«Os países que adoptaram políticas neoliberais são os grandes derrotados; não souberam tirar partido do crescimento, e quando cresceram de facto, os benefícios ficaram nas mãos dos que ocupam o topo da pirâmide». Este excerto do artigo do Prémio Nobel da Economia Joseph Stiglitz, publicado esta semana pelo Diário Económico, parece que foi escrito a pensar em Portugal.
Stiglitz argumenta que o neoliberalismo não tem suporte nas «teorias económicas». Aqui discordo. É claro que não tem suporte em muitas das teorias económicas convencionais ou heterodoxas disponíveis. Nas melhores digo eu. Por exemplo, na economia política institucionalista, no pós-keynesianismo ou no paradigma da informação assimétrica neoclássico do próprio Stiglitz. No entanto, está ancorado no que Ha-Joon Chang apodou, em artigo no Cambridge Journal of Economics (uma versão está disponível aqui), de aliança implícita entre a economia política austríaca, a teoria da escolha pública e uma parte da ortodoxia neoclássica – monetarismo e seus derivados, expectativas racionais, imperialismo económico, etc.
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