Retomo assim um tema que já tinha abordado de modo
menos aprofundado num momento num anterior post do blogue (aqui).
Aqui fica um excerto do que podem encontrar por
lá:
A direita procurou basear parte da retoma da sua narrativa económica na ideia de que o crescimento significativo do emprego deveria ter gerado um crescimento económico muito superior se o país conseguisse apresentar valores de produtividade
semelhantes a países com igual nível de desenvolvimento. Pretendia assim
demonstrar a ineficácia das políticas da actual maioria parlamentar em
estimular a produtividade. Como vimos, esta narrativa está duplamente errada.
Num primeiro plano, porque a evolução da produtividade foi, neste período,
essencialmente endógena e esteve relacionada com a alteração de estrutura da
economia. Sem essa alteração, o emprego nunca teria crescido tanto, pelo que
pensar as duas variáveis de forma independente não faz sentido.
Adicionalmente, porque as medidas propostas para
aumentar a produtividade no longo-prazo são contraproducentes: ao defender o
aumento da flexibilidade laboral e ao manter uma postura acrítica face ao
enquadramento económico europeu que determina uma especialização adversa para a
economia nacional, o pensamento económico conservador está, na verdade, a
contribuir para que o problema da baixa produtividade persista.
Se lá explicar como «defender o aumento da flexibilidade laboral» é um contributo negativo para a produtividade, vale a pena ir ver.
ResponderEliminarE se a produtividade provar não ser um elemento estruturante da economia, estamos a caminho de descobertas extraordinárias.