Há dias foi publicada uma sondagem (Público, 22 Fev) que mostra uma queda substancial da intenção de voto no PS. No conjunto, a direita até poderia ultrapassar a esquerda. Bem sei que as legislativas são apenas em 2026, mas recuso-me a meter a cabeça debaixo da areia como se nada estivesse a acontecer. Há boas razões para reflectir sobre esta dinâmica. Como disse David Pontes no editorial do Público (25 Fev), "se este [o sistema] não consegue acomodar estes protestos e estabelecer soluções através dos seus canais, então o resultado pode ser simplesmente o crescimento da frustração de quem protesta e não alcança. E a seguir pode ser o sistema a ser posto em causa."
Todos sabemos que o protesto e a raiva contra este sistema capitalista neoliberal tem sido a principal fonte do voto na extrema-direita, na Europa, nos EUA, no RU, no Brasil. Na Europa, esta dinâmica eleitoral conduziu à erosão dos partidos social-liberais que usavam o nome de "socialista" e aplicavam as políticas do neoliberalismo exigidas pela UE. Lembremo-nos de que já quase não existe o partido socialista de François Mitterrand.
As sondagens mostram-nos o destino do PS, caso persista em manter-se "bom aluno" de Bruxelas. E também mostram que os partidos da esquerda não serão a alternativa à coligação que a Direita irá formar para chegar ao poder. Hoje, a Suécia é governada por uma coligação entre um partido da direita tradicional e um partido da extrema-direita. A Itália é governada pela extrema-direita. Na Alemanha, a extrema-direita AfD aparece nas sondagens a ultrapassar os Verdes, ou muito próxima destes.
Chegados a 2026, resta-nos votar no "mal" para evitar o "péssimo"? Não tem que ser assim, mas para isso todos os que ainda têm alguma energia e sentido de missão têm de se juntar para criarmos uma alternativa eficaz. O essencial está escrito no meu post do Facebook de 8 de Dezembro passado:
"nas próximas eleições, em 2026, as esquerdas superam a sua incomunicabilidade histórica através de uma coligação eleitoral. Esta incluiria uma terceira força política, criada a partir da iniciativa de cidadãos de esquerda, não alinhados partidariamente, o que permitiria estabelecer pontes entre aqueles dois partidos e formar um elo congregador das esquerdas."
À semelhança de Lula da Silva, que construiu uma frente ampla de democratas e derrotou a extrema-direita liderada por Jair Bolsonaro, entendo que devemos construir uma frente ampla anti-sistema neoliberal capaz de criar uma nova correlação de forças a favor do campo progressista.
As manifestações pela Vida Justa e pelo direito à Habitação podem constituir o início desse processo de convergência das esquerdas. Uma recusa sectária desse movimento unitário e plural, em direcção a uma candidatura que polarize o voto contra a Direita ultra-liberal, seria o suicídio político das esquerdas e uma desgraça para o país.
Nunca votei em partidos de direita, mas, numa frente de esquerda onde conste o pzp (apoiante da invasão ruzza) nunca votarei!
ResponderEliminarVotaria, pela primeira vez, num partido de direita.
Exacto, assim sempre podes votar naqueles que apoiam invasões ao Iemen, Panamá, Iraque, Síria, Palestina, Afeganistão, Nicarágua, entre tantos outros
EliminarEssa do PCP apoiar invasões é mesmo de reaccionário escondido com o rabo de fora!
EliminarOlha, votar PS nunca foi votar à esquerda!
EliminarUma PAF à esquerda? A de direita não foi a lado nenhum.
ResponderEliminarAndam tão entretidos com os LGBTI+, com os problemas da pequena burguesia citadina, que se esqueceram dos pobres/proletariado/low life. É esse o vosso problema.
Enfim, o estivador ali das docas até já pode casar com o camarada e os dois podem fazer um ménage à trois com um vendedor de banha da cobra. Juntam-se os três e já fazem economias de escala para pagar a electricidade.
Essa evidente preocupação com a vida sexual dos estivadores é mesmo de reaccionário escondido com o rabo de fora!
EliminarOs direitalhos enervam-se com propostas alternativas (um projeto comum de governação e não um projeto de governo partidário) e logo logo vem para aqui fazer os seus comentários tipicamente burgueses...
ResponderEliminarBem quem aqui vem com o pcp e o pseudo apoio à Rússia nesta guerra da nato na Ucrânia prefere o nazismo ucraniano em toda a europa, logo nunca pode votar em quem é contra a guerra, defenda a paz e o entendimento entre as nações porque os povos precisam de paz e não de guerra, são tão amigos dos ucranianos que apoiam a guerra até ao último ucraniano, quem tem amigos destes não precisa de inimigos
ResponderEliminarHá urgência em substituir o Partido “Socialista” por um partido Social Democrata a sério que rejeite o Euro e Maastricht!
ResponderEliminarJá aqui disse, eu não me vejo a votar neste partido pois desde a crise global financeira me consciencializei que temos que ir para lá do Capitalismo, não posso fingir que nada se passou, contudo, sei que o nível de consciência não é o mesmo para todos. Reconheço que o sistema actual tornou-se muito predatório e as pessoas estão a sofrer por isso, dai a necessidade de um partido Social Democrata que convença uma parte muito significativa do eleitorado para o fim da UE/ Euro, para que as questões como a precariedade e habitação sejam levadas muito a sério.
Com os problemas MATERIAIS urgentes da população a serem resolvidos nós podemos depois nos focar nas contradições da Social Democracia.