É a arte política que imita a vida política. Uma das melhores séries que já vi na vida – Succession – imita os dramas do capitalismo de herdeiros, num conglomerado mediático, onde política, família e negócios estão entrelaçados.
Inspirada em Murdoch, esta série pode ter uma versão portuguesa, com base no seguinte guião: pai e filho na sombra do pai, donos de uma sociedade indigente de comunicação, fazem um acordo com um político com p pequenito de seu apelido Montebranco; em troca de todo o apoio mediático, este compromete-se a salvar o grupo à beira da falência. É tudo ficção, como dizem os pós-modernos?
Daí até termos dois economistas e um engenheiro do Partido sem S e sem D num “debate” a três sobre o novo Governo de Montebranco é um passo. Regredimos a 2011, como argumentou Nuno Serra. Numa e noutra séries, é tudo bastante sórdido, tal como no capitalismo realmente existente.
Ainda temos liberdade para ficcionar. É o que resta da liberdade realmente existente no liberalismo: a liberdade de os fortes abusarem dos fracos.
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