Contra os arrebatamentos da “esquerda” euro-liberal que se entrega a banqueiros, já aqui defendi que a Itália é um imenso laboratório neoliberal, construído em cima de um imenso cemitério político das esquerdas e de uma economia mista que funcionava muito melhor do que a economia estagnada há mais de duas décadas, obra da UEM.
Nunca se esqueçam dos seguintes pontos de história política e da economia política, assinalados por Manuel Loff, historiador dos fascismos:
“A extrema-direita só chega ao poder pela mão do resto das direitas (…) O seu crescimento coincide com a imposição da nova ordem neoliberal (…) O ciclo histórico do novo assalto da extrema-direita ao poder (o anterior foi o do fascismo no período entre guerras mundiais) é diretamente proporcional à crise dos partidos dominantes liberal-conservadores e social-democratas (…) A extrema-direita avança tanto mais quanto menos esquerda a sério houver para se lhe opor.”
Entretanto, Thomas Fazi, um raro observador soberanista da economia política italiana, escreveu um artigo que merece tradução. O contexto é o da demissão do desastroso governo dito de unidade nacional de Draghi, um dos criadores do letal vínculo externo indissociável do euro: “é mais provável que a próxima crise do euro rebente nas ruas da Europa do que nos mercados financeiros”.
Gostava também de ter escrito isto – “a realidade é que a crise do euro nunca terminou: o euro é a crise”.
Atenção não são só as elites que descansam sobre esse poder ilegítimo, isso é transversal a todas as classes.
ResponderEliminar"Itália: extrema-direita seduz operários"
ResponderEliminarhttps://www.publico.pt/2022/07/30/mundo/analise/italia-extremadireita-seduz-operarios-2015540
Os euroliberais depois de décadas a conspirarem contra os operários agora, depois de terem tornado a vida de tantos num inferno e de fazerem de tudo para ostracizar a "extrema-esquerda", acusam os operários de serem responsáveis pela ascensão da extrema-direita.
Se os partidos euroliberais forem obliterados e só restar a extrema-direita e quem lhes antagoniza nós sabemos (ou devíamos saber) quem os donos dos euroliberais vão escolher, nós sabemos quem o patronato apoiou há quase um século...
Olá, tomei a liberdade de traduzir, por minha iniciativa, e como sugere, o texto do Thomaz Fazi, para português. Para onde posso enviar o documento?
ResponderEliminarCumprimentos,
Afonso Anjos
Desculpe a demora na resposta. Obrigado pela tradução. Mande pf para o meu email (joaorodrigues@ces.uc.pt) que nós publicamos aqui. João Rodrigues
Eliminarhttps://www.abrilabril.pt/internacional/uniao-europeia-morreu-e-ninguem-informou
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