"O liberalismo funciona e faz falta", dizem eles. Trazem-nos ideias do século passado, jurando-nos que são super-modernas. Como se nada tivessem a ver com o que se fez em Portugal nos últimos 40 anos. Como se não tivessem nenhuma responsabilidade pelo estado a que a economia portuguesa chegou. Um bocadinho de história não lhes fará mal.
Diagnóstico competente, factual e realista. A realidade não é preto e branco. Manter a sanidade e estar aberto a ver a informação que nos chega sobre diversos ângulos é cada vez mais raro e por vezes é difícil. Como difícil é, sobreviver aos ataques e propaganda de pessoas que além de altamente interessadas no liberalismo, se vem tornando nos seus habituais operacionais mentirosos. Sabemos o que é a liberdade individual (do mais forte), os resultados do autogoverno (da expansão, genocídio, guerra e colonização), etc. Primeiro, lançam as garras.. depois cravam com gosto e prazer os maxilares, até aos ossos... Tudo isso nos aconteceu, aconteceu e está a acontecer: mais dependentes, sem soberania, sem possibilidade de desenvolver o nosso país, realizar os nossos jovens, assegurar vida sem sobressaltos aos que fizeram a sua parte no passado, aos idosos. Portanto, sendo coisa rara nos dias que correm, intelectuais comprometidos com a desmontagem dos fenómenos que impedem a nossa libertação e desenvolvimento das grilhetas de embusteiros (podres de rico desde os séculos XIV e XV), envolvidos com a vida das pessoas comuns, com maior justiça e bem estar para todos, é de enaltecer e apoiar. Apelo assim, a que este vídeo dê a "volta ao mundo", seja recomendado e amplificado por familiares e amigos, nas escolas, no ensino médio e superior, nas associações populares que tem de voltar a ser espaços de formação, de debate e de vida democrática. É um debate e uma luta civilizacional. Parabéns pelo enorme trabalho e estudo. Longa vida e um obrigado a todos.
O liberalismo funciona. Agora para quem é benéfico isso já é outra história: é benéfico para os ricos e prejudicial para o resto de nós. E por isso não faz falta.
Não sei quem vai ser o ministro das Finanças do próximo governo de Costa, mas não se trata de uma questão muito relevante. Quem, entre nós, tem orientado e vai continuar a orientar as Finanças, sempre mais papista que o Papa em matéria de cumprimento das "regras europeias", falou e disse [ https://www.dn.pt/dinheiro/mario-centeno-defice-de-2021-podera-ter-ficado-abaixo-de-3-14573469.html ]:
- "Na análise da sustentabilidade da dívida, feita pelos organismos internacionais, Portugal deixou para trás países como a Espanha, a França, a Bélgica e a Itália. Fê-lo por mérito próprio. Não podemos perder esta dinâmica"; - É "fundamental retomar a trajetória de redução do rácio da dívida pública, sustentada por um plano credível de consolidação orçamental"; - O investimento público "deve ser exclusivamente, ou perto disso, financiado por fundos europeus"; - "O crescimento da receita fiscal acima das previsões deve ser canalizado para a redução do défice e da dívida".
Bem se eles acham que não temos tido uma politica económica neoliberal, significa que para eles tem de ser à moda do pinochet, esperemos para ver e entretanto é melhor combatê-los e para isso fazem falta mais especialistas com bons conhecimentos da realidade.
Fiz a licenciatura em Economia na Nova entre 1982 e 1987. Já nesta altura, uma simples aluna de licenciatura percebia não só as disfunções como os interesses por detrás das teses neoliberais, que predominavam. Levei muito tempo a reconciliar-me com a formação que escolhi por vocação e a perceber que o que não estava certo não era a matéria cientifica mas a abordagem que a escola onde ingressei fazia dela. É difícil, mas fundamental que todos os que tem competências de intervenção (economistas mas não só) coordenem esforços porque neste momento, com o crescimento organizado, aberto dos neoliberais é o Estado social, mesmo imperfeito, mesmo insuficiente, que está em causa.
Fiz a licenciatura em Economia na Nova entre 1982 e 1987. Já nesta altura, uma simples aluna de licenciatura percebia não só as disfunções como os interesses por detrás das teses neoliberais, que predominavam. Levei muito tempo a reconciliar-me com a formação que escolhi por vocação e a perceber que o que não estava certo não era a matéria cientifica mas a abordagem que a escola onde ingressei fazia dela. É difícil, mas fundamental que todos os que tem competências de intervenção (economistas mas não só) coordenem esforços porque neste momento, com o crescimento organizado, aberto dos neoliberais é o Estado social, mesmo imperfeito, mesmo insuficiente, que está em causa.
Se tomarmos o liberalismo do presente por contraparte do Portugal pré-25A, ou do Portugal do PREC, ele é obviamente uma novidade, daí que neoliberalismo possa justificar-se.
O que não se justifica é que o liberalismo do presente não seja avaliado e medido pelas regras e visão que foram históricamente associadas ao liberalismo, e que se queira fazê-lo no quadro ideológico herdado do que se disse ser uma revolução socialista, que falhou no seu desígnio e que provocou um desastre económico que nos atirou para o aconchego da UE.
O liberalismo é por definição capitalista e nâo exclui a regulação que o condicione sem lhe rejeitar a existência.
