«Defino-me como um economista político institucionalista. Olho para a economia como um sistema aberto influenciado em permanência por variáveis institucionais, legais, políticas, ambientais, tecnológicas e que assume que a única forma de compreender devidamente as economias é levar em consideração estes vários factores. Implica uma atitude de abertura em relação a outras ciências sociais e grande consciência do aspecto contingencial de qualquer processo económico. Sou um economista de esquerda na medida em que tenho uma determinada visão de esquerda, posiciono-me enquanto social-democrata radical, o que significa que aceito a economia de mercado, mas também parto do pressuposto de que a economia de mercado para funcionar de forma eficiente e justa exige que seja fortemente impura. Ou seja, que na sociedade, a lógica de mercado não se imponha a todas as esferas da vida humana. (...) Há um livro que acho uma metáfora magnífica para perceber a ciência económica, O Jogo das Contas de Vidro, do Hermann Hesse. Conta a história de um mestre desse jogo mais ou menos hermético ao qual se dedica uma comunidade de génios. Jogavam aquele jogo de manhã à noite, demoravam muitos anos até se tornarem peritos, porque é um jogo de sofisticação crescente, e quanto mais anos passavam naquela comunidade mais sofisticados e geniais se tornavam, mas também mais dificuldade tinham em viver no mundo secular porque tinham pouca capacidade para perceber as regras, as dinâmicas, as lógicas. E há o momento em que a personagem principal chega a mestre mágico do jogo das contas de vidro e é colocado no mundo secular. Apercebe-se que a sua genialidade e a sua posição de topo naquela comunidade é-lhe absolutamente inútil para compreender o mundo complexo que é a vida real. Isto, infelizmente, é um retrato muito próximo de como vivem muitos economistas académicos.»
Da entrevista de Isabel Lucas a Ricardo Paes Mamede no Público de ontem (e que vale muito a pena ler na íntegra).
Estamos numa altura em que ser radical é ser-se de esquerda, estamos numa altura de muito pouco esclarecimento.
ResponderEliminarEssa do "modelo nórdico" citado pelo Paes Mamede fica bem em qualquer título de jornal, mas é típico de charlatão. Os países nórdicos são social-liberais. Têm muito mais liberalismo económico do que aquele que o PSD defende. Na Suécia, por exemplo, os transportes públicos são todos geridos por privados. Na Dinamarca, pode-se fazer greve, mas o patrão pode despedir a seguir. Portugal deve ser o país mais à esquerda no quadro da União Europeia. Na Holanda não há SNS e funciona tudo por seguros de saúde. Na Holanda e Suécia a maioria das escolas da rede pública são privadas e funciona tudo por cheque ensino. Na Holanda até o trânsito é regulado por privados para a polícia fazer o seu core-task: apanhar ladrões. Este académico, a par com Louçã, é mais um dinossauro que parou no tempo. O modelo nórdico a que se refere era quando a economia crescia a dois dígitos e havia um baby boom. Este tipo apenas ecoa palavras vãs e vazias, sem conteúdo nem substância.
ResponderEliminarOs países nórdicos há muito abandonaram a social-democracia clássica, não por questões ideológicas, mas por questões pragmáticas. Isto daria um tratado, mas está relacionado essencialmente com elevados crescimentos económicos e baby-boom no pós guerra, porque como dizia Medina Carreira, não há estado social sem dinheiro, pois os médicos e professores não são pagos em víveres. Os nórdicos há muito que adotaram um modelo social-liberal, que se distingue do modelo liberal americano, na medida que o estado continua a garantir os direitos fundamentais, mas não tem de ser o estado a executá-los. Na Holanda ninguém fica à porta do hospital se não tiver dinheiro, visto que por lei somos todos obrigados a ter seguro, e o estado só paga se a pessoa não tiver dinheiro para tal. Em suma, os nórdicos há muito que abandonaram esse modelo "clássico" o qual o académico diz defender. E claro que o académico também o sabe, di-lo por puro marketing político, porque fica sempre bem dizer que somos de esquerda e defendemos o modelo nórdico. Também não nos diz, que mesmo já sendo liberal-sociais, os nórdicos têm cargas fiscais muito superiores à nossa. Na Dinamarca salvo erro a carga fiscal é metade do PIB. Agora imaginemos entregar metade do PIB em Portugal ao Estado, considerando que em Portugal os salários são muito mais baixos. Lá está, o académico não falou do essencial, nem a jornalista perguntou, e ficámos apenas a saber que gostaria de ter sido baterista e que foi muito feliz em Odivelas.
