujeitos)
Tem o condão de mostrar várias coisas tal fúria epistolar. Tocaram-lhes num ponto sensível
Ate a Wikipedia citam.(A wikipedia onde foi apanhado o joão pimentel ferreira a deturpar a versão em língua portuguesa e a aparecer como "autor" de autênticas barbaridades. Revelador do que de facto é por vezes esta "plataforma")
De facto cansa e enjoa ver um aldrabão sem escrúpulos não ter o mínimo pudor.
ResponderEliminarPrimeira versão de JPF:
"Errada porque os gastos de uns são os rendimentos de outros"
Esta ideia já foi rebatida por diversas vezes no quadro macroeconómico. Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.
Resposta serena de Óscar Pereira:
"«Esta ideia já foi rebatida por diversas vezes no quadro macroeconómico.»
A sério? Rebatida por quem, e onde?
«Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.»
Certo, e portanto o gasto de uns (o funcionário público neste caso) continua a ser o rendimento de outros (o empresário exportador chinês, neste caso). Se a austeridade vira moda, tanto perde o funcionário público português, como o hipotético empresário exportador chinês -- ou seja perdem todos, tal como se explica no post. Exactamente qual é o problema, então?"
(Resposta serena mas firme diga-se em abono da verdade)
A como"responde" a isto o pimentel ferreira?
"Os gastos de um funcionário público português podem ser os rendimentos de um empresário exportador chinês.»
Mas esta frase não servia para rebater a frase que citei originalmente." (blablabla mais blablabla)
Esta frase servia exactamente para esse fim. Só que JPF nem tem arcaboiço intelectual para uma discussão com um mínimo de nível nem tem tomates para assumir o que diz
Nove comentários
ResponderEliminarNove comentários arrasta atrás de si João pimentel Ferreira. Ora como ele próprio, ora com outros nicks de ocasião
Isto define um personagem. Um perfil, uma ideologia, um método e um carácter . Ou a falta dele.
Nem adianta que jose venha em seu socorro.Inicialmente com a sua velha lenga-lenga sobre as lojinhas e as lojecas que lhe estragam as rendas de proprietário. Para depois passar directamente para uns queixumes amargos sobre a motivação "para a agricultura, florestas, minas e obras públicas"
Deve estar a reinar.Só pode.Ele,antes um fidedigno nacionalista convertido depois em fidedigno neoliberal dos quatro costados, a criticar assim a politica de Cavaco? A política de direita, a da CEE com todos, a da venda ao desbarato do país e das suas riquezas?
E então onde estão as odes de jose às privatizações e ao descalabro do nosso tecido económico, desde o industrial, pescas, agro-pecuário...?
Salvo melhor opinião , este tipo é uma fraude. Fiquemos por aqui
(deixemos para lá a inovação político-ideológico-económica de Jose:
ResponderEliminar" É tempo de que as alternativas à austeridade não se limitem a um consumo condicionado pela pandemia."
Será demasiado cruel desbobinar o que está por detrás deste slogan?)
Volta de novo JPF a fazer jus aos seus métodos. Auto-dialoga com o "victor", para se auto-apascentar contra o seu próprio discurso demagógico. Aproveita o embalo para cuspir sobre os salários dos que trabalham e dos que trabalham para o Estado, "esquecendo-se " de nomear desta vez o SNS, contra o qual andou por aqui a salivar de forma odienta e odiosa. Não convém no presente. A medicina privada, que apresentava como o paraíso terrestre e com que acompanhava os seus versos medíocres, é afinal uma fraude para a população. Mas não para quem tenta tirar lucros desmedidos à custa do sofrimento e da doença
ResponderEliminarE chama outro comparsa: paulorodrigues
O serôdio personagem está em roda livre. Nem a wikipedia, com a qual colabora, truncando e aldrabando textos, o consegue safar
Nem a invocação do santo nome desse paraíso fiscal para muitas das nossas empresas, a Holanda,lhe serve de manto protector
ResponderEliminarE tem uma péssima memória.
Dirá:
"quando aumentamos o poder de compra dos indivíduos, particularmente daqueles que recebem do estado, estamos na prática alocar recursos da economia produtiva para o exterior"
Deixemos passar a rábula dos indivíduos que ganham muito no Estado. Esta é a conversa da treta habitual dos que tentam ocultar as rendas derivadas das PPP e das negociatas de casino.Não se lembrará o pobre pimentelferreira da sua apologia néscia das ditas PPP? Há registos para lhe esfregar na face.
