terça-feira, 23 de outubro de 2007

O trabalho não é uma mercadoria

Nos bons velhos tempos do liberalismo (1906), quando só existiam «transacções voluntárias», porque já se sabe numa economia capitalista por definição nunca há relações de poder, podia ler-se um regulamento afixado numa fábrica da Renault que dizia o seguinte: «Os operários podem despedir-se avisando o encarregado com uma hora de antecedência. A Casa, por sua vez, pode despedir os operários sem indemnização, avisando-os o encarregado com uma hora de antecedência».

Retirado de um artigo de Rossana Rossanda, uma importante intelectual da melhor tradição da esquerda europeia (a italiana), sobre o alastramento da precariedade. Escrito poucos dias depois de um milhão de italianos ter desfilado pelas ruas de Roma contra a «ficção grosseira» que organiza o esfarelamento de todas as regras que bloqueiam o despotismo do «mercado de trabalho».

Sobre o significado desta importante manifestação na recomposição da esquerda italiana vale a pena ler esta análise de Miguel Portas.

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