Ainda a propósito da recente redução do insucesso escolar no básico e secundário, que inverte a tendência de subida registada com a anterior maioria de direita (a qual, por sua vez, reflete entre outros fatores a introdução de exames no 4º e 6º ano), vale a pena ter noção, nesta matéria, de como se posiciona Portugal face aos restantes países da União Europeia.
Constata-se, desde logo, que Portugal é um dos países da União Europeia onde mais se reprova (sendo apenas precedido pela Bélgica e pelo Luxemburgo), com cerca de 1 em cada 3 alunos a repetir pelo menos um ano durante o percurso do básico e secundário. Na média dos países da UE28 essa percentagem reduz-se, de facto, para cerca de 13%, registando dez dos dezasseis países considerados valores inferiores a 10%.
Desengane-se pois quem acha que em Portugal os alunos transitam de ano com demasiada facilidade (ou «facilitismo», se quiserem dizer as coisas em «cratês»). E desengane-se também quem considera, como Paulo Rangel, que o fim dos exames do 4º e 6º ano, fixado pela atual maioria em 2016, constitui um «grande desastre educativo», não permitindo que as crianças portuguesas estejam à altura para competir com as suas congéneres, num «mundo global altamente competitivo». Pois é, ao contrário do que muitas vezes se pensa, quando Nuno Crato introduziu exames finais no 4º e 6º ano, Portugal passou a ser nesta matéria a exceção (e não a regra) à escala europeia (onde apenas a Bélgica também realizava exames nos seis primeiros anos de escolaridade).
Com efeito, na medida em que hoje se sabe que as reprovações são tendencialmente ineficazes e até contraproducentes (e potenciadas pela realização precoce de exames finais), devendo por isso ser adotadas apenas em último recurso, o seu impacto torna-se ainda mais iníquo numa sociedade como a portuguesa, com elevados níveis de desigualdade e de défices geracionais de qualificações. De facto, a cultura dos «exames» e do «chumbo», sobretudo quando aplicada de modo precoce, recai de forma particularmente penalizadora sobre crianças de agregados familiares desfavorecidos, comprometendo assim o papel da escola no fomento da igualdade de oportunidades. A menos que, evidentemente, seja isto mesmo que pretende uma visão elitista, dualista e segregadora, como a que tantas vezes a direita parece ter, acerca da escola e da educação.
A balda como método de acção social e de igualdade de 'qualificações'...
ResponderEliminarAhahahah. Tenha respeito José!
ResponderEliminarPercebe-se a acrimónia deste José. Não há muito defendia o programa “ educativo” de Salazar - saber ler, contar e escrever
ResponderEliminarNão é por nada que a iliteracia do patronato é histórica
A realidade é tramada.
ResponderEliminarPelo que só resta ao sujeito das 11 e 07 fazer uma espécie de slogan propagandista.
Passa por aqui como ê óbvio, a impotência. E a balda como método de accao social-argumentativo
AHAHAHA
ResponderEliminarEntão o critério do sucesso escolar está nas reprovações de ano?
Acabemos com os exames e os testes, e os alunos passam todos. Resultado: sucesso escolar a 100%!
A esquerda não tem vergonha!
Quem não tem vergonha é o Pimentel Ferreira
ResponderEliminarQue não sabe ler e que deturpa o que lê
Os anos que andou para tirar o curso ê um bom testemunho do seu próprio sucesso escolar?
O autor debruça-se recorrentemente sobre o tema da educação. Não sobre a educação em si e sobre as soluções para uma melhor educação, mas pela educação como ferramenta do seu proselitismo ideológico a preto e branco: medidas ditas "de direita" são más; medidas ditas "de esquerda" são boas. Se os rankings não são perfeitos, que não são, acabemos com os rankings (e já agora com qualquer outro indicador de desempenho): nada como a total falta de transparência, nada melhor para impor o diktat de um sistema de educação não escrutinado. Segundo ele, mais vale nada do que pouco...
ResponderEliminarSegundo Nuno Serra, se 9 em 10 dos alunos que chumbam em Portugal são de classes sociais desfavorecidas, acabem-se com os exames e com os chumbos, tanto mais que, dos alunos portugueses que chumbam, pouquíssimos recuperam.