Hahaha
EliminarDe 2000 para cá temos a Dinamarca com 10 anos superávit, a Finlândia com 9, a Suécia com 11 e a Noruega desde 2000 só teve superavits. Mas depois passam à categoria de economistas estrela e ninguém tem a coragem de comparar as coisas que dizem com como que se caracterizam. Então baseiam-se em países com finanças públicas organizadas e defendem para Portugal défices maiores? Não bate a bota com a perdigota. Já agora o maior défice Dinamarquês desde 2000 foi 3,5%, o Finlandês 3,2% e o Sueco 1,6%... Portugal desde 2000 teve em 13 anos mais défice orçamental que o mais alto dos Nórdicos. Enquanto continuarem a ir na conversa do défice ser inofensivo nunca iremos passar para o pelotão da frente.
ResponderEliminarO Ricardo não é radical, outros sociais democratas como Franklin D. Roosevelt disseram (discursos algo inflamados e com antagonismo de classe) coisas mais radicais que qualquer coisa que tenha lido do Ricardo, aliás, se Franklin D. Roosevelt fosse vivo seria considerado comunista.
ResponderEliminarO Ricardo é convencional, não é radical, é o neoliberalismo que faz parecer os convencionais radicais....
O radical não impressiona, assim o pensamento seja correcto e realista.
ResponderEliminarO Pimentel Ferreira continua a botar as asneiras do costume
ResponderEliminarCansa e fica-se farto desta anedota que continua por aqui depois de ter tido um arrufo com a cena que a nossa querida Nadia lhe fez
Nada de muito preocupante. Estas cenas acanalhadas são o seu pão nosso de cada dia
Pobre
O radical não impressiona?
ResponderEliminarMas porquê? Devia impressionar?
E o que é isso de pensamento correcto? Ou realista? Será o TINA que advogava a trupe neoliberal capitaneada pela troika e tendo ao leme Passos Coelho?
Mas francamente que inanidades são estas?
Afirma joão pimentel ferreira:
ResponderEliminar"... fica bem em qualquer título de jornal, mas é típico de charlatão".
Ficamos imediatamente a saber que estamos na presença de um ressabiado. Um ressabiado pafista que se esmera no uso da sua linguagem peculiar. A dos sociais liberais ou dos liberais-sociais, eufemismos em uso para os neoliberais.
Afirma joão pimentel ferreira:
ResponderEliminar"Têm muito mais liberalismo económico do que aquele que o PSD defende".
Vemos que estamos de novo na propaganda a que este tipo se entrega.
Vamos colocar mais pontos nos is:
O neoliberalismo é uma trampa. De neoliberalismo económico estamos nós fartos. Só os aldrabões da seita pretendem vender a encomenda como se de coisa honesta se tratasse.
Pimentel ferreira é militante do PSD. Tal tentativa de passar um juízo crítico face a Passos Coelho faz lembrar um aldrabão a esconder que o é, para fazer passar-se como isento ou apartidário
Fede, tal como o tipo que andou a impingir a Fertagus e os seus negócios de rentista
Mas o discurso odiento a propagandear a sua doutrina ideológico-partidária continua e assume aspectos sinistros:
ResponderEliminarAfirma João pimentel ferreira:
"Na Dinamarca, pode-se fazer greve, mas o patrão pode despedir a seguir".
Estamos na presença do sonho húmido de qualquer barata neoliberal, ao serviço do poder discricionário do patronato
Acabar com as greves. A bem ou mal. Podem fazê-las. Mas depois podem ser despedidos, com toda a liberdade. Patronal e neoliberal
A bem da nação e do sacrossanto lucro.
Heil?
Continua joão pimentel ferreira naquele seu estilo de propagandista em serviço à seita.
ResponderEliminarE continua revirando os olhos e a papada contra o SNS. Em nome dos seguros,
dirá, assumindo o seu perfil de homem de negócios em busca do saque.
Pena, herr pimentel ferreira.
A saúde é um direito. Não é pasto para a agiotagem que procura servir.
