Nos anos da “geringonça”, foi tempo de sarar feridas, evitando-se falar de empresas, produtividade ou investimento, coisas que, como se sabe, causam urticária ao Bloco e ao PCP (...) Discutir a degradação da posição nacional no ranking europeu da riqueza criada é uma mudança que se saúda. Muito por mérito da Iniciativa Liberal.
Pela mão de Manuel Carvalho, o perdócio da Sonae está transformado numa espécie de órgão oficial dos fanáticos da Iniciativa Liberal, saudosos do tempo da troika.
O truque é conhecido: o liberalismo nunca existiu em Portugal. A utopia liberal funciona na base da desmemória, de um eterno presente, sem qualquer ética da responsabilidade.
As privatizações maciças nunca existiram; a quebra brutal e recessiva do investimento público nunca existiu; a desregulamentação das relações laborais, que criou uma economia de baixa pressão salarial inimiga de investimentos produtivos, nunca existiu; os incentivos, fiscais e não só, a uma economia improdutiva, centrada no nexo finança-imobiliário-turismo, nunca existiram; a liberalização financeira e a adesão a uma moeda forte, indutoras de crises e de estagnação, nunca existiram.
Que forças políticas contestaram estas opções desastrosas, propondo alternativas económicas? Vocês sabem e ele também.
Neoliberais como Manuel Carvalho têm o topete de chamar à sua ideologia jornalismo de referência. Jornalismo de referência ainda é feito, de vez em quando, nas redações, por gente com cada vez menos poder e que ganha menos, muito menos, cada vez menos, do que estes ideólogos.
Qual ideologia? A esmagadora maioria que se diz e se considera como liberal não tem qualquer consistência ideológica, a ideologia dessa gente é a injustiça da transferência de rendimentos dos que têm menos para os que têm quase tudo, é esta a ideologia. São uns selvagens.
ResponderEliminarSe o Publico dá um prejuizo do caraças e a Sonae o mantém contra todas as regras enunciadas pelos Azevedos, há raposa na capoeira!
ResponderEliminarO senhor Rodrigues se não sabe devia saber que os editoriais do MC não determinam nem vinculam a linha editorial do PÚBLICO. Expressam, apenas e só, a opinião do autor - do director ou de um director-adjunto, como também acontece com frequência. Ao escrever o que escreveu, o senhor Rodrigues insultou os valorosos jornalistas que todos os dias, com rigor e independência,, colocam na rua e na rede o seu jornal. (Já agora, acho que nunca o ouvi referir-se ao Expresso como o jornal da Impresa…)
ResponderEliminarPõe os óculos, José: "Jornalismo de referência ainda é feito, de vez em quando, nas redações, por gente com cada vez menos poder e que ganha menos, muito menos, cada vez menos, do que estes ideólogos."
EliminarIncluindo a redacção do perdócio da Sonae, naturalmente
O sonso e predador Manuel Carvalho está reduzido a um angariador de votos para os fachos chiques da Iniciativa Liberal.
ResponderEliminarÉ positivo o Público mostrar aquilo que verdadeiramente é há muito tempo, um panfleto de referência ao nível do Observador, é também assim que as vítimas do Manuel Carvalho conseguem identificar os seus agressores.
Cada vez que o Manuel Carvalho atribui responsabilidades pelo empobrecimento da população portuguesa aos partidos à esquerda do Partido “Socialista” e a um suposto socialismo (que nunca existiu) ele garante que só os zelotas liberais o defendem, contribuindo assim para a completa destruição da sua imagem de “pessoa séria” e para o seu entrincheiramento liberal.
Nós devíamos desejar o fim rápido da carreira de tipos como Manuel Carvalho, não a sua redenção, eles e elas andam há anos a ser compensados para serem ruins, não vão nunca reconhecer os seus erros, vão continuar a ser perversos.