A SLN era um grupo económico particular porque, ao contrário do que normalmente acontece, o Banco não era o centro de comando do Grupo. As fraudes do BPN foram conduzidas pela Holding e perpetradas através do recurso generalizado a quase uma centena de empresas sediadas em off-shores, como explicou um membro da administração de Miguel Cadilhe. O caso do BPN é, aliás, exemplar do ponto de vista do papel estratégico que têm os off-shores não apenas na promoção da fraude e evasão fiscais, mas também na protecção da criminalidade financeira.
Foram essas conclusões que levaram João Cravinho a defender uma investigação sobre o papel dos off-shores no caso do BPN, da qual poderiam e deveriam ter resultado conclusões importantes para a sua extinção, um dos desígnios mais importantes, entre outros, de qualquer alternativa de política económica.
Esse é o fulcro do que se passou no BPN. Devemos punir os criminosos, criticar os reguladores mas não esquecer em momento algum que a responsabilidade última é política e consiste na criação de um quadro de regulação e fiscalização do sistema financeiro que proteja a economia, a estabilidade do sistema financeiro e os contribuintes.
Não deixa de ser revelador que, enquanto se juntam à esquerda na crítica ao processo do BPN (mas não em qualquer tipo de propostas concretas), PSD e CDS apresentem dois projectos de resolução para dar condições "mais favoráveis" (sic) ao off-shore da Madeira. Nesta matéria do BPN, a direita atira pedras porque tem telhados de vidro. Não apenas por causa das ligações de governantes de Cavaco a este banco, mas também pelas responsabilidades políticas pelo quadro legal em que operam as instituições financeiras.
Nem sempre é preciso mudar alguma coisa, para que tudo fique na mesma. Às vezes basta gritar muito. A direita faz todo o alarde que pode com a sua indignação sobre o BPN, mas as propostas concretas que agravam o problema da desregulação financeira, avança-as sorrateiramente no anonimato das comissões.
Não só a SLN continua sob novas vestes, como a propósito do BPN o governo de Sócrates (nisso com o apoio de PP e PSD, claro) já garantiu que, logo que possível, ele será de novo privatizado! Assim mesmo, esfregando-no-lo na cara, para que não restem quaisquer dúvidas. Nós todos, enquanto contribuintes, ficámos a varrer o lixo (o governo nacionalizou o BPN-prejuízos, mas teve o conveniente cuidado de deixar de lado a SLN-lucros, o “centro de comando”, como lhe chama), eles seguiram alegremente para bingo alhures e finalmente - a cereja no cimo do bolo - logo que possível, logo que volte a ser lucrativo, o próprio BPN enquanto tal voltará a ficar "em boas mãos". Privadas, entenda-se.
ResponderEliminarÉ realmente espantoso, o modus operandi do bloco-central-cum-PP. De Alcibíades dizia-se que "criou" para si mesmo um defeito (cortou a cauda do cão, conta-se), como forma de deixar os atenienses entretidos a dizer mal dele duma certa forma, controlada pelo próprio. A "criação de factos políticos", em boa verdade, é um mundo sem fim... O José Guilherme tem razão em sublinhar que entre nós nem sequer é preciso mudar muito - ou mesmo nada. Basta gritar muito alto. Também ajuda fazer acusações fulminantes, muito “pessoalizadas”, mas sem grande conteúdo substantivo. A altura, aliás, é propícia para isso, com eleições presidenciais à porta…
É tempo da direita se empertigar na linguagem.
ResponderEliminarA bola baixa não ajuda: o combate tem que ser igual.
Devemos punir os criminosos que ganharam com esse negócio
e obrigá-los a devolver 5 mil milhões de euros como fizeram ao MAdoff
Pessoas que não conhecem o funcionamento judicial fazem destas afirmações
que lesam pessoas estrutural mente
honestas e seus protegidos
Como disse o Profeta que nos dará o rumo :
Vá consultar livros
Os livros são muito claros
tem de nascer duas vezes para ser tão honesto como eu
eu que até o admiro apesar de você ser desonesto e sujo e ser portador dessas coisas
o que é que eu tenho a ver com essas pessoas
nos livos que vendei vendi
espalhei o meu património em 4 bancos
e estou perdendo milhões...
na situação em que o país se encontra é essa gente que conseguirá empurrar o país no bom sentido
uma palavra final este é um tempo de Natal este é o tempo das mulheres das mulheres que fazem Milagres com o orçamento
que são mulheres que tratam dos filhos
Mentira mentira mentira
um Santo Natal e tenha esperança
que o nosso candidato logo nos dá o rumo para empurrar o país
e ele também será presidente dessa gente que diz umas larachas e tretas
chocante ó ciclistas desonestos
você não merece mais respostas
seu Ciclista que se auto-proclama
desonesto
você que não nasceu duas vezes
acusações fulminantes, muito “pessoalizadas”, mas sem grande conteúdo substantivo
ResponderEliminarBom Natal!
ResponderEliminarFiz link para este post.
Há uma coisa que ainda ninguém viu, que é o Caso BPN 2: a nacionalização.
ResponderEliminarSe não tivesse sido nacionalizado, a responsabilidade pelo passivo do BPN era da SLN que o detinha a 100%; depois de nacionalizado, a responsabilidade passou para os portugueses. Os accionistas da SLN salvaram-se.
Se o Caso BPN 1 é imputável a pessoas próximas do PSD, o Caso BPN 2 foi feito pelo PS.
Common Sense,
ResponderEliminarNão acho que fosse possível, pura e simplesmente, deixar cair o BPN. O risco de uma crise bancária era, penso eu, excessivo. Acho que o erro do Governo foi o de não ter nacionalizado todo o Grupo, usando os activos das outras empresas para limpar o Banco, que era a única parte do Grupo cuja falência comportava um risco sistémico.
Além disso, peço desculpa se pareço desresponsabilizar o PS na forma como evoluiu o quadro de regulação do sector financeiro, em Portugal e na Europa. Se a desregulação dos mercados financeiros ocorreu e se mantém, é em grande medida graças a um inextimável contributo da família socialista na Europa, deslumbrada com a impostura intelectual chamada Terceira Via.
Bom dia ,venho por este meio solicitar um esclarecimento!
ResponderEliminarSuponhamos que eu tenho um determinado seguro e podemos dizer seguro do carro já que o mesmo e obrigatório.
Tenho um acidente ao qual eu não tenho a menor culpa mas como o seguro assim não entende envia para tribunal.
O responsável do seguro sabe que eu não sou culpado mas mesmo assim tribunal.
Fiquei com uma lesão que me vai impedir no futuro próximo de exercer qualquer actividade profissional.
O caso se arrasta em tribunal ano traz ano e por fim uma audiência digamos 3 ou 4 anos de espera entretanto as despesas foram todas por minha conta.
Antes de ser ouvido em tribunal o seguro oferece me um acordo e paga me um valor acima das minhas expectativas, eu como estou sem trabalho e cheio de dividas aceito de imediato.
Ate ai tudo bem.
A questão, esta em que quando o dinheiro acaba eu vou de imediato recorrer a uma reforma por invalidez e todas as despesas no futuro serão suportadas pela segurança social.
Seria mais lógico ser o seguro a pagar em vez do estado ou os acordos efectuados deveriam ser acompanhados de perto pela segurança social e obrigar os seguros as suas responsabilidades. Obrigado pela atenção
Rui Pereira