Neste blogue defendemos a tese de que a entrada dos grupos económicos privados na gestão de hospitais públicos constitui um dos principais mecanismos de destruição a prazo do SNS (por exemplo, I, II, III). Não só não existe evidência de ganhos de eficiência com a gestão privada, como se multiplicam os custos com o desenho de complexos contratos e com a sua monitorização. Isto para não falar dos riscos de captura política e do crescente musculo político dos grandes grupos económicos rentistas. De facto, custa muito dinheiro garantir que a busca incessante de lucros não coloca em risco a saúde pública. Ontem, Sócrates veio finalmente reconhecer este facto: «Há uma grande dificuldade em fazer os contratos, o Estado gasta uma fortuna para vigiar o seu cumprimento e nunca foi possível eliminar a controvérsia. Por isso, é melhor o SNS ter gestão pública» (DN). Sensata posição, mas todo o cuidado é pouco nesta área. Afinal de contas, os maus contratos já anunciados ficam de pé. De qualquer forma, o reconhecimento do erro intelectual (à luz da defesa do SNS) e a sua correcção parcial são um bom ponto de partida. Agora podemos falar de reformas que não ponham em causa os princípios do Estado Social.
Não se fiem em Sócrates. Ele foi eleito com o apoio dos bancos e dos empreiteiros. Ele foi eleito (entre outras coisas) para destruir o SNS. Sócrates é um funcionário do grande dinheiro.
ResponderEliminarNada contra o SNS. Desde que não seja obrigado a financiá-lo.
ResponderEliminarQue infantilidade a vossa: "Sócrates veio finalmente reconhecer este facto."
ResponderEliminarAs declarações de Sócrates serão logicamente "sazonais", não terão implicações políticas.
ResponderEliminarJá tenho ouvido que no futuro se caminhará para parcerias público-privadas que dissiparão esta tensão existente. Talvez seja necessário para os mais distraídos, dizer que público e privado não formam uma união de clubes de futebol, são paradigmas radicalmente opostos. O SNS actua sobre todos os indivíduos da sociedade e faz uso dos fundos públicos para garantir a universalidade da saúde, um serviço privado tem uma lógica empresarial, o objectivo é lucro para a entidade gestora, o acesso a esses cuidados é feito mediante pagamento directo. Os cuidados de saúde podem estar reféns de considerações mais lucrativas, por exemplo, nos privados há muito mais cesarianas, que são partos mais perigosos mas cujo serviço é mais caro. (não querendo tirar daqui ilações de causalidade bidireccionais que atravessam ao meio a derivada do integral).
Apesar desta idílica visão de parcerias privado-público, curiosamente não se vêem parcerias em que a entidade privada tem gestão pública...porque será????
À pergunta que dá o título a este apontamento responderia com muita prudência, mesmo com grande desconfiança. O governo Sócrates (como a maior parte dos governos ditos socialistas por essa Europa fora)mais não tem feito do que, seguindo as lógicas e a argumentação neoliberais,ir demolindo, pedra a pedra, o Estado Social. Aparentemente, as palavras de Sócrates são de louvar. Mas esperemos, para ver que coelho irá tirar da cartola.
ResponderEliminarÀ pergunta que dá título a este apontamento responderia com muita prudência, mesmo grande desconfiança. À semelhança de quase todos os partidos ditos socialistas, por essa Europa fora, o governo Sócrates mais não tem feito do que ir demolindo, pedra a pedra, o Estado Social, de acordo com as lógicas e a argumentação neoliberais. De modo que esperemos, para ver que coelho irá sair da cartola.
ResponderEliminarSe alguma vez Filipe Melo Sousa precisar de uma urgência ou de uma cirurgia, em hospital público, sem que lhe peçam o cartão de crédito, é capaz de mudar de opinião.
ResponderEliminarcuidado que eles rogam pragas quando não se concorda com eles
ResponderEliminarÉ verdade, mas na Europa toda estamos a assistir a destruição da sanidade pública.
ResponderEliminarGiuliano.
www.lenotiziedigiuliano.splinder.com
"cuidado que eles rogam pragas quando não se concorda com eles"
ResponderEliminaristo é duma capacidade argumentativa extraordinária...
clap clap
repare que você decidiu abandonar os argumentos e pegar em armas
ResponderEliminareu também defendo que a entrada dos grupos económicos privados na gestão de hospitais públicos constitui um dos principais mecanismos de destruição a prazo do SNS
ResponderEliminarPensar que a gestão privada destrói o SNS não faz sentido. Afinal, trata-se de gestão e não de alienação.
ResponderEliminarEm qualquer caso, estou totalmente de acordo quanto às desvantagens que ela traz em sede de custos de transacção.
trocaralhos do carrilho que fazem com quem os faz pense que é muito inteligente...
ResponderEliminarcheio de medos o menino filipe...
ps: gosto mais da posse com a carinha de lado... e o olhar doce... e doce...e carente...
uma ternura
Vamos ao que interessa (e o que interessa disse-o já o comentador Diogo). SNS significa identidade e solidariedade. Já Spinoza falara de conatus…
ResponderEliminar"Pensar que a gestão privada destrói o SNS não faz sentido"
ResponderEliminarIsso é o mesmo que dizer que um Governo cheio de neo-liberais não mina o papel do Estado.
Não estou aqui para fazer caras bonitas. Para isso existe o hi5
ResponderEliminarclaro que destroi...
ResponderEliminara deresponsabilização e o desinvestimento no sns é muito maior
aliás parece-me a mim que é essa a intenção...