Tudo mais é matéria para revolução, para quem tenha a coragem e os meios de a fazer.
Diagnóstico competente, factual e realista.
ResponderEliminarA realidade não é preto e branco. Manter a sanidade e estar aberto a ver a informação que nos chega sobre diversos ângulos é cada vez mais raro e por vezes é difícil. Como difícil é, sobreviver aos ataques e propaganda de pessoas que além de altamente interessadas no liberalismo, se vem tornando nos seus habituais operacionais mentirosos. Sabemos o que é a liberdade individual (do mais forte), os resultados do autogoverno (da expansão, genocídio, guerra e colonização), etc. Primeiro, lançam as garras.. depois cravam com gosto e prazer os maxilares, até aos ossos... Tudo isso nos aconteceu, aconteceu e está a acontecer: mais dependentes, sem soberania, sem possibilidade de desenvolver o nosso país, realizar os nossos jovens, assegurar vida sem sobressaltos aos que fizeram a sua parte no passado, aos idosos.
Portanto, sendo coisa rara nos dias que correm, intelectuais comprometidos com a desmontagem dos fenómenos que impedem a nossa libertação e desenvolvimento das grilhetas de embusteiros (podres de rico desde os séculos XIV e XV), envolvidos com a vida das pessoas comuns, com maior justiça e bem estar para todos, é de enaltecer e apoiar.
Apelo assim, a que este vídeo dê a "volta ao mundo", seja recomendado e amplificado por familiares e amigos, nas escolas, no ensino médio e superior, nas associações populares que tem de voltar a ser espaços de formação, de debate e de vida democrática. É um debate e uma luta civilizacional.
Parabéns pelo enorme trabalho e estudo. Longa vida e um obrigado a todos.
O liberalismo funciona. Agora para quem é benéfico isso já é outra história: é benéfico para os ricos e prejudicial para o resto de nós. E por isso não faz falta.
ResponderEliminarNão sei quem vai ser o ministro das Finanças do próximo governo de Costa, mas não se trata de uma questão muito relevante. Quem, entre nós, tem orientado e vai continuar a orientar as Finanças, sempre mais papista que o Papa em matéria de cumprimento das "regras europeias", falou e disse [ https://www.dn.pt/dinheiro/mario-centeno-defice-de-2021-podera-ter-ficado-abaixo-de-3-14573469.html ]:
ResponderEliminar- "Na análise da sustentabilidade da dívida, feita pelos organismos internacionais, Portugal deixou para trás países como a Espanha, a França, a Bélgica e a Itália. Fê-lo por mérito próprio. Não podemos perder esta dinâmica";
- É "fundamental retomar a trajetória de redução do rácio da dívida pública, sustentada por um plano credível de consolidação orçamental";
- O investimento público "deve ser exclusivamente, ou perto disso, financiado por fundos europeus";
- "O crescimento da receita fiscal acima das previsões deve ser canalizado para a redução do défice e da dívida".
A. Correia
Bem se eles acham que não temos tido uma politica económica neoliberal, significa que para eles tem de ser à moda do pinochet, esperemos para ver e entretanto é melhor combatê-los e para isso fazem falta mais especialistas com bons conhecimentos da realidade.
ResponderEliminarObrigado Ricardo por ter partilhado este clip tão interessante
ResponderEliminarFiz a licenciatura em Economia na Nova entre 1982 e 1987. Já nesta altura, uma simples aluna de licenciatura percebia não só as disfunções como os interesses por detrás das teses neoliberais, que predominavam. Levei muito tempo a reconciliar-me com a formação que escolhi por vocação e a perceber que o que não estava certo não era a matéria cientifica mas a abordagem que a escola onde ingressei fazia dela. É difícil, mas fundamental que todos os que tem competências de intervenção (economistas mas não só) coordenem esforços porque neste momento, com o crescimento organizado, aberto dos neoliberais é o Estado social, mesmo imperfeito, mesmo insuficiente, que está em causa.
ResponderEliminarFiz a licenciatura em Economia na Nova entre 1982 e 1987. Já nesta altura, uma simples aluna de licenciatura percebia não só as disfunções como os interesses por detrás das teses neoliberais, que predominavam. Levei muito tempo a reconciliar-me com a formação que escolhi por vocação e a perceber que o que não estava certo não era a matéria cientifica mas a abordagem que a escola onde ingressei fazia dela. É difícil, mas fundamental que todos os que tem competências de intervenção (economistas mas não só) coordenem esforços porque neste momento, com o crescimento organizado, aberto dos neoliberais é o Estado social, mesmo imperfeito, mesmo insuficiente, que está em causa.
ResponderEliminarSe tomarmos o liberalismo do presente por contraparte do Portugal pré-25A, ou do Portugal do PREC, ele é obviamente uma novidade, daí que neoliberalismo possa justificar-se.
ResponderEliminarO que não se justifica é que o liberalismo do presente não seja avaliado e medido pelas regras e visão que foram históricamente associadas ao liberalismo, e que se queira fazê-lo no quadro ideológico herdado do que se disse ser uma revolução socialista, que falhou no seu desígnio e que provocou um desastre económico que nos atirou para o aconchego da UE.
O liberalismo é por definição capitalista e nâo exclui a regulação que o condicione sem lhe rejeitar a existência.
Tudo mais é matéria para revolução, para quem tenha a coragem e os meios de a fazer.