quinta-feira, 26 de maio de 2022

Da pobreza de espírito dos ricos de cá

«O país tem que ter uma estratégia. Todos concordam que temos que qualificar o turismo. Ninguém quer turismo de mochila. Queremos qualificar o turismo. Se queremos qualificar o turismo, não vamos querer turistas que queiram andar de Metro. Porque ninguém vai à Louis Vuitton de Metro»
Álvaro Covões, sobre o fecho da Avenida da Liberdade ao trânsito nos domingos e feriados, recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa.

«Somos um país tão pobre, tão pobre, que, a falar de "ricos", parecemos os copistas na idade média a desenhar os povos do fim do mundo com três cabeças e cauda. Nem fazem ideia que a classe média-alta anda toda de metro nos países ricos. A coisa é de tal modo ignorante que só conseguem imaginar os "ricos" com os hábitos das gentes de cá, que andam de carro no trânsito das grandes cidades e, cheios de ansiedade social, compram Louis Vuitton para que ninguém os confunda com os mais pobres que eles».

Luís Gaspar (facebook)

7 comentários:

  1. A classe média alta nos países ricos e nos menos ricos vive no conforto e tem liberdade de escolha, se escolhe o transporte público é porque satisfaz as suas necessidades o que não significa que o transporte público por si só seja capaz de suprir as necessidades de todos os cidadãos. Não entendo porque é que a esquerda não acha os táxis uma necessidade supérflua.

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  2. O gordo, de cartola, a fumar charuto, sentado num saco com libras, é a perene imagem que assombra a esquerda sempre que se fala de riqueza.
    Figura tutelar das emoções de esquerda, falar em riqueza exige imediato processo de expurgação.

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    1. E no entanto, ali está um gordo de cartola a fumar alarvidades e a confirmar que a caricatura não distorce a realidade.

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  3. É evidente que temos que melhorar a qualidade do turismo. Já vi turistas a dizer-me que não acreditam que os restaurantes façam dinheiro com o que cobram. Mesmo no centro de Lisboa ou Cascais é possível comer peixe por pouco mais do preço duma sandwich em Londres.
    Até parece que foram os portugueses a inventar os Rolls Royce... É evidente que cá não se usa tanto os transportes públicos porque são fracos e muito mal pensados. Para alguém que viva em Chelsea e trabalhe na City é muito mais rápido apanhar um metro que passa a cada 2 minutos do que enfiar-se num trânsito caótico que já tem uma velocidade média inferior à do tempo dos cavalos. Cá, para ir do Marquês de Pombal ao Cais do Sodré de transportes demora meia hora...

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  4. Não podemos comparar andar de metro em Portugal com andar de metro ou outro meio de transporte nos países nórdicos.

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  5. E o que dizer da pobreza da esquerda (tão semelhante à da direita) de cá?

    Enquanto se dispensam esforços a dizer que "os ricos de cá" são pobres de espírito, entre comparações de classes médias, de cá e de lá, enquanto reflexos dos ricos, até faz parecer que "os ricos de lá" tem - imagine-se - riqueza de espírito...

    Um rico de cá é diferente de um rico de lá... no seu espírito? maravilhoso! E a classe trabalhadora e explorada a achar que ambos os "ricos", de lá e de cá, o são, porque são capitalistas ou, melhor, exploradores ou, melhor ainda, ricos através de trabalho não pago. Não é um pouco isso que estamos a assistir em flagrante com a recusa em subir os salários perante a inflação dos preços de quase tudo?

    Que mal andamos nós quando temos por "intelectuais" de esquerda, certos tipos cheios de vontade de ter ricos com "riqueza de espírito" para podermos ter uma classe média-alta a andar de metro. Que revolução!

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  6. para esse senhor, qualificar o o turismo seria vender produtos de luxo importados de franca. nao podia estar mais errado

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