segunda-feira, 18 de maio de 2015
Leituras
«"Em vez do colossal aumento de impostos, [o PSD] deveria ter feito uma colossal redução da despesa", afirmou esta semana ao Público Eduardo Catroga. (...) Qual é, então, o problema destas declarações? São Falsas. (...) Não só o enorme aumento de impostos foi inferior ao brutal corte na despesa, como ocorreu numa fase posterior, para compensar o falhanço colossal da estratégia inicial do Governo, assente numa contracção da despesa que se revelou catastrófica. Como bem descreve Hugo Mendes, (...) a consolidação foi feita através de uma diminuição da despesa primária de €7,4 mil milhões e de um aumento de €4,5 mil milhões na receita. (...) E é aqui que deviam começar os pedidos de desculpa. Desde logo, em relação à receita aplicada, assente num erro no multiplicador e na ideia de que os cortes na despesa têm um efeito virtuoso. A crença na austeridade expansionista, traduzida numa contracção brusca da despesa, teve efeitos económicos devastadores.»
Pedro Adão e Silva, Pedidos de desculpa
«Portugal viveu quatro anos de desajustamentos e a esmagadora maioria da população foi sujeita a sofrimentos inúteis. As fragilidades detetadas na economia, na sociedade e na organização e funcionamento da sua vida coletiva não foram resolvidos; no geral agravaram-se. A continuação das políticas de austeridade, que o Governo e as instâncias europeias nos encomendam, visam subjugar-nos à inevitabilidade do sofrimento como destino, para com ele expiarmos as culpas de sermos povo do sul da Europa e de termos aspirado a um futuro melhor. Para os donos do clube do euro, se aí quisermos estar terá de ser na condição de membros de segunda; se quisermos sair esperam-nos todos os castigos do deus-mercado. (...) A celebração da vida de que precisamos não é a da submissão a estas injustiças e ao escuro das "inevitabilidades" que as sustentam.»
Manuel Carvalho da Silva, Celebremos a vida
«Nesse critério [considerar recessão o período que vai desde o início da queda do PIB até ao seu regresso ao ponto de origem], Portugal está ainda longe de recuperar. (...) A economia portuguesa é a quarta mais distante de conseguir voltar ao PIB trimestral pré-crise. Mais concretamente, o PIB do primeiro trimestre deste ano é o maior desde o início de 2012, quando a economia ainda vinha a descer, e encontra-se a 7,1% do conseguido há sete anos. É uma distância de 2,9 mil milhões de euros, a preços constantes (descontando a inflação), que em termos percentuais apenas é ultrapassada por Chipre (8,9%, na terceira posição), Itália (9,3%, na segunda posição) e Grécia, que lidera destacada com uma distância de 26,5%. (...) Esta dificuldade em "regressar" a 2008 é um dos pontos em que a zona euro perde claramente para os EUA, onde a crise financeira deflagrou.»
João Silvestre, PIB ainda a 7,1% de "voltar" a 2008
A propósito do texto de João Silvestre:
ResponderEliminar"quatro anos depois da assinatura do memorando de entendimento português com a troika e em dia de novo relatório do FMI com novíssimas propostas “de cortes salariais e no emprego público” e “novo congelamento de reformas antecipadas”, convém relembrar o que estava previsto em crescimento económico para Portugal e a Grécia, respectivamente em 2011 e 2010, após as primeiras missões sob os processos de ajustamento.
comparando com o ano de 2009 antes das receitas preconizadas pela troika, o FMI...previa que já em 2015 a Grécia recuperaria o nível de produção existente nesse ano e que Portugal o superasse.
a realidade mostra que a destruição foi muito maior na Grécia do que em Portugal, mas que ainda estamos pior do que antes do processo de ajustamento.
era ainda previsto o crescimento da taxa de desemprego para ambos os países, mas níveis superiores a 40%-50% do que se verificava em 2009 e com uma tendência decrescente mais acentuada para Portugal, mas as previsões mais recentes para a Grécia para 2015 ainda são superiores em quase +160% do que em 2009 e para Portugal em quase +40%.
(ver os gráficos)
os momentos iniciais da ‘ajuda’ foram diferentes, a intensidade das políticas também, ambos os países estão pior do que em 2009.
Daqui:
https://observatoriogrecia.wordpress.com/2015/05/18/eimaste-iberoi-ki-emeis-ajustar-para-chegar-onde/
De
Antes, leiam a história económica portuguesa. Depois, reflitam melhor sobre ela…
Agora, reparai bem no que escrevem.
Desde as “Berças” que somos maus administradores dos bens da coroa.
Primeiro, o condado nasceu endividado ao rei de leão.
Com o reino hipotecado ate hoje, os pós- modernistas eruditos da coisa, presidentes da res-publica, ministros, deputados e “doutores da mula russa” nada mais fizeram senão aumenta-la! Ate “sindicalistas”, Vejam la…
Em verdade vos digo que e´ triste assistir a aulas de mentira, a conferências sem honestidade, a programas ditos de pros e contras acompanhados de auditorias “chiques” e a traulitada por futebol.