Mas refresquemos a memória de JPF. A propósito do caso ele até tentou fazer passar a ideia da compra de BMW à Alemanha como testemunho da sua tese. "Olvidou" simplesmente o que se lhe disse na altura.Que era uma questão de tornar inacessível uma série de produtos.
Meteu na altura o rabo entre as pernas.E veio depois falar nos medicamentos e nos frigoríficos. Agora invoca em sua defesa o Friedman que andou por aqui a defender como comparsa de Pinochet
De facto JPF defende os interesses dos credores. E o dos neoliberais de pacotilha apostados nos processos austeritários. Não é por nada que andou de emblema ao peito com a cara de Passos Coelho a proclamar-lhe as virtudes de campeão do emprego e outras idiotices semelhantes
E é vê-lo aí de língua de fora a proclamar o corte de salários e a baixa de fiscalidade para as empresas...
Desse jeitinho que é só seu
Quanto à wikipedia, que até "cita as fontes" ( não se riam , que isto faz parte da mise-en-scene):
ResponderEliminarBenjamin Shalom Bernanke (Augusta, 13 de Dezembro de 1953) economista, ex presidente da Reserva Federal (FED), o banco central dos Estados Unidos.
Um amigo.Das teorias económicas do Pimentel ferreira. E um dos executores do descalabro neoliberal. Ambos partilham de resto o mesmo amor pelos serviços de saúde pública
Mankiw, N. Gregory (2002).Um mais neutral personagem.Mas Presidente do Conselho Económico de George W. Bush.
Sabem quem foi George W. Bush.? Aquele criminoso de guerra?
JPF sabe escolher as fontes e os amigos.E quer-nos impingir desta forma tão impositiva como desonesta os seus ámen às tretas que se desmoronaram diante dos nossos olhos
Chegou a altura de abordarmos o caso "vitor correia"?
ResponderEliminarQuem é este sujeito?
Se verificarmos até tem identificação virtual.E um blog. Um blog com um nome idiota é certo e criado em 2007.
E como se chama o dito blog?
"soicontra"
E o que existe dentro do referido blog?
Nada
Mas qual o motivo de se criar um nickname falso , à frente de um blog que não existe?
ResponderEliminarSimplesmente para manipular a informação,distorcer o debate e encontrar um partenaire adequado à farsa a representar
Vítor correia versão 2020:
"Austeridade é um eufemismo neoliberal"
Começamos a ver logo que a porca torce o rabo.
Austeridade um eufemismo? Só se for para alguém que lucra com a austeridade
Há aqui algo que não cola
Temos direito em seguida a uma pequena explosão de disparates. Inicialmente com algum significado, para depois escorregar para um paleio idiota para fazer passar por idiota quem ousa denunciar a austeridade
ResponderEliminarOra vejamos. Afastemos o chapéu do "vitor" e o que vemos que o "vitor"diz?
" Uma coisa são as semelhanças, no plano económico...outra coisa serão as diferenças políticas, se o Estado apostar em não destratar as classes trabalhadoras."
O que é isto? Conversa da treta para este artista se poder apresentar como idiota. A profundidade do pensamento entre uma coisa semelhante a uma coisa diferente esmaga.
O "destratar trabalhadores" é um must. Uma achega poucochinha ao mundo do trabalho.
Vitor é um farsante. Um outro nickname do farsante-mor, um tal de joão pimentel ferreira
Mas qual o interesse em João pimentel ferreira introduzir alguém muito idiota a proclamar coisas assim idiotas?
ResponderEliminarPara o usar como contraponto.Para não só desqualificar quem surge aparentemente a berrar contra a austeridade, como também permitir cenas destas
Ouçamos João pimentel ferreira himself:
"Vítor Correia, austeridade é tão-somente controlo da despesa pública"
Eis um dos busílis para a criação de fantoches. Permitir despejar os slogans e a tralha ideológica de um neoliberal sem escrupuloso,amancebado com a austeridade, pregador da austeridade, serventuário do processo austeritário e servo fiel daquele governo de sacanas sem lei liderado por Passos Coelho
"Tão somente"
Não é tão querido a forma como ele embrulha a posta colhida no cano de esgoto?
Continuemos a seguir a retórica de pimentel ferreira na sua pretensa resposta ao vitor correia, ou seja, a ele próprio.
ResponderEliminar"Se mais de 2/3 da despesa pública vai para salários, pensões e prestações sociais, blablabla...blablabla
Estamos já no reino da campanha pafista. Sem pudor e sem temor. O orçamento do estado é apenas para dar a mão à mão invisível.
