As direitas sempre quiseram substituir a real luta de classes por uma imaginária luta de gerações. As medidas fiscais, socialmente regressivas, apresentadas por este governo para a “juventude” são o resultado prático deste esforço ideológico.
Pretende-se habituar os menores de trinta e cinco anos relativamente abonados a pagar taxas reduzidas de IRS para assim virem a reivindicar um Estado fiscal com cada vez mais enviesamentos de classe.
Os jovens das classes trabalhadoras necessitam de serviços públicos capazes, de habitação pública com rendas controladas, de empregos com direitos laborais, que dêem liberdade, ou seja, poder para, através da ação coletiva, reivindicar melhores salários diretos e indiretos.
O que fez tanta gente jovem sair do país, sobretudo nos anos de chumbo da troika, foi a austeridade, não o esqueçamos. E não nos esqueçamos das solidariedades de classe, que unem várias gerações, para lá deste egoísmo fiscal e não só promovido pelas políticas das direitas.
Ahaha belo enviosamento. O que leva os jovens (e menos jovens a sair do país) é, entre outras coisas, poderem ganhar bem acima do salário que os espera no mercado de trabalho português. Isto já se verificava bem antes da troika, convém recordar. Achar que alguém vai prescindir de um salário de 5000 euros no Luxemburgo para vir para Portugal ganhar 1200 a fazer o mesmo, só pode viver numa ilusão.
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