Esta conclusão aponta para o facto de ser desejável, ou mesmo urgente, uma paz negociada, sobretudo para bem da própria Ucrânia. A relutância do Ocidente oficial em aceitar uma paz negociada assenta na crença de que tudo o que não seja uma vitória completa da Ucrânia permitiria a Putin “safar-se”.
Mas isto ignora o resultado, de longe, mais importante da guerra até agora: o facto de a Ucrânia ter lutado pela sua independência e tê-la conquistado - tal como a Finlândia fez em 1939-40. Algumas concessões territoriais parecem ser um pequeno preço a pagar pela realidade, e não pela aparência, da independência.
Se uma paz baseada mais ou menos na atual divisão de forças na Ucrânia é inevitável, é imoral não a tentar agora.
Washington deveria iniciar conversações com Moscovo sobre um novo pacto de segurança que salvaguarde os legítimos interesses de segurança tanto da Ucrânia como da Rússia. O anúncio destas conversações deveria ser imediatamente seguido de um cessar-fogo limitado no tempo na Ucrânia. O cessar-fogo permitiria aos dirigentes russos e ucranianos negociar de forma realista e construtiva.
Exortamos os líderes mundiais a iniciar ou apoiar uma iniciativa deste género. Quanto mais tempo durar a guerra, mais território a Ucrânia tenderá a perder e mais aumentará a pressão para uma escalada até ao nível nuclear. Quanto mais cedo a paz for negociada, mais vidas serão salvas, mais cedo se iniciará a reconstrução da Ucrânia e mais rapidamente o mundo poderá ser retirado do precipício muito perigoso em que se encontra atualmente.
Subscrito, entre outros, por:
Lord Skidelsky
Professor Emérito de Economia Política, Universidade de Warwick
Sir Anthony Brenton
Embaixador britânico na Rússia (2004-2008)
Anatol Lieven
Investigador do Quincy Institute for Responsible Statesmanship
Jack Matlock
Embaixador dos EUA na URSS (1987-1991)
*Minha tradução. Artigo original acedível aqui.
os ganhos territoriais russos nos últimos meses são negligenciáveis, uma guerra de trincheiras que tende a eternizar-se com o apoio americano não me parece que a paz venha em 2025 excepto se houver grandes modificações na política externa norte-americana
ResponderEliminarNão podemos deixar a Russia ganhar.
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