terça-feira, 30 de agosto de 2011

Os passes da austeridade

A transformação do passe social numa frágil política de transportes para pobres, na linha do que o jornalista económico Manuel Esteves indica, ilustra toda a lógica da política pública de austeridade em curso. Esta consiste em quebrar o princípio da universalidade, o único que protege o Estado social e pode assegurar serviços públicos redistributivos. O governo pretende garantir que o velho truque da economia política neoliberal se aplica: as políticas para pobres são pobres políticas e criam a boa dinâmica destrutiva já descrita pelo Nuno Serra.

Neste contexto, recupero outro post de Manuel Esteves no Massa Monetária: “É uma ilusão pensar que, neste contexto, é possível fazer um ajustamento orçamental desta dimensão de forma equitativa”. Eu diria que é impossível fazer um ajustamento orçamental desta dimensão. A recessão que assim se está a gerar faz com que a insistência no estilo de programa da troika, e nas revisões que aí virão, só aprofunde um círculo vicioso de desemprego, insolvência, destruição dos serviços públicos e tudo o mais que se segue. Finanças públicas sãs? Olhem para a Grécia, mesmo tendo em conta as diferenças de capacidade estatal.

A esquerda deve rejeitar sempre a austeridade, evitar a conversa demagógica e ideologicamente enviesada sobre as gorduras do Estado e pugnar por alternativas reais, sabendo que a opção de política que está a ser seguida nunca pode ser igualitária. O governo, quanto muito, estará apostado em tentar legitimá-la com mexidas cosméticas no sistema fiscal que até os ricos politicamente mais inteligentes aceitam e que não revertem, longe disso, o esforço estrutural que foi durante demasiado tempo feito para os beneficiar. Não há justiça social sem conflito político aberto com quem beneficiou da economia política neoliberal.

Nós temos vindo a alertar, desde o ano passado, para as consequências político-ideológicas da crença na possibilidade da austeridade simétrica. Isto não significa, pelo contrário, que se abandone o combate, que é de sempre, pela justiça fiscal a sério, especialmente quando se acumulou um património significativo de proposta nesta área. Significa, isso sim, que se deve colocar sempre o problema da austeridade na escala europeia que o origina, sem deixar de indicar as armas, financeiras e diplomáticas, que Portugal tem à sua disposição e de defender abertamente o seu uso, da reestruturação da dívida à possibilidade de organizar a saída do euro, quer como ameaça credível, quer como alternativa se se concluir que tudo está mesmo bloqueado em termos de reforma democrática na arquitectura do governo económico europeu.

11 comentários:

  1. 22,50 aeurrios pra marchar 3 a 5 kilometradas

    para 10 kilometradas é 44,30

    para 30 kilometradas são 70 aeurrios

    e nã há passes prá 3 ª idade

    só pós adolescentes com ataques d'obesidade

    que nã podem marchar 600 metros puque chove

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  2. o L123 abrange 900 kilómetros quadrados de área e anda nos 50 e tantos euros

    aqui pelo mesmo preço pode-se apanhar um autocarro por hora

    no Verão há de 30 em 30 minutos na hora de ponta à cause da praia...

    com esse passe posso deslocar-me 20 kilometradas e voltar à nôte
    (mas só até às 21horas)

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  3. ó general das almas

    ê até ia de cicleta

    mas o último que tentou isso ficou com a mioleira de fora

    há crise há crise mas cada vez há mais pópós com matrícula de 2011

    e curiosamente só têm 1 a 2 gajos e gaijas dentro

    em cada 3 há um casal

    em cada 10 arrebanha-se um com mai que três geralmente um catraio na mesa de atrás

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  4. nã anda nos colecti
    vós

    e vem ai ditar bitaites...

    em 85 eram muy baratuches atão o L123

    ia-se até ó laranjêro di graça
    ô á costa da caprika

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  5. quem anda a trabalhar só se for dos correios é que necessita d'andar todo o dia nos transportes

    qu'isto há velhotas qu'andam todo o dia no 45 (745)dum lado pró outro

    e nunca arregaçam o cu do lugari

    e uma data de marmanjos qu'opinam sobre o posicionamento dos outros

    holha pá qu'amsterdão é maiori qui lisboa e anda mai gente a pé e de cicleta

    é mai plana...pois

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  6. Todos os dias de Loures de bicicleta para a estrada de Benfica

    ó fim de 5 anos de sucesso ecológico

    morreu atropelado...

    é por isso que a alternativa é morrer d'ataque carduko nos transportes púbicos e privados

    o 49 anda um pocochinho bazio

    o 701 anda pla metade

    o 7(35) esvazia a meio

    o 7(29) ás 15 da tarde leva 3 marmanjos prá pontinha e 6 velhotas

    e só 4 é que pagaram bilhete ou têm o passe em dia

    deve ser por ser fim do mês...

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  7. Muito bom post João Rodrigues.
    Parabéns
    Entretanto um pequeno"pulha" diverte-se(ou é algo mais do que mero divertimento boçal?)

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  8. Creio ser alguém com um qualquer problema mental.

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  9. Está na hora de eliminarem o spam imbecil!

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  10. Liberdade Com Respeito31 de agosto de 2011 às 12:21

    Recomendo aos gestores deste blogue que activem a funcionalidade de "moderação de comentários" para evitar ruído de fundo.

    Há que respeitar os autores dos posts, mesmo que não se concorde com o seu conteúdo.

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