quinta-feira, 24 de julho de 2008

O tempo da crise

Nuno Teles foi entrevistar Francisco Louçã. O resultado desta conversa sobre economia está disponível em papel e em vídeo. Da crise financeira internacional à natureza rentista do capitalismo português, passando pela forma como o Estado do bloco central, através de privatizações irresponsáveis e de ruinosas parcerias público-privadas, está a corroer qualquer possibilidade de se construir, a prazo, uma sociedade decente assente numa economia viável. Quem quer investir em bens e serviços para exportação quando pode controlar a Brisa, a Lusoponte ou a REN, empresas onde, dada a natureza da actividade, os lucros estão praticamente garantidos? Como investigador das pulsações históricas do capitalismo, Louçã está bem posicionado para contextualizar esta crise internacional. A alternativa ao desastre financeiro permanente é um movimento coordenado que reintroduza um maior controlo sobre o capital financeiro. À escala nacional, a natureza desigual e predatória do processo de modernização conservadora é bem radiografada. A alternativa a este estado de coisas, que aprofunda a crise orçamental e a inserção dependente da nossa economia, só pode ser um projecto socialista com fôlego. Este é o desafio para todas as esquerdas.

5 comentários:

  1. Gostava de ver o vídeo, mas não dou com ele, por acaso o João Rodrigues não pode pôr aqui o link?

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  2. Eu também João Dias. O problema é que não o encontro. Pensava que estava na página do link, mas agora vi que não. Suponho que ainda não deve estar on-line. Aguardemos.

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