sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Vão trabalhar, malandros


Os pobres não trabalham porque têm demasiados rendimentos; os ricos não trabalham porque não têm rendimentos suficientes. Expande-se e revitaliza-se a economia dando menos aos pobres e mais aos ricos.

Ao ouvir o programa fiscal e laboral das direitas, pela voz reacionária de um Rui Rio em campanha, ecoando o patronato medíocre, que nunca quer aumentar salários, lembro-me sempre da síntese irónica de John Kenneth Galbraith nos anos oitenta. Até os conservadores britânicos já seguiram em frente, dados os resultados catastróficos da desigualdade extrema e das crises associadas. É caso para dizer por cá: vão trabalhar programaticamente, malandros.

6 comentários:

  1. Tirando as caricaturas, subsiste uma realidade comum:
    O esforço marginal compara com o benefício marginal.

    Ignorara não altera a realidade.

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  2. Concordo inteiramente, exceto com essa dos Conservadores Britânicos terem seguido em frente, uma fantasia em que o João Rodrigues persiste porque eles quiseram o Brexit (ou pelo menos a fação que atualmente os domina).

    Aliás, a Ministra Britânica para o Trabalho e Pensões, Thérèse Coffey, disse recentemente, no contexto de corte aos apoios sociais, que as pessoas que recebem subsídios podiam simplesmente trabalhar mais. Tal qual o discurso da nossa Direita sobre os malandros.

    Daqui: https://www.theguardian.com/society/2021/sep/22/gordon-brown-universal-credit-cut-vindictive-and-indefensible

    Eles quiseram o Brexit, mas não pelas mesmas razões que você e os restantes adeptos do Lexit o quiseram e a verdade é que ao apoiá-los fizeram figura daquela categoria que Lenine classificava de um modo menos lisonjeiro e que eu não posso repetir aqui...

    Mas a Esquerda mais purista acaba sempre a auxiliar a Direita mais reacionária a chegar ao Poder, não é?

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  3. É ver essa esquerda não purista - euroconvertida - que, como é patente, não tem ajudado nem está a ajudar nenhuma direita - mas sobretudo o capital, que é o Suserano perante quem uns e outros se joelham - ao chegar ao poder por essa Europa fora. Aliás, no Brasil, o actual Presidente com toda a tragédia que lhe está associada, não emergiu também sobre oe escombros de uma social-democracia cada vez mais decadente, cedente e transigente, and so one, ando so one, and so one. Se retirarmos a Jaime Santos o argumentário que decorre, ainda que modo um bocadinho mais canhestro, daquela afirmação sibilina que se atribui a George Soros (há de facto uma luta de classes e a minha classe ganhou e que no caso de Jaime Santos se reconduz ao primarismo um bocadinho infantil de "o comunismo acabou", assim mesmo, por decreto), não sobre nada, mas mesmo nada, que acrescente substância e valor ao debate. Entretanto, embalado nas vagas mansas da conjuntura, nem percebeu ainda que a borrasca já se formou no horizonte e vai desabar com força e estrondo sobre as nossas cabeças. Mas vá lá: é persistente. Não deixa de ser uma qualidade esperançosa.

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  4. Essa da fação que atualmwnte os domina... se não foi um fogacho, será um bom sintoma de adesão as didácticas, qualificadas e factualmete indesmentiveis análises do João Rodrigues sobre as politicas necrofagas UE e especialmente do Euro do empobrecimento e miséria da dependência.

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  5. Jaime Santos,

    se sabe que o Lexit é para no dia seguinte se pagar mais a quem trabalha e produz riqueza, e que o Labour também está menos interessado nisso do que em alpacas e purgas internas, os idiotas úteis a lutar para que nada mude, se calhar, precisam de espelho.

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  6. Não se entende bem o comentário do «Jose» ou «Coiso». O que quererá esta figura dizer com esse seu comentário?
    «Ignorara não altera a realidade.»

    Já agora, porque não ignorar os elogios do mesmo «Jose» ou «Coiso» no blog «O Adamastor», escrito pelo seu confrade e Tenente-Coronel, João José Brandão Ferreira.
    Enquanto lá, são saudações e salamaleques, aqui são os comentários enigmáticos e subentendidos como sendo do contra.

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