quinta-feira, 4 de abril de 2013
Poder político único
“BCE tem um poder político único no mundo”. Este é no fundo o mote de uma série de trabalhos no Negócios de hoje que vale a pena ler, até porque estão longe da visão, ainda hoje propagada por Draghi, e sem se rir, de que o BCE não toma decisões políticas. Na realidade, o BCE tem um poder político pós-democrático único no mundo, o que aliás diz tudo sobre o euro e sobre a chantagem permanente feita aos Estados, em especial aos periféricos, que irresponsavelmente prescindiram de atributos essenciais da sua soberania e que dependem, enquanto permanecerem no euro, das decisões tomadas em Frankfurt. Aliás, parte fundamental da força da política do governo, em especial da política de Gaspar, é a força do seu alinhamento com, melhor, da sua pertença a, esta economia política. A fraqueza política de demasiada oposição é a fraqueza política crescente do “ai se o BCE”.
A natureza reforçada deste poder pós-democrático do BCE manifesta-se no seu objectivo político principal e cada vez mais transparente: reduzir os rendimentos e o poder do mundo do trabalho na zona, desmantelando os Estados sociais. A sua insistência em comparar alhos com bugalhos, evolução dos salários nominais e da produtividade real, na linha dos tendenciosos custos unitários do trabalho, reveladora da aposta na redução do peso dos rendimentos do trabalho no rendimento total, ilustra, como bem argumenta Andrew Watt (via Juan Torres Lopez), este projecto. O memorando cipriota é outro exemplo: privatizações e austeridade, com cortes nos salários directos e indirectos, numa economia já com uma taxa de desemprego de 15%. De quantos mais exemplos precisamos? De quantas mais derrotas precisamos?
Anda por aí muito político/(marioneta) cujo trabalhinho é 'cozinhar' as condições que são do interesse da superclasse (alta finança - capital global): emissão de dívida e mais dívida, implosão da identidade autóctone, etc...
ResponderEliminar.
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A superclasse pretende 'cozinhar' as condições que são do seu interesse:
- privatização de bens estratégicos: combustíveis... electricidade... água...
- caos financeiro...
- implosão de identidades autóctones...
- forças militares e militarizadas mercenárias...
resumindo: estão a ser criadas as condições para uma Nova Ordem a seguir ao caos - uma Ordem Mercenária: um Neofeudalismo.
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P.S.
-> O discurso anti-alemão que reina nos media internacionais (nota: são controlados pela superclasse) é uma consequência óbvia: depois de andar a 'cavar-buracos' (nas finanças públicas e na banca) e andar a saquear contribuintes em vários países... a superclasse (alta finança - capital global) quer saquear o contribuinte alemão.
-> A firmeza do contribuinte alemão (não cedendo à pressão exercida internacionalmente...) é fundamental para salvar a Europa.
O BCE , É o braço armado do capitalismo da 3º geração que está actualmente implantado na Europa , tendo como chefe o actual Governo Alemão
ResponderEliminarSendo que o seu mandato acaba em menos de 6 meses, o Presidente da República Italiana näo pode dissolver o Parlamento para novas eleiçöes... a näo ser que se demita.
ResponderEliminarEle bem queria... mas o Draghi foi lá "aconselhá-lo" a näo o fazer.
E assim o governo Monti (i.e. da Troyka) continua em funçöes...