quarta-feira, 26 de julho de 2017
Eles ganham
Já conhecíamos o “roubo, mas faço”. Esta semana, em entrevista, Alexis Tsipras vem defender uma espécie de “não faço, mas não roubo”. Na realidade, acho que um “faço o que uns mandam e deixo que outros roubem” se aproxima mais da verdade. No processo, a economia política da predação, agora reforçada com todo o cinismo que está à vista, não deixará de tentar as elites do que passou por esquerda radical.
Tsipras queixa-se que Varoufakis não tinha um plano B viável, ao mesmo tempo que afiança que tal plano nunca seria viável. Eu e o Nuno Teles publicaremos um artigo na próxima sexta-feira, uma espécie de recensão ao último livro de Varoufakis, onde argumentamos que a inexistência de tal plano é da responsabilidade da direcção do Syriza e que sem ele, como Varoufakis aparentemente bem percebeu, não havia mesmo alternativa à capitulação, acompanhada pela correspondente adaptação regressiva de preferências políticas.
Agora que está tudo conformado, o BCE deixa fazer uma emissão de obrigações nos chamados mercados e tudo. A vitória da elite europeia do poder na Grécia é total.
O fim do carnaval económico grego é um longo e penoso processo.
ResponderEliminarSe em final mudarem os gregos e se reconstituir um Estado grego decente o julgamento de Tsipras ser-lhe-á favorável.
O que a actual situação grega torna transparente é sobretudo a função que é desempenhada nas democracias liberais, em momentos de agudização dos confrontos de classe, por parte das forças que representando o capital e protegendo-o, surgem travestidas com roupagens extremistas, tremendistas ou social-democratas, mas que têm a essência comum de constituíram facções constituídas em ordem à gestão leal e servil do capitalismo (por cá também os temos, com nomes diversos e protagonismo comum nos "media").
ResponderEliminarO João Rodrigues só errou no título: eles não ganham porque as contradições que os minam são insanáveis, mas atrasam até onde podem a sua derrota histórica que é inevitável por um lado e a cada dia que passa mais urgente, por outro.
Tanto o Sr. Tsipras como o Sr. Varoufakis, são idiotas úteis dos neoliberais; desde o início que toda a gente se apercebeu que aquele aparato não passava de papo furado, uma autêntica farsa. Daí ter sido dada pouca importância por parte dos cidadãos, ao que se passou e continua a passar na República Helénica, a não ser a comunicação social que continua a divulgar notícias e a fazer propaganda ao caso grego, por forma a promover a agenda neoliberal.
ResponderEliminarHerr jose aqui há tempos também tentava vender a ideia que o julgamento de Petain lhe seria favorável
ResponderEliminarCom as devidas distâncias, também se mostra comovido agora com Tsipras.
O gosto pelos traidores de meia- tigela ou de tijela inteira?
Ficará para depois a boçalidade dos seus ataques ao grego. Mas como todos sabem estas coisas costumam acolher no seu seio maternal os traidores de todos os matizes.
Longe vão os tempos em que Roma não pagava a traidores. Mas o cheiro a dinheiro ultrapassa tudo. Até mesmo o ódio rasteiro
Quanto ao fim do dito Carnaval económico grego...
ResponderEliminarUm tipo que este tipo idolatrava, o Borges, podia falar melhor sobre isto e o papel dos seus nesse tal referido Carnaval.
Mas mais tarde ou mais cedo o Carnaval para quem saqueia s Grecia irá acabar
"O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, assume — em entrevista esta segunda-feira ao The Guardian — que na sua governação cometeu “grandes erros“."
ResponderEliminar(...)
"Alexis Tsipras diz ainda, na mesma entrevista, que a saída do euro e, por arrasto, da União Europeia, NUNCA esteve em cima da mesa. Nem nos momentos mais difíceis.
E questiona: “Sair da Europa e ir para onde … para outra galáxia?”
Tsipras lembra ainda que “a Grécia faz parte da Europa”: Sem ela, como seria a Europa? Perderia uma parte importante de sua História e do seu património “."
(...)
"Tsipras sabe que, para cumprir o programa de assistência internacional, não conseguiu aplicar o programa eleitoral que submeteu a votos perante o povo grego — foi o caminho para “sobreviver”, explica.
Mas, mesmo assim, está tranquilo:
“Se for à rua e perguntar sobre o governo, muitos podem dizer ‘MENTIROSOS’, mas ninguém vai dizer que somos CORRUPTOS ou DESONROSOS ou que colocámos a mão no pote de mel“."
Coneteu graves erros?
ResponderEliminarPois claro que cometeu.
Não vale a pena gritar que não são corrutos. Apenas traíram o voto popular.
Tal corresponde no entendimento popular a nao terem honra.
Logo são de facto desonrosos.
Logo não se percebe porque motivo Tsipras diz que não são desonrosos.
Logo nao se percebe porque motivo Unabomber berra também que o não são.
A honra desses sujeitos fenece no dia em que assumem o poleiro e desonram os compromissos com os eleitores
A pergunta do referendo era:
ResponderEliminarConcorda que devemos assinar a proposta das instituições?
