Tenho à minha frente o raio-x do crânio de uma criança pequena. Vê-se nitidamente uma bala. Apontada para baixo em direção à nuca. Sinto uma náusea. Acabei de deixar os meus filhos na escola e, enquanto bebo um café, vejo as imagens partilhadas com o The New York Times por uma médica, chamada Mimi Syed, que trabalhou em Gaza entre 8 de agosto e 5 de setembro. É fisicamente doloroso ler os relatos compilados para o jornal por um outro médico, Feroze Sidhwa, sobre o que se passa nos hospitais da Palestina. Mas não posso desviar os olhos. Não podemos desviar os olhos (...) Hoje, são os filhos de Gaza com as cabeças desfeitas por balas. Amanhã serão os nossos. Estamos a abrir o caminho para isso.
Início e fim da última crónica da jornalista Margarida Davim na Visão. Leiam o que está no meio, por favor. É muito importante ainda haver jornalistas com coragem para escrever assim sobre o genocídio perpetrado pelo Estado colonial israelita na Palestina. Haja humanismo, rigor e memória histórica, incluindo sobre o previsível e desgraçado efeito boomerang na história europeia.
Sim, infelizmente a grande vergonha, diria deste século que ainda vai no seu inicio, continua. !! Israel, continua alegremente o seu caminho há muito traçado qual seja, o de apagar, exterminar pura e simplesmente deste mundo o povo Palestiniano. O Genocidio por isso continua e não parará enquanto os EUA (outro dos tais ...)não disser basta.! A degradação moral a que esta UE e os seus patrões de além mar chegaram não tem classificação possivel.
ResponderEliminarA jornalista Davim, é uma mulher, muito corajosa. Ainda não caiu no esquecimento, a maneira como foi afastada do jornal Público, por a sua escrita não agradar aos Azevedo & companhia. Continua coerente com a sua consciência. Bem haja.
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