De facto, algo está mal. Mas não serão estes indicadores (os resultados dos exames, os chumbos, a incapacidade de recuperação) sinais fulcrais de que a escola não está a ser capaz de cumprir o seu principal papel, o de funcionar como equalizadora de oportunidades para os mais desfavorecidos? Por que não olha Nuno Serra para o que se faz noutros países, já que tem a vantagem de ser estudioso interessado por esta matéria? Por que é que na Holanda a elevadíssima taxa de retenção é insensível ao estrato socio-económico? E por que recuperam melhor os alunos holandeses que passaram por um chumbo? Por que não procuramos ativamente avaliar, aprender e melhorar?.. Que verdadeiras propostas tem o autor para resolver estes problemas? Acabar com os exames parece curto...
De fato, limitando-se a um ping-pong ideológico sobre culpas dos défices do sistema de educação o autor apenas contribui para a sua ancilose. É angustiante ver o nosso sistema de educação refém de argumentos vazios. Não serve a ninguém! Sobretudo aos que dele mais necessitam! Precisamente os que não podem optar pelo privado!
"acabem-se com os exames e com os chumbos, tanto mais que, dos alunos portugueses que chumbam, pouquíssimos recuperam."
ResponderEliminarGosto da ideia: acabem com os chumbos e com os exames, resultado: o sucesso escolar será o mais alto dos países da OCDE e Portugal será um farol na Educação.
As 12 e 09 surge Pimentel aonio ferreira. Mais uma vez com outro nick
ResponderEliminarMais uma vez chamando ao debate outros debates já tidos e desbravados
Mais uma vez vendendo a banha da cobra da Holanda.
Mais uma vez salivando pelo fim da escola pública
E mais uma vez tentando arranjar espaço para os negócios privados na educação
Um neoliberal passista em actividade frenética. Com o pundonor de coisas como Passos. Com a integridade típica de quem abraça esta sua ideologia. Com a cobardia de quem não tem coragem para se assumir
Pois é
ResponderEliminarO pobre Pimentel Ferreira tenta mais uma vez investir contra estes posts lúcidos e serenos de Nuno Serra. Não gosta de quem defenda a escola e o ensino.
Fá- lo da forma que lhe é característica. Sob outro nick embora use vários no mesmo post
E fá-lo com aquela prepotência a raiar o insulto. Acusando outros de proselitismo. Mas esquecendo que quando fala em rankings da forma idiota como o faz, que quando fala em chumbos e em exames da forma pateta como o faz, que quando fala em medidas equalizadores bla-blabla está objectivamente a discutir a educação em si, e as soluções para uma melhor educação. Tal como o autor do post o faz, mas que mereceram estas calinadas do Pimentel etc
Um argumentario oco e vazio portanto o deste Pimentel, a impingir as tretas do céu na terra, ou seja, na Holanda
ResponderEliminarUm argumentario tão vazio que se tem que refugiar na aldrabice e na idiotice para contrariar os dados objectivos apresentados por Nuno Serra.
Restam-lhe estes contorcionismos com que esconde o legado daquele Crato, que contribuiu à sua maneira para destruir a educação pubilica. As suas fidelidades a tal canalhada são proverbiais
” Jurou” aqui, no LdB , que Passos fora o campeão na luta contra o desemprego.
O que fará para esconder a cumplicidade com o crime e a incompetência como ministro, de alguem como Crato?
Mais uma vez se pergunta, perante a insistência do Pimentel
ResponderEliminarEssa de acabar com os chumbos era para ver se Pimentel Ferreira conseguia fazer o curso em metade do tempo?
Infelizmente (para ele) , Pimentel Ferreira acaba nos últimos períodos por dizer ao que vem
ResponderEliminarTrata-se tão somente de “defender os mais necessitados, daqueles que não podem optar pelo privado “
Não se riam por favor.
Pimentel Ferreira está distraído. O direito à saúde e à educação públicas estão consignadas na constituição. Não passa pelos negócios privados, para encher a barriga dos intermediários
E ainda por cima no caso educativo, com a “ competência “ tantas vezes demonstrada por quem defende a “ liberdade” de ensino, ao arrepio da ciência e do conhecimento
Como de resto é o caso de que foi vítima o próprio Pimentel. Que não sabe ler um gráfico, que confunde número de imigrados com fluxos migratórios, que acha que Portugal tem menos de 29 000 imigrados
Tudo está documentado. Para infelicidade deste, que aqui faz estás cenas tristes, quase que tiradas das suas cenas sobre os contratos de associação