No âmbito do Curso Livre de Economia Heterodoxa organizado pelo Colectivo Economia Sem Muros, o José Neves estará hoje às 18h30 na Faculdade de Economia da Nova para falar sobre "Crítica e Usos Marxistas do Nacionalismo Económico". Será no Campus de Campolide, Sala 241.
Quem acompanha de mais perto e há mais tempo os Ladrões de Bicicletas, sabe que alguns dos autores deste blogue têm mantido acesos debates com o Zé Neves em torno desta matéria. De forma muito simplificada, de que o próprio discordará talvez, o pomo da discórdia tem passado por saber se o estado-nação, enquanto espaço de acção política e referencial identitário, é essencial e intrinsecamente reaccionário (como entendo ser a posição do Zé Neves), ou se em certas condições político-económicas, como aquelas com que nos confrontamos actualmente, pode e deve ser mobilizado na prossecução de uma política progressista e emancipatória (como defendemos pela nossa parte). A quem esteja por Lisboa ou arredores e possa ir, aconselho vivamente que não perca esta ocasião para escutar, e debater, as ideias sempre interessantes e inteligentes deste especialista dos estudos dos nacionalismos e dos comunismos e autor de obras como "Comunismo e Nacionalismo em Portugal - Política, Cultura e História no Século XX".
Aproveito ainda para saudar mais esta iniciativa do Colectivo Economia sem Muros da FEUNL, que organiza este curso livre e organizou já os dois ciclos "Pensar os Pensadores da Economia", mostrando mais uma vez como o pensamento crítico tende, sobretudo nas faculdades de economia, a estar mais vivo entre os alunos do que entre o quadro docente.
Link para o evento no facebook: https://www.facebook.com/events/610254225726889/
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1 comentário:
Tema interessante, sem dúvida, caro Alexandre. Só é pena que me tenha escapado por um dia. Foi ontem!...
Em todo o caso, faço votos de que tenha corrido bem, contribuindo para o tão necessário esclarecimento das mentes. Apostar na carga acrática/messiânica/apocalíptica inconfessa que existe sem dúvida já mesmo no marxismo original (o marxismo de Marx) foi sempre um erro, e por vezes um erro trágico.
Hoje em dia, porém, é jogar o jogo do inimigo de forma tão desbragada, que a gente se pergunta, sinceramente, onde é que acaba a boa fé argumentativa e começa a insinceridade pura e dura (ou o desejo de "épater le bourgeois", dizendo disparates óbvios como forma de "provocar", com isso ganhando "nicho de mercado" no painel das possíveis audiências...)
Dito isto, porém, permanece o facto de que há realmente muito para discutir a propósito de marxismo e nacionalismo. Sem dúvida que há; e é bom que se vá avançando também nesse "sector".
Um abraço,
João Carlos Graça
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