terça-feira, 5 de abril de 2011

Eles têm força e a democracia?

“Como é possível que o Banco de Portugal promova uma reunião de banqueiros para obrigar o país a recorrer ao FMI?” Tiago Mota Saraiva não usa a sigla FEEF e talvez por isso à pergunta se sigam outras observações igualmente pertinentes. Assim se revela uma vez mais a natureza deste Banco de Portugal. Uma parte do Estado foi capturada e transformou-se no comité executivo dos negócios do capital financeiro. Na notícia citada diz-se “que os bancos nacionais acudiram recorrentemente o Estado, financiando-o directamente através dos leilões dívida ou como ‘intermediários’ do Banco Central Europeu.” Acudiram? Não há paciência para esta novilíngua que mascara o processo de expropriação financeira em curso. Os bancos portugueses têm ganho o que podem com esta “intermediação”, como se sabe. Depois da desastrosa austeridade que exigiram, anseiam agora pela intervenção externa. Afinal de contas, sabe-se que uma parte do planeado empréstimo europeu, no valor de pelo menos dez mil milhões de euros, seria um presente do Estado bombeiro para os bancos. Até quando é que isto vai durar? Até termos força política para usar a arma da reestruturação da dívida e para disciplinar os bancos, reafirmando o controlo do poder politico democrático sobre esse bem público que dá pelo nome de crédito.

9 comentários:

  1. Não há como fugir, o mundo é governado pelo dinheiro, com o qual eles nos vendem o nosso próprio caixão através da propaganda.
    É por isso que temos que trabalhar em alternativas ao dinheiro.
    www.equalmoney.org
    Gostava de ver a esquerda a ponderar esta hipótese.

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  2. Mais irrealismo e ópio dos intelectuais. Que tal sair do euro?
    Isso seria uma União Soviética do crédito? Ou uma Albânia socialista onde o crédito era todo público? Ou um Rui Pedro Soares em cada banco? E um Luís Figo a quem comprariam apoios? Parece que ser público santifica.

    Jorge Rocha

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  3. Jorge Rocha, gosto dos seus argumentos muito construtivos e informados. Só tenho pena de isto não ser o Facebook e não poder por um "Like".

    José Barbosa

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  4. Si los ricos no pagan impuestos se enfrentarán a una revolución"
    Paul Farell, analista de 'The Wall Street Journal', se hace eco de una corriente de opinión que pone en entredicho la recuperación en EE UU

    Sigan soñando", apunta Farrell, que avisa de que el 93% de lo que se oye acerca de los mercados, las finanzas y la economía "son conjeturas, ilusiones y mentiras con el único fin de manipular en la toma de decisiones para sacar el dinero de los bolsillos" de la gente. "Ellos se enriquecen diciendo mentiras sobre los valores. Odian a las normas de la SEC [regulador de la Bolsa de EE UU] que les obligan a decir la verdad". Y pone un dato como ejemplo: en los últimos 10 años, el 20% de los fondos de pensiones de los trabajadores -10 billones de dólares- se ha esfumado en Wall Street.

    http://www.elpais.com/articulo/economia/ricos/pagan/impuestos/enfrentaran/revolucion/elpepueco/20110404elpepueco_14/Tes


    Tio Aurélio

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  5. «Assim se revela uma vez mais a natureza deste Banco de Portugal. Uma parte do Estado foi capturada e transformou-se no comité executivo dos negócios do capital financeiro.»


    Não foi apenas o BdP. Também o centrão político e praticamente todos os Media estão nos bolsos do capital financeiro.

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  6. Bom os bancos lembraram-se que têm accionistas, que têm uns poucos depositantes, gente anormal que não vive a crédito e não come no gambrinu's e quejandos

    parece que ficaram com mais medo dessa gentalha pelintra que amealha uns tostões e anda com miúfa

    deviam enforcar gente desta que guarda dinheiro nos bancos
    capitalistas reaccionários

    o povo vive a crédito

    só os fascistas amealham

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  7. Este xadrez da parte da banca é lamentável e vergonhoso. Parece-me ser também o sinal que este ano o 25 de Abril virá mais cedo.

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  8. A revolução(com r pequeno claro)foi uma chance perdida de realmente abulir a verdadeira grande ditadura,a da finança!!
    Mas nada se resolve a atacar os nossos capitalistas sem atacar a nível global os grandes financeiros globalistas,esta é a grande questão a qual continua lamentavelmente sem resposta.

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  9. Previ isso
    segunda-feira, 28 de março de 2011
    Merkel nomeará novo Presidente do Banco de Portugal
    Resido num País muito rico com seu povo pobre, há 38 anos.
    Durante 21 anos, até 1994, convivi com instabilidade econômica insuportável, com inflação mensal que chegava aos 80%. Nenhum economista estrangeiro entendia como podíamos conviver com índices de inflação tão elevados.
    Os produtos nos supermercados eram remarcados de hora em hora, Os salários eram corroídos, de um dia para o outro, novos programas econômicos eram lançados desestabilizando a economia. A toda hora as regras do jogo econômico mudavam.
    Não entendia nada de economia. Via na causa do problema o País ser grande, necessitar de muitos investimentos sociais como: saneamento básico, escolas, postos de saúde e muitos outros em infra-estrutura geral, como estradas, aeroportos, portos e outros. A população aumentava muito rápido, triplicou em 50 anos.
    Em 1994 foi posto em prática mais um plano econômico, o Real e, com ele, outras medidas de ajuste foram feitas para equilibrar os gastos públicos. Venda de Estatais deficitárias, controle dos gastos públicos em 60% do orçamento com o funcionalismo Público e venda dos bancos Estaduais ( o Brasil é uma confederação dividida em Estados ). Do conjunto das medidas, a venda dos Bancos Estaduais foi fundamental. Era aqui que queria chegar para poder fazer uma relação com o que se passa na CE.
    O Brasil tem um Governo Federal ( comparável com o governo de Bruxelas) e os Estaduais (como os dos países membros da CE ). Os Estados mal administrados por políticos mentirosos usavam seus Bancos Estaduais para cobrir os rombos nas contas públicas e, para isso, recorriam a empréstimos externos a juros altos. Quando a cobrança era feita, passados alguns anos, outro Governo sem dinheiro tinha que recorrer ao Banco Central para que saldasse junto ao credor externo suas contas. Pego desprevenido, o BC contraia nova dívida externa (chegou a ser a maior do Mundo na altura ) e emitia mais moeda, gerando inflação.
    O que se passou por aqui no Brasil tem relação com o que está acontecendo na CE? Se tiver, o que vai acontecer em breve com o Banco de Portugal e dos outros Países membros não confiáveis? Não podendo ser vendidos...! Isso mesmo, vão perder autonomia, vão ser geridos por executivos estrangeiros, nomeados pelo BCE para fazerem relatórios confiáveis. Ao aderirmos à CE perdemos a autonomia para administrar nossa economia e não só. Alguma dúvida? Somos ou não somos incompetentes. Nisso Merkel tem razão, só não entendi ela elogiar Sócrates. Mário Soares, o patriota, tem muita explicação a dar sobre esta situação!
    Termino afirmando, não me levem a sério, continuo a não entender nada de Economia, só reconheço um pouco de safadeza na política. Como mentem!
    Carlos - RJ

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