sábado, 24 de maio de 2008

Vão à fonte

Tenho uma sugestão a fazer aos leitores do DN. Em vez de lerem este trabalho de «opinião» e este editorial sobre a expansão do sector privado na área da saúde, vão directamente à fonte: Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. Esses ao menos não fingem ser jornalistas. Assim se confirma que a linha editorial do DN está hoje entregue ao mais desbragado populismo neoliberal. A realidade não interessa. Só a ideologia da direita intransigente e o poder do dinheiro. De qualquer forma, tenho uma sugestão para o governo que tem apoiado esta expansão: acabem com convenções, PPP’s e benefícios fiscais às despesas privadas em saúde. A perniciosa expansão dos grupos privados rentistas seria imediatamente travada. Poupe-se dinheiro e invista-se na provisão pública através do SNS. Ainda não se inventou um método mais igualitário e eficiente para garantir níveis decentes de saúde. Para todos.

2 comentários:

  1. Os artigos de opinião são pobres, carecem de argumentação, a ideologia carece de argumentos não é válida por si só, precisa mesmo de argumentos válidos... Não critico a ideologia em si, critico a ausência de argumentação e o disfarce de índole informativa que se dá a "panfletos" irracionais.

    "A história recente demonstrou sem margem para dúvida que os privados são muito mais eficientes do que o Estado a gerir recursos nas mais diversas áreas de actividade, incluindo a Saúde.
    "


    Portugal não conhece essa "história", conhece a história antagónica das recentes PPP, por isso ficava bem ao ideólogo esclarecer a história em questão.

    Nem sequer vou meter em competição o SNS com serviços privados, porque embora o autor diga que "O papel do Estado não deveria ser o de concorrer com os privados na prestação de cuidados médicos" ignora que diz uma grande verdade que derruba o seu delírio ideológico. Efectivamente o Estado não deve concorrer com os privados, e não o faz, porque o SNS não actua numa lógica de mercado, a preocupação do SNS não é atrair clientes para si, é o de atender com qualidade todos que decidam recorrer a si. Os serviços de saúde prestados pelo Estado funcionam no principio solidário de que a comunidade contribui colectivamente para sustentar as despesas de saúde de quem precisa, ao contrário dos serviços privados, quem não tem dinheiro não fica à porta de entrada. Se por um lado temos no SNS a negação do principio utilizador-pagador, o que contradiz qualquer lógica de mercado associada ao SNS como pretendia induzir o autor, não devemos abdicar do serviços públicos por razões ainda mais fortes. A participação democrática na gestão hospitalar, um eleitor não participa directamente na gestão hospitalar, mas pode e deve penalizar os governos que lesem esse bem. Por exemplo, este governo que fechou urgências com o pretexto que estas seriam deficitárias deveria ser penalizado, porque se as urgências estão deficitárias a culpa vai parar direitinha ao governo, e é seu dever corrigir as situações e não encerrar urgências deixando os cidadãos com menos alternativas. Políticas demissionárias não devem ser aprovadas, além disso percebe-se que este governo tenta diminuir a qualidade da prestação dos serviços públicos para abrir caminho à saúde mercenária. E aí sim, as pessoas ficam sem alternativas, e ficam entregues a vontades mercantilistas alheias.

    Acho que temos, pelo menos, duas razões fortes para lutar pelo SNS:

    - gestão democrática da saúde como bem público

    - partilha solidária dos custos de saúde, sustentação de um serviço universal pela via dos impostos

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  2. Muito bem apanhado. Devemos sempre lembrar-nos que os media são privados e cujos donos apostam noutras áreas económicas.

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