quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Fascismo e antifascismo


Recordar é viver: um trol de extrema-direita, encerrado numa bolha reacionária estrangeira, usou a expressão “wokismo” nas cerimónias do 25 de abril e alguém o apanhou bem na RTP, com uma magnífica gralha. 

Agora, as extrema-direitas, IL-Chega, hifenizados por desejo de um certo capital, conseguiram transformar, com o decisivo contributo do PSD, uma mentira histórica numa cerimónia sem cravos vermelhos, num dia de novembro ao calhas. Quem fez abril, quem distribuiu cravos vermelhos, não estará lá, os comunistas não estarão lá, outros democratas não estarão lá. 

Razão têm os que, fiéis à melhor tradição marxista, identificam naqueles dois partidos de extrema-direita as expressões políticas da burguesia mais reacionária, a que quer confrontar o regime democrático de matriz constitucional antifascista. 

Perante este confronto, não há mesmo terceiras vias.

2 comentários:

Anónimo disse...

E o Eanes, uma vez mais, não resiste a "celebrar" a sua egomania, quando lhe deveria bastar "recordar" o 25 de Novembro, tranquilamente, em casa, como faria Melo Antunes. Ao menos dissesse que a direita revanchista que queria a ilegalização do PCP foi derrotada nesse dia.
S. Exa. colabora com o neoliberalismo hifenizado quando festeja o "fim" dos putativos "excessos de liberdade", ou posto de outra forma, da liberdade "em excesso" conquistada em Abril...

Anónimo disse...

a sessão provavelmente vai ter pouca audiência, mas vai ser multiplicada por telejornais e comentadores durante uma semana pelo menos. Tenho dúvidas se não seria melhor estar presente e ler por exemplo a tomada de posição da associação 25 de abril. Os militares que fizeram o 25 de abril e também o 25 de novembro afastam-se desta celebração e isso deve ser mais conhecido.