A contradição é simples: não é possível degradar as condições de produção da informação e, ao mesmo tempo, produzir informação de qualidade que resista às críticas dos cidadãos, nas redes sociais e não só. Quem anda à chuva, molha-se. O problema, para a democracia, é que é mais grave: ao querer garantir desta maneira a sua sobrevivência, os media, não só não o fazem, como potenciam a generalização da desconfiança em relação a todo o jornalismo, quando é sabido que as redes sociais não têm condições, nem vocação, para o substituírem. Pelo contrário, as redes sociais beneficiariam muito de um jornalismo exigente e de qualidade.
Sandra Monteiro, Media queixam-se: a chuva molha, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Agosto.
A água ferve a 100°C, isso é certo. Mas seria melhor não ter esperança que a vida das sociedades se vergue às leis da física. É certo que 1% da população atribuiu a si própria a maioria das riquezas produzidas na Terra; mas isso não faz dos 99% que sobram um grupo social solidário, e menos ainda uma força política em ebulição.
Serge Halimi, O logro dos 99%, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Agosto.
Fiquem também com o resumo deste número: “Na edição de Agosto continuamos a reflectir sobre a realidade e o futuro do mundo rural em Portugal, das tendências demográficas, com a litoralização e a concentração nas áreas metropolitanas, até à gestão dos baldios (Daniela Craveiro, Eduardo Costa, Jorge Malheiros, João Peixoto, Diogo Abreu e Rita Serra). Analisamos também as evoluções no país do emprego público (César Madureira) e das experiências dos Orçamentos Participativos (Nelson Dias). No internacional, destaque para uma reflexão de Régis Debray sobre a União Europeia e para uma investigação de Augusta Conchiglia: ‘Quem matou Samora Machel?’. A globalização da climatização, com ‘o ar condicionado ao assalto do planeta’, e a especificidade do modelo de Internet desenvolvido na Rússia, ‘uma excepção que vem de longe’, dão-nos instrumentos para compreender importantes questões mundiais. Um poster infográfico nas páginas centrais leva-nos a conhecer a diversidade de sistemas de escrita no mundo e a geopolítica das batalhas a eles associados.”
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Seguramente que entre meios materiais e qualidade de informação há uma interdependência.
Mas não é isso que condiciona a opinião dos tudólogos que infestam os mídia em missões de pura propaganda.
Sempre me garantem que por todo o lado a economia depende maioritariamente das pequenas e médias empresas. O papel dos tais 1% fica um pouco misterioso.
Pergunto-me quanto da sua riqueza não é dívida de Estado.
"Jornal de referência" New York Times defendeu a existência de armas de destruição maciça e a invasão do Iraque.
Disarming Iraq - Editorial
http://www.nytimes.com/2003/02/15/opinion/disarming-iraq.html
FEv. 15, 2003
No documentário "Buying the War" no canal PBS, Bill Moyers observou 27 editoriais suportando as ambições de Bush em invadir o Iraque.
Buying the War
https://youtu.be/0KzYL6e3sV0
Jeff Bezos, CEO da Amazon, é o maior acionista do Washington Post.
Jeff Bezos tem um contrato de 600 milhões de dólares com a CIA.
https://www.theatlantic.com/technology/archive/2014/07/the-details-about-the-cias-deal-with-amazon/374632/
O maior acionista do New York Times é o bilionário Carlos Slim.
Tudólogos? Isso não se sabe muito bem o que é.
Uma nova doutrina política como a "doutrina dos coitadinhos" dum tipo a seguir os passos do Passos?
Lá saberá ele com os conhecimentos que tem dos seus hábitos de propaganda que oscilam entre as asnices dos meios materiais e a qualidade de informação. Se ele infesta os media em missões de pura propaganda é algo a que quase todos podemos dar uma resposta.
Todos percebemos o que são os tais 1% que este tipo tenta esconder atrás dum "mistério"; tão apatetado como cúmplice.
