"Portanto, a periferia da zona euro ou é permanentemente assistida por uma intervenção financeira do banco central nos mercados, e para sempre, ou ressurge aquilo que no passado foi chamado de crise da dívida soberana" (aqui).
"Remetendo para o trabalho do economista sueco Gunnar Myrdal, lembrou que "quando há integração de territórios de grande desigualdade no nível de desenvolvimento, os territórios do centro sugam a periferia", algo que no seu entender aconteceu com o bloco europeu." (aqui)
"Eu acho que o Orçamento do Estado num país membro da zona euro é um Orçamento do Estado que tem uma margem de política económica, de política orçamental, extremamente reduzida, para não dizer que às vezes é contraproducente" (aqui).
"a mentalidade do ordoliberalismo alemão embutido nos tratados [europeus] é uma mentalidade que é perversa, e portanto produz crises, agrava crises e se por agora está suspenso [as regras orçamentais], evidentemente que o problema está lá na mesma" (aqui).
"a esquerda está pressionada para apoiar e ao mesmo tempo está a sentir que está a apoiar um regime que é manifestamente anti-esquerda" (aqui).
Parabéns pela clareza.
ResponderEliminarNão é curioso como o Correio da Manhã, um tablóide, foi um dos que foi à Lusa buscar as declarações de Jorge Bateira mas no Público, jornal de "referência" que se diz tão plural, um jornal sempre tão atento às questões europeístas, não se encontram lá as mesmas declarações?...
ResponderEliminarIsto diz bem mais do jornal de "referência" Público, um panfleto da Comissão Europeia, do que diz do Correio da Manhã.
Pelo menos o Correio da Manhã não finge sobre a sua natureza, já a necessidade que o Público tem em projectar uma imagem "muito séria" é mais o desespero daqueles que gerem o panfleto do que a realidade do mesmo, um desespero que se nota cada vez mais.
Será que o Público vai sobreviver ao fim do europeísmo realmente existente ou será que, tal como os partidos europeístas, será arrastado para o abismo quando o kaput do europeísmo inevitavelmente acontecer? O tempo dirá.
O debate em torno do Euro ignora o velho elefante no meio da sala, a saber a despreocupação com que a Esquerda olha para os déficits orçamentais, as supostas variáveis endógenas (Reagan dizia que o deficit era suficientemente grande para tomar conta de si próprio, o que resume todo um programa que não é apenas popular à Esquerda, convém notá-lo), mas que, curiosamente, são sempre endogenamente crónicas, porventura por causa da estagnação secular, dizem alguns.
ResponderEliminarPelo menos a Direita reaganista era honesta relativamente ao objetivo, ou seja, o 'starve the beast', a falência do Estado Social. A Esquerda continua alegremente a pensar que os deficits crónicos se resolvem à custa de defaults periódicos, esquecendo, muito naturalmente, que esses defaults têm custos (leia-se austeridade imposta por quem empresta o dinheiro e a alienação do património público para pagar as dívidas).
Pelo menos o Euro, com todos os seus defeitos, obrigou-nos a olhar de frente esse velho problema que já originou por inúmeras vezes a perda da nossa soberania, desde que o País entrou em default pela primeira vez, nos tempos de D. João III.
Por isso, Jorge Bateira, vamos mesmo ter que aprender a viver com o que temos ou então habituar-nos à triste realidade do 'quem paga, manda', como dizia a Dra Ferreira Leite, e não há nada que possa fazer contra isso.
Há, naturalmente, alternativas. O que não há é almoços de graça. Porque, de facto, esse modelo de socialismo acaba mesmo quando acaba o dinheiro dos outros...
Jaime Santos podia escrever apenas isto:
ResponderEliminar"Eu não acredito na democracia e estou aqui para defender os interesses da classe dominante"
Mas reparem na ruindade do Jaime Santos, para dar trabalho a quem aprova os comentários adiciona muitas palavras não que a dimensão dos comentários do Jaime Santos convençam alguém por estes lados da sua honestidade...