O gabinete independente de avaliação (IEO) do Fundo Monetário Internacional (FMI) difundiu recentemente um conjunto de relatórios sobre políticas de proteção social seguidas por 21 países e que compreendem o período entre 2006 e 2015. Portugal é incluído num grupo de economias avançadas, juntamente com três países que também estiveram sob «assistência financeira» (Irlanda, Chipre e Islândia).
Nas suas conclusões, o IEO não só assinala com clareza as orientações seguidas pelo Fundo no processo de «ajustamento» português (com a primazia atribuída ao controlo do défice e à defesa da flexibilização do mercado de trabalho, passando pelos cortes nos rendimentos, pensões e prestações sociais), como o faz num certo tom de desaprovação, deixando no ar a ideia de estarmos perante uma organização que funciona - por acomodação de divergências internas, experimentalismo leviano, ou simples mecanismo de equilíbrio e auto-defesa - num registo de dupla personalidade.
Mas a maior perplexidade é constatar a «evidência», referida pelo IEO, de que as equipas do FMI em Portugal - apesar de focadas no défice e de advogar a necessidade de cortes em benefícios sociais - «fizeram esforços para defender as pessoas com menores rendimentos», verificando-se contudo que «as decisões políticas finais nem sempre refletiram esses esforços». Ou seja, a confirmação, uma vez mais - e agora por uma entidade externa - do resultado e da determinação do anterior governo em «ir além da troika». Isto é, mais longe que o próprio FMI, dando assim um sentido ainda mais literal à sua opção pelo fracassado «empobrecimento competitivo».
O FMI é uma espécie de cata-vento, carregado de "ideologia" neoliberal, mas que de vez em quanto gosta de fazer de conta que se preocupa com os "coitadinhos" e analisa, nos dias pares, as consequências da destruição social que promove nos dias ímpares.
ResponderEliminarO "empobrecimento competitivo" chama-se escravatura, não estejamos com paninhos quentes.
E a escravatura é um crime contra a humanidade.
Não há bom FMI.
ResponderEliminarDeixem-se de pieguices.
ResponderEliminarIr além da troika não tem a ver com os pobrezinhos mas com as mamas de Abril.
Concordo em absoluto com o comentário da Alice.
ResponderEliminarFaltam de facto umas aspas em "bom", no título. Mentalmente elas estavam lá, mas não chegaram a ser escritas
ResponderEliminarDuma forma deliciosa herr jose confirma o que já todos sabíamos
ResponderEliminarO que a canalha também queria era ajustar contas com Abril.
Para recuperar as mamas gozadas pelos Donos de Portugal e continuadas após Abril pelos seus herdeiros.
Perguntai-lhe pelas fraudes dos fundos sociais europeus e pelas privatizaçoes criminosas.
E logo se percebe o tipo de mama que anda à procura. Enquanto se agita inquieto espalhando as suas mamas e odiando desta forma tão pungente Abril e o fim do colonialismo
O FMI diz que a "austeridade" não funciona...
ResponderEliminarhttps://www.theguardian.com/business/2016/may/27/austerity-policies-do-more-harm-than-good-imf-study-concludes
... ainda assim a aplicam, os resultados são aquilo que se sabe, economia arruinada, desemprego, transferência de riqueza da base para o topo, vidas desgraçadas.
Tem sido sempre assim.
O FMI é um caso de polícia!
O FMI é, isso sim, um caso de polícias... políticos. Uns fazem as vezes de PIDE mau; outros dizem as falas de PIDE "bom". A diferença entre uns e outros, claro está, é nenhuma: foram todos fruto da mesma pseudocientífica esterqueira económica criadora de povos desgraçados e de países que só o são no nome.
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