Eles são os pontos percentuais, os indexes, as percentagens e as estatísticas todas da responsabilidade dos mesmos “Sobas”. Como eu gostaria de saber…mas saber mesmo…. Adelino Silva
«A crença na austeridade expansionista, traduzida numa contracção brusca da despesa, teve efeitos económicos devastadores»
ResponderEliminarUm chavão dos mais resilientes e que quer dizer coisa nenhuma.
A bancarrota não foi um acidente, foi a invitável consequência de um processo.
A austeridade não resultou de uma crença mas da necessidadr de estancar esse processo de ruína crescente.
Mas nada mais fácil do que invocar crenças para a discussão descolar do mensurável para o opinativo.
«submissão ... ao escuro das "inevitabilidades"» é donde vimos!
ResponderEliminarDécadas a ocultar as inevitáveis consequências de abrilescas quimeras e torpes dissimulações.
Do escuro ao claro é o caminho, que a 'via original' de mascarar a realidade chegou ao seu termo.
«a 7,1% do conseguido há sete anos»
ResponderEliminarTirem o Sócrates da cadeia e dêem-lhe crédito que lá chegaremos rapidamente por uma módica comissão.
Chamar produto ao disparate é um dos sofismas que compõe prosa para lerdos.
Repitamos:
ResponderEliminar"A crença na austeridade expansionista, traduzida numa contracção brusca da despesa, teve efeitos económicos devastadores»
Um fulano qualquer diz que é um chavão e dos mais resilientes.Tirando o paleio um pouco medíocre de um "auditor" do género, o que este não se apercebe é que acabou de repetir um chavão. Chavão não resiliente mas outra coisa mais feia.
Primeira nota para identificar uam grosseira mentira. Não houve qualquer bancarrota
Aprendido?
De
Temos netão que o das 00 e 49 a partir duma afirmação falsa parte imediatamente para uma via de sentido unico
ResponderEliminarEis como se cria um axioma. Os neoliberais são useiros e vezeiros nisto.E quando lhes assistem outros objectivos a coisa assume proporções escabrosas.
A "mensurabilidade" é apenas o jargão inútil e decrépito. Porque os dados apresentados deitam por terra a doutrina invocada.Porque o referido por Pedro Adão e Silva não é refutado nem pode ser.Mente Catroga. E infelizmente para o sujeito que o tenta defender desta forma canhestra,não aduz nada, rigorosamente nada, que contradiga o dito.E o carácter opinativo que atribui aos outros fica desta forma desnudado.
Uma tristeza
De
Há mais.
ResponderEliminarO ódio a Abril não pode disfarçar uma coisa.Não pode ocultar o projecto de submissão abjecto protagonizado por este governo e por esta governança. Uma subserviência sem vergonha e rasteira aos grandes interesses económicos que dominam a UE.
É curioso como os saudosistas militantes do antes de Abril , conhecidos outrora como trôpegos e bafientos nacionalistas, se assumam agora como os mais vulgares vende-pátrias. A demonstar inequivocamente que a sua pátria é o dinheiro e o lucro. E a comprovar que esta coisa de classes sociais existe mesmo.
Tal como a luta das ditas. Veja-se a satisfação do referido sujeito pelos "caminhos claros" a que a austeridade nos levou.
Não , não foi só a austeridade. Foi esta e a governança de direita e de direita-extrema. Foi esta sociedade iníqua e tremenda, injusta e a caminho da barbárie.
Que nem o recuros a sócrates nem o insulto em forma de "lerdos" consegue ocultar.
O caminho é outro. Ou são "eles" defensores dos tempos escuros a que quotidianamente assistimos, ou outro rumo completamente diferente sem exploração do Homem pelo homem.
De
Jose
ResponderEliminarTu és o Jorge que comenta no publico ou noutro pasquim ?
Esse jorge também fala como tu das "abriladas" e também tal como tu aponta a austeridade como algo inevitável e até virtuoso. Esse Jorge consegue até a proeza, digna dum jose, de apoiar o já célebre polícia de guimarães, o que é por demais coerente com tudo o resto
E então, Jose, és também o Jorge ? o estilo é idêntico, tal como tu é um gajo cheio de ódio, incapaz de articular um argumento de jeito e tal como tu povoa aquilo de comentários, em suma, tu só podes estar reformado( mais um vôvô a mamar do Estado?) ou então seres mais um avençado deste governo, como há muitos por aí, a fazerem o trabalhinho sujo pelas comunidades virtuais. Claro que, mais uma vez, vais fingir que não leste isto ou vais ficar por uns insultozecos parcos de imaginação. Se não és tu o jorge põe-te a pau...tens clone, ou então há fábrica para os palermas como tu