Passos Coelho vai apresentar um livro que ataca as famílias e onde se defende a cultura da morte, a violência e o individualismo possessivo. Vale tudo para federar as direitas, incluindo a extrema-direita, através de um neoliberalismo cada vez mais reacionário, rumo a uma eventual candidatura presidencial ou à substituição de Montenegro.
De facto, sabemos que a maioria das famílias, as das classes trabalhadoras de todas as cores e feitios, que criam tudo o que tem valor, são sempre ameaçadas por quem quer desmantelar o Estado social de base universal, tudo aquilo que dá segurança genuína, incluindo laboral. Sabemos que as famílias são ameaçadas pela intensificação da exploração, pelos horários cada vez mais longos e baralhados, pela precariedade, pela ameaça do desemprego e pelo despotismo patronal promovido por esta cultura. A experiência da troika mostrou isto à saciedade.
Também sabemos, pela investigação na área dos determinantes sociais da saúde, que as políticas desta gente matam. Literalmente. Os mecanismos causais estão bem identificados há muitos anos. O Papa Francisco está em terreno seguro, do ponto de vista empírico, quando denuncia esta “economia que mata”.
E sabemos igualmente que a destruição do Estado social exige um Estado cada vez mais repressivo, em sociedades cada vez mais desiguais e logo cada vez mais violentas.
De resto, a apologia da violência doméstica, a principal chaga deste país nesta área, está presente em fórmulas destas: “senhoras, alegadamente tiranizadas, que nunca se queixavam”.
Não surpreende que setores anti-franciscanos da hierarquia da Igreja Católica apoiem um discurso de ódio por parte dos que não têm hesitado em promover políticas de mercadorização de todas as esferas da vida. O individualismo possessivo mais desbragado e as “estruturas de pecado” resultantes pouco lhes importam. Eles sabem o que fazem.
Enfim, sabemos que o capitalismo neoliberal está prenhe de todos os monstros. Eles aí estão. Não passarão.
Não passarão?! Parece que já passaram pelo menos 50....
ResponderEliminarÉ uma luta desigual. Não temos os recursos do capital do nosso lado, mas temos que fazer o nosso trabalho e convergir naquilo que garante que há bens coletivos, acessíveis para qualquer pessoa. Temos que combater a criação e cristalização de privilégios.
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