E continua joão ferreira pimentel virando-se contra o ensino público e promovendo a trampa do cheque-ensino
ResponderEliminarPena herr pimentel ferreira, mas estas tretas já foram aqui desmentidas e desmascaradas. Não sei quantas vezes. Invariavelmente pimentel ferreira abandona a discussão e começa a fazer-se passar por outrem ou parte pura e simplesmente para o insulto. Uma vez até fez o diagnóstico que o que fazia falta a quem o contestava era não ter "comido" umas alemãs ou suecas. Quando lhe perguntaram se era também esse o caso da Nádia ou da Matilde, em relação aos alemães e suecos, partiu para o insulto e pose de prima dona.
E continua no seu processo de vendedor da banha da cobra a tentar impingir-nos a sua ideia da coisa, com a mão totalmente nas ditas coisas:
ResponderEliminarAfirma joão pimentel ferreira: Na Holanda até o trânsito é regulado por privados para a polícia fazer o seu core-task: apanhar ladrões"
Percebe-se que queira assim privados pagos ao preço da uva mijona, a fim de poderem ser mais facilmente comprados.Os negócios privados, entre privados, funcionam sempre melhor
E numa linguagem de tecnocrata ignorante afirma que o core-task da polícia é "apanhar ladrões"
Este joão pimentel ferreira tem um método assaz curioso de debitar asneiras como se verdades fossem. Não, a tarefa principal da polícia não é apanhar ladrões. É isso e muito mais. Mas a tralha neoliberal está habituada a estes chavões idiotas, apresentados nas caixas de comentários de forma tão manifestamente idiota e ignorante
Qual será o core-task do joão ferreira pimentel?
Pois, é esse mesmo.
Gostei de ler a entrevista... de resto, muito na linha da pessoa que se antevê nos programas de economia que passam na TV. A sua auto definição de "social democrata radical" fez-me alguma impressão e não deixa de ser um pouco o sinal dos tempos: a social democracia já é qualquer coisa que transporta o anátema dos tempos liberais, ou neoliberais, que passamos. Mas, vistas bem as coisas, parece verificar-se uma melhoria da situação, que está a recuperar em algumas zonas da europa: Espanha, na Alemanha, Inglaterra... e em Portugal. Uma opinião, a minha, evidentemente de alguém que - destas coisas - fala com o empirismo de quem não realmente do que se passa verdadeiramente.
ResponderEliminarF.Soares
Que discurso patético este sobre o académico, mais o académico e o académico
ResponderEliminarQue treta medíocre esta. Isto são "argumentos?
Parecem mais manifestações de inveja impotente pelas limitações deste que se rasteja perante o académico.
Eu não estou a ver como é que alguém que fala em défice e desemprego estrutural é minimamente radical, são conceitos puramente neo-liberais. Os países nórdicos também já tiveram melhores dias, as escolhas "de mercado" notam-se de cima a baixo na sociedade.
ResponderEliminarNa Venezuela eles foram verdadeiramente radicais: retiraram agora cinco zeros à moeda para não deixar as pessoas enriquecer em demasia, tal a abundância.
EliminarO Cuco para variar, em vez de contrapor com factos e argumentos, revela a sua obsessão e amor-ódio por um tal desconhecido Pimentel, no meio de um chorrilho de ofensas.
EliminarLá está o pobre Pimentel a dizer que não é nada com ele e a atirar as culpas para cima de um tal Cuco. Enquanto retorna ao campo da Venezuela, para ver se tira alguma coisita
EliminarQuanto ao amor/ ódio aí declarado....Parece que se trata apenas de desejos inconfessados do pobre Pimentel. Olha se a Nadia sabe, nem os votos renovados o vão desta vez safar
O ridículo desta treta do neoliberal é a sua função de negar que tudo que dá de comer aos autores da treta tem na liberdade individual e iniciativa privada a sua fonte.
ResponderEliminarGostei do seu comentário Fernando Soares. Cumprimentos.
ResponderEliminarRetribuo com gosto os seus cumprimentos...
ResponderEliminarSe gostou é, certamente, porque concorda que a social democracia na Europa, já teve piores dias. Sobretudo, o que se passa hoje em Espanha é cá uma aragem, uma brisa, que dá gosto nestes dias de calor - que o PSOE estava quase morto e enterrado!