Termina JPF com um discurso repugnante pretensamente moralista, a fazer-lhe jus: "Mas gostaria de ouvir as suas sugestões, considerando as rúbricas do OE e não diatribes demagógicas"
Eis outro dos motivos da criação da farsa e de nicks falsos assim rasteirinhos. Lições de ética e de superioridade argumentativa.
Que simplesmente assentam numa representação falsa, manipulada até ao pormenor, para se debater o assunto de acordo com a agenda ideológica de um traste
Demos agora um pequeno salto a 2007.Ano da criação do nickname "vitor correia" , ano em que joão pimentel ferreira o criou
ResponderEliminarE o que dizia na altura o vitor correia, aqui no ladrões de bicicletas, numa pretensa resposta a um post certeiro de João Rodrigues?
http://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2007/11/economia-moral-do-socialismo.html
Eis vitor correia na versão 2007:
"Agora,gostaria que os bloggers descessem do assento etéreo em que se encontram e, caso conheçam (ainda há mais essa) o nosso labiríntico, pré-histórico e Kafkiano SNS, declarassem (sem fazer figas) que não estamos perante uma burla colossal...
Em matéria de burlas, tanto me faz serem de direita, do centro ou de esquerda - são burlas, ponto final..."
Um ódio desbragado ao SNS. Já nessa altura. E que contrasta fortemente com o paleio pseudo-esquerdista do vitor correia de 2007
E que demonstra que joão pimentel ferreira está desde a sua origem a tentar boicotar este blog
Caro João Pimentel Ferreira,
ResponderEliminar«Repare no absurdo: se em teoria colocassemos [sic] todos os portugueses a comprarem apenas e apenas só produtos e serviços feitos na China, a sua máxima salvífica continuaria correta ("os gastos de uns são os rendimentos de outros"), e todavia seria um desastre para a economia nacional.»
Eu não encaro "os gastos de uns são os rendimentos de outros" como uma "máxima salvífica", mas antes como a constatação de um facto (como o João parece, a contragosto, reconhecer). A sua observação de que isso pode levar a balança comercial portuguesa para níveis cada vez mais intensos de vermelho é correcta, mas não altera o facto de os gastos de uns continuam a ser os rendimentos de outros. Absurdo é dizer que por causa desse risco, a solução correcta é diminuir os salários em Portugal, ignorando que quando isso começar a afectar os empresários chineses, já terá delapidado a maioria dos empresários portugueses.
Sobre a estabilização do comércio internacional, e portanto, das balanças comerciais dos vários países, pode dar uma espreitadela ao primeiro capítulo de And the weak suffer what they must?, de Varoufakis, onde se explica a necessidade de surplus recycling, e se fala da ideia de Keynes de criar uma moeda internacional virtual, o bancor. (A propósito de surplus recycling, esta é uma das coisas que está escandalosamente ausente da zona euro).
«Julgo todavia que em qualquer caso você ficou mal habituado a estabilidade monetária trazida pelo Euro nos últimos 20 anos. A lei económica é muito simples: a inflação depende da liquidez monetária, basta o BCE começar a imprimir dinheiro de forma cada vez mais copiosa e a entregá-lo diretamente aos estados, e não tenha qualquer dúvida que a inflação virá em força.»
A inflação dentro da zona euro acontece em países que acumulam super avits, precisamente por causa da sobreabundância de capital. Mas a ideia de que existe um risco de inflação geral parecia ser absurda, já até bem antes da crise do covid(!), até para o sempre insuspeito Financial Times, que por isso afirmava que as taxas de juros baixas vieram para ficar:
https://www.ft.com/content/84a1b13c-b2a3-11e9-8cb2-799a3a8cf37b
O problema -- e o que torna, a meu ver, o desenho da zona euro tão abjecto -- é o que BCE preocupa-se mais a inflação na Alemanha e na Holanda, do que com a deflação na periferia do Sul (tendo-lhe valido por isso o epíteto de "Bundesbank über alles", ie o Banco Central Alemão para toda a zona euro). Basta ver o que sucedeu em 2011, quando o ECB subiu as taxas de juro *duas vezes*, ignorando a deflação que lavrava na periferia meridional...
https://www.theguardian.com/business/2011/jul/07/ebc-raise-interest-rates-debt-crisis
Já agora João, se me permite uma pergunta: também acha que se devem diminuir "austeritariamente" os rendimentos, digamos, de um António Mexia, ou de uma Paula Amorim? É que se preocupação é a balança comercial, convém não esquecer que quem é rico pode importar muito mais (e não só da China) do que quem, trabalhando no público ou no privado, tem rendimentos que são, regra geral, bem mais baixos.
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