quarta-feira, 23 de maio de 2007

Quando é que o podemos demitir?


Ontem, no 11º Congresso da Confederação Europeia de Sindicatos, Jean-Claude Trichet, Presidente do Banco Central Europeu (BCE), apelou a «um elevado nível de responsabilidade» por parte dos dirigentes sindicais nas reivindicações salariais. Trichet pediu moderação salarial mesmo que isso signifique perca de poder de compra para os trabalhadores.

Para o Presidente do Banco Central Europeu, só com baixos salários será possível garantir competitividade para a economia europeia e combater o elevado desemprego. Nada de novo, portanto, do homem que é responsável pela política monetária europeia. E que nessa função nada mais tem feito que liderar a condução de uma política monetária excessivamente restritiva e que tem prejudicado o investimento e o crescimento económico em nome do controlo de uma fantasmagórica e constante tensão inflacionista. Tem cumprido bem o papel de carrasco de muitas economias nacionais, sempre escudado no estatuto de independência do BCE. Não quer saber se as suas receitas têm contribuído para combater o desemprego na Europa ou se para o agravar. Não quer saber se o aumento da produtividade se reflecte ou não em ganhos, também, para os trabalhadores europeus. Não quer saber se as suas decisões em matéria de política monetária ou se as políticas de moderação salarial têm ou não travado o consumo na zona euro. Jean-Claude Trichet não quer saber nada disto, porque só está preocupado em comportar-se como um menino bonito e disciplinado perante os mercados financeiros.

Mas o que mais me choca é que o Presidente do Banco Central Europeu, apesar do elevado poder que detém sobre as nossas vidas, não tem de prestar contas a ninguém e não depende de nenhum poder democrático. Independente, portanto, mas só dos poderes democráticos.

Eu quero que ele preste contas ao Parlamento Europeu (PE). Eu quero que o PE o possa demitir. Eu quero que Jean-Claude Trichet seja demitido.

11 comentários:

  1. NÓS não o elegemos, mas ele elegeu-nos a nós, como vítimas. O que eu gostava de saber é: quem lhe paga o salário? Se somos nós, os contribuintes, é a nós que ele tem que dar satisfações e é pelos nossos interesses que tem que zelar. Se o seu salário é pago pelos nebulosos donos dos "mercados financeiros", as suas decisões só deviam poder afectar os seus patrões.

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  2. Pedro

    ao manter a inflação baixa está a ajudar os trabalhadores.

    Ao aumentar as taxas de juro até prejudica os mercados financeiros...

    É elementar da teoria económica

    Quanto à independência do BCE e a possibilidade de demissão por parte do Parlamento Europeu. De facto concordo que o BCE tem que prestar contas a alguém, mas terá sempre de ser a quem o nomeia - comissão europeia. e não a quem tem pressões eleitoralistas - o parlamento europeu e que em bom rigor nao quem papel decisorio nas politicas economicas da UE.

    Qual seria o teu modelo para o BCE?

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  3. Obviamente, Pedro, o BCE tem que ser vigiado e regulado pelos eleitos.

    Aliás, toda a função do orgão eleito (PE) deveria ser repensada: em Democracia os eleitos deviam ser os detentores do real poder legislativo, em vez da função consultiva que o PE tem e que se pretende cristalizar "ad eternum".

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