sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Até quando?

O Orçamento para 2011, agora aprovado, vai produzir uma redução do consumo das famílias e uma redução do investimento público e privado, o que por sua vez vai originar mais desemprego. Algum crescimento das exportações para fora da UE apenas atenuará a recessão. Esta produzirá uma quebra na receita fiscal esperada e aumentará a despesa orçamentada através dos subsídios de desemprego. Em meados de 2011 ficará claro que o défice previsto não é alcançável.

No início de 2011, o Tesouro vai precisar de colocar mais dívida pública no mercado. Só o conseguirá fazer a uma taxa superior a 7%, um valor que acelera o efeito “bola de neve” produzido pelos juros no total da dívida acumulada. Nessa altura, por pressão da Comissão Europeia, da Alemanha, e provavelmente também da Espanha, Portugal pedirá o apoio do Fundo Europeu de Estabilização/FMI.

Com a inicial negação da necessidade do apoio, seguida das negociações com os novos tutores, e depois com a instalação da sua equipa em Lisboa, estaremos perto do Verão altura em que a degradação da execução orçamental será flagrante. Nessa altura, os tutores do País mandarão aplicar um novo PEC, com mais cortes na despesa e maior desregulamentação do mercado de trabalho. Aproveitarão para aplicar uma redução das indemnizações nos despedimentos, já sugerida pela OCDE, e a redução do salário mínimo, entre outras medidas destinadas a fazer baixar o custo do trabalho.

Entretanto, o governo do PS já terá caído e um governo do PSD terá sido eleito com maioria relativa.

Será que vamos deixar o País entregue a esta alternância entre partidos sem projecto de desenvolvimento para o País, entre cúmplices dos agiotas da finança que na última década montaram a mais eficaz máquina de fazer endividar cidadãos?

Até quando?

6 comentários:

  1. Até que os níveis de consumo estejam adequados àquilo que as pessoas produzem e não àquilo que pedem emprestado. Qual a dúvida? A que aulas de Economia faltaram?

    ResponderEliminar
  2. Eduardo, O Dr. Ravi Batra , nobel de economia diz que estás errado.

    ResponderEliminar
  3. Eduardo, O Dr. Nouriel Roubini , diz que estás errado.
    http://nourielroubiniblog.blogspot.com/

    Este post do Jorge Bateira está em sintonia com a opinião destes 2 economistas mundialmente famosos.

    A tua opinião , não é tão obvia como tu pensas. Há economistas muito bons que são contra a austeridade.

    ResponderEliminar
  4. Os níveis de consumo têm de diminuir. Mas essa diminuição tem de ser gradual, de modo a que as pessoas saldem as suas dívidas resultantes das práticas bancárias abusivas, irracionais, descontroladas e assassinas de concessão de crédito.
    De facto, não se pode continuar a encontrar aviões cheios com viagens para o Brasil (vá agora e e comece a pagar sem juros em Abril do ano que vem), a trocar de carro de 3 em 3 anos (já agora, aproveite-se a ocasião e não se comprem carros à Alemanha), telemóveis de última geração a cada 4 meses (Portugal tem o dobro de telemóveis em relação ao número de habitantes)...etc.
    Não se pode é, em 6-12 meses, corrigir erros de décadas, deliberadamente aproveitados ou "conduzidos" pelos opinion makers instalados e que agora aparentam nada ter a ver com a situação a que chegámos.

    ResponderEliminar
  5. Até quando também eu queria saber.
    Por mim posso dizer-lhe que estou fartinho desta gente pois que eles que são todos uns GFDP.
    Para mim, porém, maiores do que os do PS não há.
    Este partido, aliás, vai ficar na história como sendo o partido que pior fez ao povo deste país na medida em burlou, vigarizou, enganou quem ainda acreditava que ele era um partido de esquerda.
    Por causa destes bandalhos do PS, quando o PPD/PSD for para o governo o nosso país vai voltar ao 24 de Abril. Não tenham dúvida.
    É que a direita não dorme, não esquece e não perdoa.

    ResponderEliminar