Haja esperança, que a máquina trituradora da comunicação social tiñosa (dos TINAs) começa a sofrer rombos...
Há aí um tipo que diz:
ResponderEliminar"O modelo nórdico a que se refere era quando a economia crescia a dois dígitos e havia um baby boom"
Havia um baby boom? Este tipo apenas ecoa palavras vãs e vazias, sem conteúdo nem substância.
E depois o mesmo tipo emprenha-se, perdão embrenha-se num discurso tão surrealista como irreal. E até cita o Medina Carreira embrulhado no baby boom e no estado social que não deve haver porque não há víveres. Junte-se agora o modelo social dos neoliberais nórdicos e dos sociais-liberais dos americanos e temos um tratado
ResponderEliminarUm tratado é francamente demais. Isto é a que se resume a defesa senil e repetitiva da "mão invisível " do mercado a abocanhar a sociedade.
Temos assim que o charlatão é afinal quem chama charlatão a outrem. João pimentel ferreira himself, a comportar-se da forma do costume
ResponderEliminarE dele ficámos a saber que gostaria de ter sido poeta e que até tentou justificar as suas tentativas frustradas em forma de livrinho, deste modo tão singelo:
"Este livro nasceu do sangue, da paixão, do primor pelo verso acutilante, do desejo pelas fêmeas fecundas das etnias e dos cultos diferentes dos meus; este livro germinou da melancolia introspetiva e do desejo passional, degradante, humilhante, flagelador, mas tão profícuo à escrita versal e venial, plasmados em sonetos petrarquianos, quadras ou poemas-livres."
Pedrada, perdão, pernada, perdão petrarca aqui tão lindamente plasmada
Pois.
Sobra todavia a inveja e a frustação:
ResponderEliminarDiz o tal pimentel ferreira:
"Mas depois passam à categoria de economistas estrela".
Inveja e frustração por ninguém olhar para aquele que ´se considera a si próprio como a estrela do espectáculo e que passa o tempo no palco .
E não é que ninguém liga ao discurso do baby boom e do pragmatismo ?
Radical? Que exagero!
ResponderEliminarAlgum dia um verdadeiro radical agarra assim no corrimão de uma escada?
Parece um velho! LOL
S.T.
A social democracia parece perdida na sua coerência, as manifestações de diferença são apenas uma questão de sobrevivência. A artificialidade é o contrário da substância.
ResponderEliminarAinda há quem não tenha percebido que essa história do pelotão da frente foi contada por imbecis que fizeram dos outros imbecis ainda maiores.
ResponderEliminarAgora voltar à mesma trampa... é potenciar os imbecis e a imbecilidade
A TINA em linguajar esquerdalho é outra coisa… pelo menos o funcionalismo público sente-se melhor, que é quanto basta para validar a doutrina.
ResponderEliminar"A social democracia parece perdida" tão-simplesmente porque não há dinheiro, e o pouco que há vai para juros, para a banca e para as elites do funcionalismo.
ResponderEliminarJpse volta-se contra TINA?
ResponderEliminarPobre Jose. Prefere esconder debaixo da cama o TINA e acenar com o Diabo
Andou dois anos nisto, o coitado
Depois de ter andado aos papéis e de ver as suas idiotices aí em cima negadas (e até ridicularizadas), pimentel ferreira volta de mansinho.
ResponderEliminarÀs 00 00 de 4 de Agosto e às 9 e 56 de 5 de Agosto.
Este paleio da treta, como factor amplificador da demagogia do coitado e do seu trabalhinho em prol da causa:
Daquele neoliberalismo da trampa, claro
As elites do funcionalismo são o governo de passos coelho e seus muchachos.
ResponderEliminarOs boys que proliferaram no tempo do bloco central de interesses, tiveram um ponto alto naquele governo de psicopatas criminosos ao serviço de outros interesses.
O "não há dinheiro " é outra treta. As PPP consumiram mundos e fundos aos recursos públicos.Só a Fertagus e a Metro Sul do Tejo (MTS), custaram ao Estado 202,5 milhões de euros, entre 1999 e 2013, de acordo com auditoria realizada pelo Tribunal de Contas.
Só o dinheiro que o Estado paga para sustentar os hospitais privados permitia reforçar em grande o SNS
Só o dinheiro desviado por um euro predador, permitiria relançar a nossa economia