quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Também quero saber


Recebi no e-mail uma cópia de um requerimento do deputado João Semedo do Bloco de Esquerda, que penso ser verdadeira, referente a factos que gostaria muito de saber se são ou não verdadeiros. Transcrevo:

“O Bloco de Esquerda tomou conhecimento, através da comunicação social, da possível existência de um crédito concedido pelo BPN à Amorim Energia para a compra de uma participação na Galp.

Segundo a notícia, o crédito, da ordem dos 1600 milhões de euros, teria sido concedido pelo BPN à Amorim Energia em 2006, antes do processo de nacionalização. A mesma fonte avança que o empréstimo não chegou a ser pago pela holding ao BPN, mantendo-se assim a divida de 1600 milhões de euros durante todo o período em que o Banco esteve na posse do Estado.

Acresce a esta informação o facto de a Amorim Energia ser uma holding detida, não apenas por Américo Amorim, mas que tem como accionistas a Santoro Holding Financial, de Isabel dos Santos, e a Sonagol. Como é conhecido, a Santoro Holding Financial, para além de accionista da Amorim Energia, é também accionista maioritária do Banco Internacional de Crédito, a quem o Estado irá vender o BPN. Desta forma, a venda do BPN, com os seus créditos, ao BIC, poderá implicar que o crédito de 1600 milhões de euros seja pago pela Amorim Energia a um banco que tem como principal accionista a própria devedora.”

Pergunta o deputado João Semedo:

“1. Confirma o Governo a existência de um crédito, por liquidar, da Amorim Energia ao BPN? Em caso afirmativo, qual o seu valor?
2. Caso exista, como explica o Governo a não execução do referido crédito para fazer face aos prejuízos associados ao BPN, durante os anos em que o banco esteve na posse do Estado?
3. Confirma o Governo que o referido activo se encontra num dos três veículos constituídos pela Caixa e transferidos para o Tesouro?
4. Perante o cenário de venda do BPN ao BIC, qual a situação do referido activo? Ficará em posse do Estado ou será incluído no pacote a privatizar?
5. Pode o Governo divulgar a lista de todos os créditos, incluídos nos veículos transferidos para o Tesouro, acima dos 250 milhões de euros?”

1600 milhões de euros? Isso é duas vezes o nosso corte do subsídio de natal e mais de metade do buraco anunciado do BPN. Eu também quero saber.

8 comentários:

  1. Nunca pensei afirmar isto, mas um futuro governo de esquerda devia assumir a nacionalização das empresas dos sectores estratégicos já total ou parcialmente privatizadas tais como EDP, GALP, REN.

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  2. Eu tambem gostava de saber. Seria uma bronca, se os 1.600 milhões acabassem por ir parar às mãos do Mira Amaral, agora que é senhor e patrão do BIC.

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  3. Caro Anónimo
    É cambalhacho, ligado a caldeirada, embrulhado em confusão, articulando-se com marosca...
    Mas, se me permitem, creio que a questão política central é aqui, precisamente: como é que, para a esquerda, a questão da nacionalização/privatização da banca e de empresas do tipo EDP/GALP deixou de ser importante, ou passou até a ser a privatização a solução "natural", de tal modo que já nem se "pensa afirmar isto", que todavia devia ser óbvio, que todos esses sectores devem estar na mãos do Estado (e que pensar o contrário pode evidentemente ser legítimo, mas "de esquerda" é que não é de certeza!...)

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  4. Uma economia mista será sempre a forma mais adequada para Portugal.

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  5. Caro João Carlos Graça, nunca concordei com a privatização de sectores estratégicos como a solução "natural" apesar dessa cassete me ter sido martelada vezes sem conta durante a minha licenciatura. O "Nunca pensei afirmar isto" refere-se à nacionalização desses sectores sem indemnizar os actuais accionistas, entre os quais me incluo!

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  6. Com 40 milhões aniquilam uma divida de 1,6 mil milhões. Génio.

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  7. Mais uma denuncia sobre o mesmo assunto: http://livrecomoovento.blogs.sapo.pt/34082.html

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