O Não ganhou com 61,31% dos votos.
Após a confirmação do resultado Tsipras diria:
" Mesmo nas circunstâncias mais difíceis, a democracia não pode sofrer chantagem"
Há quem tente vender gato por lebre. E ainda por cima diga depois que tem honra.
Se o nunca ( ou o NUNCA,como escrito aí em cima em maiúsculas por alguém) nunca esteve em causa, é porque andaram a enganar o povo grego. E porque trairam a sua confiança.
Gente que de todo não merece s nossa confiança. Nem a dos gregos.
E que justifica o asco perante coisas assim . E que justifica ainda mais o asco perante esta UE chantagista e sem escrúpulos.
Donde se conclui que não cabe aos políticos perguntar se alguém quer austeridade.
ResponderEliminarAos políticos cabe dizer que se fará o necessário para recuperar o país, quando muito assegurando o que entendem poder ser salvaguardado.
Quando Tsipras quis vergar os credores usando o voto popular com as perguntas erradas só foi estúpido.
Mais uma vez herr jose se descai desta forma tao enternecedora.
ResponderEliminarAgora aquele cujo julgamento lhe será favorável...afinal foi estupido.
Uma avezinha tonta para ver para onde vão os ventos?
Também isso... E muito mais
Mas o terno escorregar de herr Jose nao acaba por aqui.
ResponderEliminar" Não cabe aos politicos perguntar" diz inquieto e agastado.
Aos políticos cabe obedecer ao chefe e ao grande poder económico.
Como no fascismo. E no consulado cavaquista ou passista.
Aquilo é que eram bons tempos nao era mesmo?
As perguntas sao erradas porque nao coincidem com as respostas pretendidas?
ResponderEliminarMaa porque será que não fazem as perguntas certas? Perguntava o aventesma do coronel da Censura Prévia, enquanto resfolegava em cima da pileca oficial e agitava o pingalim.
A pileca portou-se bem e fez cair o oficial logo ali no meio da corte neoliberal.
Curioso.
ResponderEliminarAlguns ressabiados furiosos disseram o mesmo que este Jose quando ocorreu o Brexit. E tal como aquele, proclamaram alto e bom som que só havia um caminho. E que não tinha sido a pergunta certa.
A pesporrência genuinamente anti-democrática transparece-lhes em tudo o que seja poro, raiva ou suspiro.
Depois foi o que se viu. O caminho seguido por estes lados era também um processo para voltar a 1973, como desabridamente este jose acabou por confessar. Entretanto o rumo escolhido foi um pretexto para transferir a riqueza de baixo para cima.
No Brexit ainda sonham com o voltar atrás. Aqui ainda salivam por Cavaco e Passos. Mas o que os põe fora de si é que ainda perguntem às populações qual o caminho a seguir.
Que diacho. Porque é que andaram tanto tempo a catequizar as populações e a defender os mafiosos desta forma concertada, para depois a malta fazer-lhes um manguito ?
E não têm outro remédio que não investirem contra as perguntas que não são as certas. Também nas reuniões de massas do nazi-fascismo quem não levantasse o braço no gesto típico não estava a fazer as coisas de forma certa.
Como todos nós sabemos. Constituem os sonhos secos e húmidos destas coisas que exigem assim as "perguntas certas"
E a malta da extrema-esquerda alinha sempre no "faria, mas já não faço". Tsipras é um clarividente exemplo que o ideário da extrema esquerda é um embuste, porque quando pegam as rédeas ao poder, ou viram à la Cuba ou deparam-se com a realidade.
ResponderEliminarAónio é um clarividente exemplo da desonestidade intelectual duma direita pesporrenta e ignorante. Inculta e trauliteira.
ResponderEliminarDesde quando Tsipras foi ou é um exemplo de "extrema-esquerda"?
O facto de ser catalogado como tal pela tralha neoliberal não o faz nem fez de extrema-esquerda.
Ele que saia da sua zona de conforto e veja em que área era tido Tspiras, esse perigoso agente da extrema-esquerda, como regorgitava a nata da comunicação social ensandecida à época
Aqui mesmo no Ladrões de Bicicletas
Mas utilizemos as próprias palavras de Tsipras e as suas curiosas confissões:
ResponderEliminar"a saída do euro e, por arrasto, da União Europeia, nunca esteve em cima da mesa. Nem nos momentos mais difíceis.
E questiona: “Sair da Europa e ir para onde … para outra galáxia?”
Tsipras lembra ainda que “a Grécia faz parte da Europa”: Sem ela, como seria a Europa? Perderia uma parte importante de sua História e do seu património “."
"Isto" é ser de extrema-esquerda?
Para estes pedantes enfatuados, a escorregar para os braços duma direita trauliteira, ser de extrema-esquerda é ser tão somente social-democrata? Ou social-cristão com preocupações humanistas?
Até onde vai a patetice destas "coisas"?
A realidade é mesmo tramada.
ResponderEliminarE quando confrontado com a realidade o que fará Aonio? Virar-se-á para o insulto ou adoptará outro nome?