A 18 de abril de 2023, quando escrevo esta crónica, a previsão do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para Santarém, a capital de distrito com a temperatura máxima mais elevada, é de 32°C; para Coimbra, onde vivo, é de 29°C. No início de abril, o território de Portugal continental foi atravessado por uma onda de calor, isto é, um intervalo de pelo menos seis dias consecutivos em que a temperatura máxima diária é superior em 5°C ao valor médio diário no período de referência. De acordo com o Boletim Climático do IPMA, março foi um mês quente e seco em Portugal continental; a 31 de março, 48% do território estava em seca meteorológica.
Eventos extremos como as ondas de calor e as secas prolongadas tornar-se-ão mais frequentes e severos à medida que as alterações climáticas se intensificam. Há mais de 30 anos que o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) alerta para os riscos associados a este fenómeno, através dos seus exaustivos relatórios de avaliação (o primeiro foi publicado em 1990). A diferença fundamental é que, atualmente, esses riscos já não são longínquos e abstratos, são bastante reais, sobretudo para as aproximadamente 3,3 a 3,6 mil milhões de pessoas que, segundo o recente Relatório Síntese do IPCC, “vivem em contextos altamente vulneráveis face às alterações climáticas”.
O resto da crónica pode ser lido no setenta e quatro.
Vai buscar uma adágio popular e usa-o como suporte para a mensagem que quer passar. Sobre a mensagem, nada tenho a dizer. Mas quanto ao adágio, olhe que ele exprime um desejo, não reflete uma realidade. Para a agricultura e a pecuária, seria sempre ótimo que as chuvas frequentassem abril, mas isso nem sempre acontece. E não é de agora.
ResponderEliminarMRocha