Em nome do que para alguns foi no início um sonho – o Estado de Israel na Palestina – um profeta que desconheço anuncia hoje no Público um ataque «preventivo» de Israel ao Irão a ocorrer entre 5 de Novembro de 2008 e 19 de Janeiro de 2009. É inevitável que assim seja diz ele, preparando-nos com o estabelecimento da inevitabilidade para a aceitação passiva do «facto» que através da acção profética pretende criar.
Não sabemos se o objectivo do projecto nuclear do Irão é ou não militar. Pode bem ser. Mas pode também não ser. E pode ainda ser para algumas forças internas no Irão e não o ser para outras. Mas é interessante notar que a profecia é divulgada no dia seguinte ao de um auspicioso encontro negocial entre o Irão, a UE e os EUA. Não sabemos se o profeta fala em nome de Israel nem se o objectivo de Israel é aproveitar o projecto iraniano como pretexto para um ataque «preventivo» que consolide a sua posição geo-estratégica. Pode bem ser. Mas pode também não ser. E pode ainda ser para algumas forças internas de Israel e não o ser para outras.
O que é certo é que falar de «Israel» ou do «Irão» como de entidades dotadas de uma mente e de intenções, não ajuda nada. Quer em Israel quer no Irão há pessoas que querem a paz e que buscam a justiça por meios que não envolvem a guerra. E para todos nós é crucial que o que essas pessoas desejam e pensam acabe por prevalecer. Para que assim seja é importante denunciar a inevitabilidade do profeta. Além do ataque «preventivo» e do Irão nuclear há outra alternativa mais razoável: a desnuclearização do Médio Oriente. Já experimentaram negociar com o Irão nesta base?
E já agora porque não a desnuclearização do mundo?
Da última vez que o Ocidente "pagou para ver", o custo foi um quanto tanto elevado. Este discurso falacioso e trauliteiro lembra-me um pouco o Chamberlain que andou a pavonear-se com um pedaço de papel. Dizia que aquilo era o garante da paz. Adquiriu a banha da cobra em Munique.
ResponderEliminarComo só dizer-se « de boas "intensões" está o inferno cheio»
ResponderEliminarÉ tão fácil dizer coisas como "porque não a desnuclearização do mundo"?
Sim, e porque não acabar com a fome?
E porque não sermos todos ricos, com saúde e perfumados com Chanel?
E porque não sermos todos bonitos, e capazes de tocar viola e jogar como o Cristiano Ronaldo?
Porque não?
Afinal é tudo fácil..basta formular o desejo e fazer a perguntinha retórica.
NO país da Alice, basta pedir.
Como sói dizer-se...e corrija lá essa coisa das "intensões"...
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