domingo, 24 de outubro de 2021

Bárbaros são os outros

Multiplicam-se os comentadores que se referem ao PCP e ao BE como partidos radicais e extremistas. Muitos desses comentadores foram responsáveis por, ou apoiaram, uma maioria parlamentar que cortou salários e pensões de forma drástica, procedeu a um enorme aumento de impostos e impôs alterações às leis laborais que desequilibraram por completo o poder negocial entre empregadores e trabalhadores. Em muitos casos, fizeram-no aprovando leis que se provou serem inconstitucionais.

São estes comentadores que chamam extremistas e radicais a partidos que propõem agora alterações que não chegam a reverter tudo o que na altura foi feito nos termos descritos.

5 comentários:

  1. Agarram-se aos privilégios como lapas à rocha. É deixar andar e tudo se resolverá à custa de miséria e de cassetete.

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  2. Os propagandistas que andaram e andam a aterrorizar os “malandros” que “andaram a viver acima das possibilidades”, os que “têm que sair da zona de conforto”, ou seja, a maioria da população portuguesa não privilegiada sem acesso aos meios de comunicação social para se defender fazem o que podem para manter este podre sistema do qual beneficiam.
    A maioria da população tem sido saco de pancada dos propagandistas, gente que vive acima das possibilidades da maioria da população.

    Antes da vinda da Troika o terreno foi sendo preparado para a vinda da mesma por estes propagandistas. Esta gente desejou a vinda Troika pois queria (e queria quem os paga) a utilizar para prosseguir com o projecto neoliberal de degradação nacional.

    Eles vão continuar a destruir milhões de vidas e destruir a Europa só para manterem o neoliberalismo vivo, não vão descansar até que o BE e PCP sejam assimilados pelo culto da morte neoliberal...

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  3. São os mesmos comentadores que aplaudem a vergonha dos apupos hoje feitos por paraquedistas, comandos e ex-militares ao ministro da defesa; ao mesmo tempo que deixam passar qualquer provocação enviada pelo partido de André Ventura. São os chamados comentadores de pacotilha ou comentadores comprados (a alto ou a baixo preço).

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  4. Um processo negocial implica sempre cedências de parte a parte. Senão, não se trata de uma negociação e simplesmente de uma capitulação.

    Cabe ao PS pesar até onde pode e deve ir naquilo que oferece a BE e ao PCP-PEV.

    Não me lembro de ouvir Costa ou o PS falarem de extremismo nas propostas políticas apresentadas, a questão é muito simplesmente saber se elas condicionam as contas públicas de forma irremediável ou se alteram a perceção de quem nos empresta dinheiro (a relação entre duas partes nunca se processa exclusivamente com base naquilo que é o direito, mas também com base nas percepções de parte a parte e das relações de força entre as ditas partes, o Syriza que o diga).

    Agora, não deixará de ser irônico que nada daquilo que é oferecido (ou quase nada) se realizará se a corda for puxada tanto que se quebrará e provocará eleições antecipadas (Marcelo dixit, e estou certo que favorecerá a sua facção política) e a Direita as ganhar como será provável que aconteça, dado o desgaste do Governo, a responsabilização de toda a Esquerda pela crise política, e a presente crise econômica, sanitária, a que se junta agora o conjuntural (?) aumento no preço dos combustíveis.

    Será então que os Portugueses verão de novo o que é o radicalismo de que fala o Ricardo Paes Mamede...

    Cuidado pois com o que se deseja...

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  5. "impôs alterações às leis laborais que desequilibraram por completo o poder negocial entre empregadores e trabalhadores"

    A imposição foi de tal ordem que algumas dessas alterações ainda subsistem depois de 6 anos de uma maioria de esquerda na parlamento que facilmente as poderia ter revogado. E com um governo do Partido Socialista que, ao fim de 6 anos, só as revoga se a isso for forçado para aprovar o orçamento e evitar eleições. Coitado do PS, 6 anos refém de alterações às leis laborais impostas pelo PSD que não conseguem alterar (devem ter sido escritas na pedra).

    Caro RPM, essas alterações não foram impostas: elas correspondem aos desejos de uma larga maioria do eleitorado representado na AR.

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