E se este sujeito diz não perceber qual o papel dos tais 1% ... recomenda-se a leitura desta resenha do Monde Diplomatique trazida aqui pelo João Rodrigues.
Até se transcreve a parte visada, para ele tentar não fazer a sua figurinha habitual:
"1% da população ( que ) atribuiu a si própria a maioria das riquezas produzidas na Terra".
O papel dos tais 1% pode assim ficar iluminado. É o papel dos parasitas que comem tudo, comem tudo e não deixam nada.
Tipo António Borges . Ou um qualquer outro ... que depois vem falar em austeridade com o ventre de batráquio cheio
Quanto à dívida de Estado...
Mais uma real patranha em jeito de missão de pura propaganda.
A dívida de estado significa exactamente o quê? A dívida que as grandes empresas fazem pagar a todos nós para lhes cobrirmos os prejuízos?
Como no caso da banca,cujos rombos são pagos pelo erário público? Enquanto os seus lucros são privatizados?
Serão também as rendas pagas pelo estado? Por exemplo através das PPP?
Ou os Swaps daquela fulana Maria Luís qualquer coisa?
E o dinheiro colocado nos offshores, tão do agrado de quem assim fala em dívidas de estado, significa exactamente o quê?
A dívida a todos nós que o grande patronato canaliza para os bordéis tributários? A ver se passa como dívida de estado?
Ah estas perguntas que afligem seguramente os infestadores de materiais de propaganda pura e impura.
Muletas
As muletas Borges (serviço d'além tumulo) e Maria Luís (como se ao tempo tivesse autoridade para decidir swaps), com o seu prestígio, são chamados a fazer o papel de contraparte, numa patética tentativa de dar relevo a nulidades argumentativas.
Muletas é um termo curioso.
Parece que a direita e a sua extrema repetem a palavra feitos catatónicos,como alguns repetiram até à náusea o mandamento de Passos sobre os "coitadinhos e os piegas".
O Manuel Carvalho por exemplo, aquele tipo do Público, capataz de Passos e de Belmiro e serventuário das teses neoliberais também agora parece que se dedica às "muletas"
Usa-as tal como este Jose. Quem é o criador e e a criatura é uma coisa ainda a ver
Mas que é um mimo ver alguém invocar o prestígio de "coisas" como Borges ou como a Maria Luís ( ah, estas familiaridades são de morte) lá isso é
Por acaso quem fala em muleta é quem usa uma muleta enorme para fugir da sua ignorância sobre o papel dos tais 1%
As explicações devem ter sido primorosas. Porque se refugiou nos braços do Borges e da Maria Luís. Invocando as muletas
Verdade seja dita que o estratagema das "muletas" tem sido uma verdadeira muleta do sujeito de 10 de Agosto pelas 17 e 56.
Aí num post anterior de João Ramos de Almeida ,"Precariedade" é um conceito bem-comportado", tentou usar o mesmo "método", assumindo-se como "quase ofendido" pelas semelhanças apontadas com o discurso de Passos. A cumplicidade com este não passou impune nem o seu artifício de usar a muleta como muleta e como poeira para os olhos
Perante os factos não teve outro remédio senão encerrar o expediente.
Infelizmente a utilização deste tipo de muletas invocando as muletas vem de longe.
Aquando do BPN encrespava-se de cada vez que se citava o Banco laranja, os seus banqueiros e os seus prejuízos. Dizia já na altura que o BPN era uma muleta dos esquerdalhos.
Até teve o desplante de escrever isto:
"Fico preocupadíssimo!!!!
Devendo o país 190.000 milhões, parece que há uma 1.600 milhões que mudaram de sítio nas contas".
Uma cumplicidade ternurenta para o tal banco, utilizado como muleta da muleta.
Entretanto os milhares de milhões de euros foram crescendo.
E nem o aparecimento do escândalo de Ricardo Salgado lhe deu outra postura. Aquando do aparecimento das primeiras notícias sobre o idolatrado banqueiro tentava justificar assim aquela "muleta":
"Se roubou é porque foi roubado"
Enviar um comentário