quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

As mães ocupam


Sabemos que são as mulheres quem tem trabalhos mais precários, estão mais vezes a viver sozinhas com os filhos e que é difícil compatibilizarem horários de escola com trabalho. Há ainda os transportes e outras despesas. Muitas vezes ficam em casa das mães, mas há situações de mal-estar, casas sobrelotadas – as pessoas veem espaços vazios e ocupam. É uma estratégia de fim de linha que ninguém toma de ânimo leve, porque sabe que está sempre na iminência de sair.
 

Maria João Behran, Habita 

Uma excelente reportagem do Público mostra-nos, uma vez mais, como as várias calamidades sociais afetam particularmente as mulheres das classes trabalhadoras. Têm trabalhos mais precários e o maior fardo com o cuidado dos filhos, ficando ainda em maior desvantagem no trabalho, irremediavelmente presas num círculo vicioso de pobreza e de transmissão intergeracional de desigualdades. 

Gostaria que as deputadas da bancada parlamentar socialista trouxessem estes temas a debate, no quadro de um feminismo socialista, superando as inócuas quotas, que não chegam a beliscar as estruturas reprodutoras de todas as desigualdades.

4 comentários:

  1. Sendo os autores do LdB pródigos em fornecer estatísticas seria interessante conhecer as que respeitam à criação de habitação social.
    Para além da quantidade, os regimes de ocupação também seriam matéria de interesse.

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    1. cerca de 2% do parque habitacional é social: ou seja poquissimo - eis uma das razões principais da existência de ocupações

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  2. A questão que a Marylin Warring levanta sobre o problema dos Sistema Nacional de Contas das Nações Unidas parece me um bom lugar para a conversa começar.

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  3. O senhorio «Jose» não se sentiu bem com este texto e com a notícia que a falta de uma habitação social justa e para todos seria melhor para a sociedade. Como tal, pede estatísticas e estudos, porque não se sente conformado com a notícia do desagravo das desigualdades e porque também o regime de rendas altas e especulativas favorece em excesso o senhorio e, neste caso, a figura patética que é o «Jose». O mais estranho é ver esta ridicularia aqui plantada todos os dias a comentar em todos os textos deste blog. É mesmo algo a ver com o tipo de senhorio que vive nesta sociedade cada vez mais desigual e desacreditada; uma espécie de ser doentio, obcecado e obsessivo.

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